10 January 2008

PUTAKEPARIU PARTE 1

A relação amorosa entre 2 pessoas de sexo diferente pode ser “ oficializada “ de várias formas:
Juntar os trapinhos, as escovas de dentes, viver junto, união de facto, casamento civil e casamento religioso.
Pelo menos no mundo ocidental, dito democrático, ninguém entra numa destas obrigado.
Mais, ninguém passa das 1ªs para o casamento, obrigado.
E quando o faz, naturalmente pensa que é para toda a vida.
Não afirmo que seja. Lamentavelmente, há cada vez mais razões para os casamentos se desfazerem, umas válidas, outras nem tanto.
Mas, à partida, todos acham que é para sempre.
Somos loucos?
Não. Somos, simplesmente humanos.
Desafiamos com raiva a finitude da vida e partimos para o “ até que a morte nos separe” com um sorriso nos lábios. Sonhando...
Mas, de vez em quando, vem um louco, mal amado ou demasiado pragmático que nos faz cair das nuvens.
Desta vez foi uma ilustre desconhecida, até agora, chamada Gabriele Pauli.
A ilustre personagem é a Presidente da Câmara Municipal de Fuerth, um concelho da Baviera.
Pertence ao Partido Democrata-Cristão e é candidata a líder do Partido Conservador.
Uma das suas propostas é, pasmem, limitar, por lei, o casamento a sete anos.
Eu explico: o casamento, como contrato que é, pode e deve ser renovável, e sê-lo ia de sete em sete anos.
Sete anos e depois vê-se !
Leio isto e a minha imaginação parte à desfilada: isto demonstra o valor que se dá, hoje em dia, ao amor, às relações amorosas, ao casamento.
No fundo, algo que tem a ver com o coração e não com a razão.
É claro que não me espanta, vindo de quem vem: uma alemã. Desculpem, mas confesso que sou um bocado racista com tudo o que vem da terra de Hitler e sede do Banco Mundial.
Portanto se o casamento passa a contrato a termo certo, o amor recebe-se a recibo verde, certo?
Mas então pergunto eu, que como já sabem, sou muito perguntadeira: Então para quê casar, se há tantas outras soluções para se viver com quem “se acha” que gosta?
E pergunto, ainda mais alto:
Onde fica o Amor no meio disto tudo?
A sensação de aperto no estômago quando pensamos que podemos perder quem amamos?
A angústia quando estamos separados uns dias?
O frémito que perpassa no nosso corpo quando nos abraçamos?
O desejo de ter filhos com a cara dele?
Olhem, sabem que mais?
Putakepariu a alemã!

16 nhận xét :

Sol da meia noite said...

Eu costumo dizer que quando pensamos que já nada nos surpreende, vem uma que nos deixa de boca aberta.
Que salada vai na cabeça dessa senhora!!!

Seguir o que se sente... com tudo o que possa vir a acontecer. Porque a vida é mesmo assim.
Sei que me entendes... também te entendo.

Beijos mil

@ღღ@ said...

putakepariu tem direitos de autor !

beijos

Olá!! said...

Aahhhhhhhh 7 anos? Claro, 7 é um número giro. Há coisas fantásticas, não há? Se isso fosse em Portugal diria que era para ganharem mais uns trocos à custa da renovação dos contratos... Cá chegará a inovação...
Onde páram os sentimentos? boa pergunta essa Blue... e assino por baixo do teu putakepariu
Beijos

Anonymous said...

Antes de mais tenho de avisar este senhor: http://www.olacnog.blogspot.com/ , para acrescentar esta nova terminologia para o número 7, porque está , realmente, demais.

Depois devo dizer que:

- as relações entre humanos de sexos diferentes ou , em alguns paises, do mesmo sexo, por norma, têm um periodo de tempo que variam, segundo os especialistas, em números de anos, consideram, p.e.: que se conseguem estar 7h com a mesma pessoa é bom, 7 dias melhor, 7 meses ainda melhor, e assim sucessivamente até aos 7 anos... Quem consegue passar esses 7, passam ao nivel seguinte, com isso atingem um novo nivel no relacionamento.

- Para além da leis dos "7" há quem diga que num casamento ha a fase dos 2 anos, dos 5 anos e dos 7 anos, daí que tambem compreendo a ideia da dita senhora...

- Hoje em dia e cada vez mais ve-se pessoas a casar por conveniencia, acabando por ser um passo que 2 pessoas dão como se fosse um negócio, e no fundo, se formos a analisar é, até é, isto visto hoje em dia, pela grande maioria das pessoas. Não me venham dizer que uma mulher nao procura sempre um homem que lhe pague as contas? Por mais endinheirada que seja? Ela, certamente que não vai querer trabalhar para o marido, muito menos dar-lhe dinheiro, logo, ele tem de ser igual ou melhor que ela a nivel profissional e ganhar igual ou mais.Mas ja estou a divagar...

- Depois quando alguem se casa , por lei, tem de ser com separação de bens, a não ser que os conjuges peçam para ser diferente, por isso, ha logo um contrato!!!.... E no fundo todos sabemos que o casamento é um contrato.

- Quem casa hoje em dia por amor, digam-me la?? sinceramente, eu so vejo pessoas a casar por interesse.

- O amor esse fica para depois quem se ama verdadeiramente, e por norma, essa pessoa nunca é a esposa....lolol.... esta , infelizmente, é a sociedade que vemos por ai. Pelo menos nesta minha zona do país.

Por isso, a ideia da tal senhora não será de todo despropositada, mas eu , pessoalmente, nao concordo, mas também, só casa quem quer, não é?

Paulo said...

Não cheguei aqui por ter caido das nuvens;
Não cheguei aqui no ambito do cumprimento de um contrato;
Não cheguei aqui com o intuito de encontrar um «objecto» renovavel de sete em sete anos;
Não fui obrigado aqui vir por determinação do «fantasma» de Hitler;
Afinal...porque teria aqui chegado?
Fácil...!!! venho retribuir a visita, que muito agradeço, de uma colega (???)...lá à minha "guarita" (filhosdeumdeus menor).
Agora, sem "recibo verde" vou cumprir a minha sina, isto é; vou andando...
Afinal, no deserto de Mário Lino, onde estou, há uma neblina perfumada de giestas e amoras da ribeira que jámais posso esquecer.
Beijo
Paulo

Tiago Mendes said...

Realmente... essa alemã é um bocadinho dispaçarada! :/

Tiago'

Anonymous said...

Pois! E as uniões de facto renováveis de 4 em 4. E a escova de dentes de 3 em 3 mas meses. Ils sont fous ces allemands. Nada impede que, mesmo sem prazo, de tempos a tempos, os conjugues avaliem a relação e decidam se a querem manter (de facto isso faz-se no dia a dia da vida, conscientemente ou não). Quando for uma "prisão/obrigação" já não é um casamento, ou não será?
Qualquer dia acabam com o casamento heterosexual e fica só para os "outros", já imagino!!!

Maria said...

... e será preciso casar (de contrato ou outra forma qualquer aos "olhos" de quem quer que seja) para se amar? para se ter um filho com a cara de? para se ser feliz? para, para, para, etc.......
não será o casamento apenas uma justificação perante a sociedade? heheheheeh (esta é mazinha)

Beijo

FM said...

Viver a dois, com ou sem papel, não é fácil mas pode muito bem ser facilitado... e isso depende do diálogo, da entrega, da parceria... Eu vivo intensamente instante a instante, e sem o tal papel... Sou Feliz!

Pena said...

Adorada e Estimada Princezinha de um sonho:
Antes de mais nada, beijinhos à sua terna mâe. Está modificada? Parece que algo se alterou? Ficou mais tranquila? (Olhe, não consigo parar de rir. Desculpe, mas é exactamente igual â minha doce mãe!). Se se juntassem as duas num chá qualquer, rogariam pragas ao Sócrates de rir. Ele até coraria de vergonha, acredite? (Deixe-me rir só mais um bocadinho, desculpe!).
Foi um agradável prazer conhecê-la.
Quanto ao amor?
Li o seu Post com atenção e deixe-me só dizer-lhe uma coisa: Não brinco com assuntos sérios como essa Alemã quer tornar o amor que é amor.
OBRIGADO pela sua ternura nas palavras expressas lá no meu lugar de escrita. OBRIGADO! É linda!!!!!!!!!!!!!!(Desculpe!).
OBRIGADO por existir e ser minha amiga.
Olhe, Beijinhos grandes de amizade que respeita.
Com elevada estima, OBRIGADO!

pena

Cumprimentos à sua ternurenta e adorável MÃE ENORME!

*Um Momento* said...

Escangalhando-me a rir!!!!
Desculpa mas foi mesmo da parte final esta gargalhada
( não me contive!!!!)
Agora concentrando-me( ainda a gargalhar... tu és demais :D)
Minha Doçura ( e tenho razão quando assim te chamo pois os teus sentimentos são lindos!),tens toda a razão , pois casar para quê se passa a ser um contrato???
Imagina agora ao invés de se falar em casamento,divórcio... se fala em vou me contratar, estás convidado/a( soou mesmo mal!)...e...rescisão de contratos!!!
Enfim... penso eu que o sentimento, o amor, o que nos vai na alma não precisa de papel algum para o marcar... apenas os une o sentimento de cada um... e é tão belo enquanto dura...se um dia chega ao fim( aquela intensidade, aquela vontade, aquele sentir da saudade...do querer)... nada melhor que a sinceridade e cada um seguir o seu caminho por mais doloroso que possa ser, pois amar é isso também... querer o bem e a felicidade de quem amamos, nem que ás vezes isso nos faça sofrer( se faz)

Estou contigo a 100%
"Putakepariu a alemã!"
:))))))))))))))))

Beijo assim GIGANTE e deveras Sorridente!!!

(*)

Homem sem rosto said...

Lindinha

Talvez por me rever, na sua critica, a intenção hoje cada vez mais generalizada de reduzir o casamento ao acto meramente formal do contrato, dei por mim a ler e reler com muita atenção este seu post.

No tempo dos meus avós, na vila granítica em que os meus pais nasceram não havia Internet, televisão, rádio (isso só alguns ricos e distintos senhores possuíam), frigorifico (o que havia era a salgadeira, uma arca de madeira aonde se colocavam as carnes envoltas em sal), electricidade ( a iluminação era a de um simples candeeiro a petróleo), não havia aquecimento central ou fogão a gás (mas em contrapartida havia uma enorme lareira aonde diariamente ardiam trocos seculares junto da qual a família se reunia e trocava opiniões e planos para o futuro), não existiam casas de banho (no verdadeiro sentido do termo), não havia automóveis (mas existiam carros de tracção animal).

Mas havia acima de tudo companheirismo, amor, amizade, sentido de família, respeito, e vontade de viver e crescer.

Hoje temos a vida tão facilitada e acabamos escravos da mesma, deixando cair todos aqueles valores que nos foram transmitidos de geração em geração. O que hoje era uma verdade suprema, amanhã é o que ………..

Há dias em jeito de conversa com um fotográfico muuuito conhecido, este fez-me a seguinte confidencia:
-“sempre que me solicitam os meus serviços para fotografar um casamento ponho logo como condição aos noivos que o pagamento dos meus serviços tem que ser realizados em duas parcelas de igual valor. Uma liquidada no momento da contratação do serviço, e o valor remanescente em cheque pré-datado, com data do dia do casamento. Sabe é que ainda tenho lá no laboratório muitos trabalhos por pagar e levantar, já que muitos dos nubentes 15 dias depois já estão a viver cada um na casa dos pais. È uma treta. Já não há casamentos como os de antigamente.”

Beijos, e obrigado pela tua amizade.

samuel said...

Blue
Há pouco tempo vi num canal de televisão francês uma "colega de cantigas" contestar igualmente a duração dos casamentos, só que a brincar e com muita graça...
Dizia ela que quando se inventou a "frase poética" do "até que a morte vos separe", a esperança de vida era para aí de 35-40 anos... se alguém pensasse que ia viver até aos oitenta e tal, nunca inventaria uma frase daquelas! :)))

'taquepariu mas é os contratos...

Aqui fica um presente (do Vinícius) para a dona da casa, para quem passar e para a pobre da alemã, claro.

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Maria said...

Quer-me cá parecer que essa alemã é capaz de ser assim a atirar para o mal amada, que é como quem diz ... mal f******

beijos

Oliver Pickwick said...

Não generalize, querida Velvet, pois corre o risco de incorrer em erro, resultando inclusive, num contra-ataque à sua tão bem fundamentada crítica.
Essa alemã deve ser uma daquelas "Gertrudes", uma governanta má, de mente maquiavélica e apaixonada secretamente pelo patrão, como em alguns filmes e romances policiais. Desse modo, utiliza-se de todos os meios ortodoxos para proteger o seu amado - o principal suspeito no delito da história em questão.
Nunca ouvi falar de tal projeto de lei, mas tenho certeza que - pelo ridículo, até, jamais será aprovado. Sem contar as questões morais e afetivas como você tão bem escreveu.
Beijos, e ótimo fim de semana!

Filoxera said...

Irreverente ou politicamente incorrecta, o que lhe quiseres chamar. Mas continua assim, a dar os nomes certos às coisas.
Beijos.