16 May 2008

RECICLAR É CHIC


Ao contrário do que pensam algumas cabecinhas, reciclar não significa deitar fora, ainda que para o sítio certo.
Assim, por exemplo, não se podem reciclar amigos. Porque reciclar significa tornar a pôr em circulação. Mas enfim, cada um recicla como pode, e sabe.
Por exemplo eu, que sou uma ecologista militante, não consigo reciclar nada...em Lisboa.
Porque vejam bem:
O meu lixo tem que ser colocado na casa do lixo que é 5 andares abaixo daquele em que vivo.
Mas isso, ainda seria o menos. O problema é que na dita casinha só existem aqueles imensos caixotes do lixo verdes, da Câmara, onde não dá para fazer reciclagem de espécie nenhuma.
Daí que teria que ir à rua procurar o ecoponto mais próximo da minha casa, o que significava andar vários quarteirões, mas depois quando lá chegasse, tinha que deixar os vários sacos espalhados no chão, porque os papelões e vidrões e o outro ão que não me lembro o nome estão sempre cheios.
Com tudo isto, já desisti há muito de reciclar em Lisboa.
Mas em Nova Iorque!
Em Nova Iorque é uma pinta reciclar.
Aliás, em Nova Iorque, tudo é uma pinta.
Em cada andar, se forem apartamentos, há uma casa do lixo enorme, com uma porta que impede o mau cheiro de sair, e várias condutas gigantescas ( daquelas que não entopem com um mísero garrafãozinho de àgua do Luso, estão a ver?), onde se deita o lixo apropriado, em cada conduta.
Um Luxo!
Mas não fica por aqui.
A moda, moda mesmo, foi lançada por aquela que é considerada a Rainha das Malas, Anya Hindmarch.
Há uns anos tornou-se conhecida com as célebres Be a BAG, aquelas malas com as fotografias dos nossos filhos, ou dos nossos cães, ou as nossas, enfim, com as fotografias que quisessemos.
Quando encomendei a minha, a lista de espera era quase de um ano.
Fiquei danada por ter que esperar quase um ano por uma mala que custava uma fortuna, e à boa maneira portuguesa, refilei logo.
A funcionária, muito chic, tratou de me informar que a senhora que estava antes de mim era a Madonna e que ia esperar o mesmo tempo que eu.
Calei-me logo, como devem calcular.
Bom, mas agora, a senhora associou-se a um movimento que se chama WE ARE WHAT WE DO.
E que fez ela?
Nada demais.
Um saquinho como aquele que veêm aqui e que tem como função evitar o consumo de sacos de plástico, quando vamos às compras.
É em algodão e tem as letras bordadas. Uma coisinha simples, mas que anda a tiracolo no ombro de todas as mulheres chiques de Nova Iorque.
É claro que nos tira aquele gostinho de chegar a casa com um monte de sacos cheios de compras, mas... ficamos com a consciência tranquila.
Eu fico, até porque I'M NOT A PLASTIC BAG.
Para dizer a verdade, de plástico, não tenho mesmo nada!
Portanto, não posso ser reciclada.

20 nhận xét :

Rafeiro Perfumado said...

Eu por acaso tenho alguns "amigos" que gostaria de meter no contentor do lixo orgânico...

mjf said...

Olá!
Eu também tenho esse problema, mas o que não é lixo orgãnico, guardo em sacos e deposito depois nos contentores...

Beijocas
Bom fim de semana

f@ said...

Beijinhos cem nuvens para reciclar as palavras e oxigenar os corações...
Falar de reciclar... e de lixo... nã
vou lavar um amor perfeito... e almoçar ...

Luís Galego said...

Querída Blue,

o problema não está na reciclagem, o problema é uma questão de casting: Nova Iorque tem a sua cara e quanto a isso não há nada a acrescentar.

Patti said...

Por isso é que querem colocar preço nos sacos de plástico dos hipermercados, aliás como já se faz em alguns supermercados mais pequenos.

Olha e se faz favor são 2 desses 'I'm not a plastic bag', cá p'ra casa!

FM said...

As coisas que tu sabes, as coisas que tão bem escreves... Gosto da forma como colocas em palavras o que pensas. Parabéns Blue.
Beijos e... Cá estou, com prazer.

Filoxera said...

Pois eu, não só separo para reciclagem tudo e mais alguma coisa, como entrego frasquinhos e rolos de cartão do papel higiénico na escola dos meus filhos. Servem para os trabalhos manuais que os memninos fazem ;-))

Coragem said...

Pois, eu também não convém ser reciclada.

Querida Blue, vivi num prédio em Lisboa exactamente com as mesmas caracteristicas.
Aqui no alentejo, tenho os "ões" todos à porta, mas mesmo à porta é uma maravilha.
O saquinho é um mimo, chic mesmo, adorei.

Beijinho

Pitanga Doce said...

Tu és uma ecologista militante? E eu que tenho em casa um BIÓLOGO a fazer discurso logo de manhã? Já me pediu para fazer sacolas de algodão, como esta da foto, claro sem a grife, para ele vender na faculdade.

beijos de sexta (hoje a luz acende na cobertura) hehe

Patti said...

Já enviei.
Olha, mas tu vê lá se a 'grife' como diz Pitanga, torna o saco num balúrdio! hahahhah

Maria said...

Eu não tenho um saco desses mas também não sou reciclável.... :))))))

Beijinhos azuis
(estou com enorme dificuldade na net.
tá lenta cumó caraças...)

Rita Galante said...

Olá Blue Velvet. Vim aqui parar através do Essências e gostei muito do teu blog.

Sabes, nós cá em casa somos 5 pessoas e, há cerca de um ano,começámos a reciclar. De facto, o lixo orgânico diminui drasticamente, mas o outro... nem te falo!!! Aquilo num dia enche logo! Temos sorte porque há ecopontos ao pé da nossa casa, de maneira que fazemos a nossa contribuição para o melhoramento do planeta. Pena que em Lisboa isso não seja tão viável. A capital deveria dar o exemplo.

Se me for permitido, voltarei mais vezes para deixar um pouco da minha luz.

Beijinhos de Amor, Paz e Luz!

A OUTRA said...

Agradeço a sua visita, e o meu blog e as #rosas estão sempra à sua disposição.
Aquelas que estão na mensagem não são as de Stª. Teresinha, mas sim do quintal da ""Senhora das Rosas", como lhe chamo. Maiores que aquelas que estamos habituados a ver.
As de Stª. Teresinha pode velas no meu blog de fotografia "Paisagens e Flores", cujo caminho está no meu blog.
Note que, as que lá estão, encontram-se ampliadas muitas e muitas vezes.
Apareça quando quiser.
Cpts
Maria, Simplesmente

Sol da meia noite said...

Muito gostei do teu texto.
Excelente o modo como articulaste nele várias situações, tudo girando em torno duma mesma situação. Sendo também que poderosas senti serem as entrelinhas...

Amiga, mil beijinhos te deixo :-)))

ANTONIO SARAMAGO said...

Antigamente existiam as chamadas "FOSSAS" ERAM UNS BURACOS ENORMES ACIMENTADOS;cada uma dessas fossas tinha uma função, os transportadores do lixo descarregavam e havia trabalhadores que faziam a separação das cargas para as devidas fossas correspondentes, esse lixo era de vez em quando regado para ir cosendo e que ao fim de determinado tempo estava transformado em ESTRUME, ESTE POR SUA VEZ ERA DESTINADO AOS CULTIVOS.
era com estes estrumes que se faziam as sementeiras, se faziam as hortas era com esta adubagem que os alimentos cresciam na terra , eram BIOLÓGICOS!!!!

A OUTRA said...

Peço-lhe desculpa, pois cometi um erro.
Como agora tenho menos tempo apara ver o meu blog, esqueci-me das rosas de Stª. Teresinha que há tempo lá colocara. São realmente aquelas, e em tamanho mais normal. No entanto mantenho o mesmo conselho.
Cpts
Maria

vieira calado said...

Reciclar não é deitar fora.
É saber dar-lhe um novo destino,
um novo uso.
Sou adepto.
Cumprimentos

Carminda Pinho said...

Ah pois é!
Reciclar... reciclar, anúncios muitos, com as criancinhas a ensinarem na tv como é que se faz mas, depois onde estão os ecopontos? Eu não vivo em Lisboa como sabes, mas aqui em Oeiras é a mesma porcaria. Ou tens de andar alguns quateirões com os saquinhos na mão sob pena de lá chegares e estarem a abarrotar e o chão cheio de lixo, ou tens um dia por semana, em que a Câmara se digna recolher os caixotes do lixo reciclável.
Aí uma pessoa que tem uma casa de gente acaba por desistir e, pimba! lixo, tudo no mesmo saco.
É assim que o ambiente "ganha" como eles dizem...grrr

Beijinhos e bom fim de semana.

PS: desculpa mas pareceu-me que já tinhas respondido àquele desafio, mas não perdes pela demora...:)))

Oliver Pickwick said...

Isto é muito interessante, Velvet. Aqui em Salvador, em muitos bairros, inclusive o omeu, temos um sistema seletivo de coleta de lixo. Em todos os condomínios e residências individuais o lixo coletado é dividido em 3 grupos: 1)lixo orgânico; 2)papel, plásticos e metais 3)vidros. Caminhões fabricados para este fim fazem a coleta diariamente, direto de vasilhames padronizados por cores.
Este sistema, no Brasil, foi desenvolvido no Estado do Paraná, há quase vinte anos, e, exportado até para algumas províncias do Canadá.
Em Salvador, também há pontos de coleta de materiais radioativos. Calma! Não é que os baianos andam fabricando bombas nucleares caseiras ;) contudo, baterias de telefones móveis, de computadores portáteis, de câmeras digitais, e de equipamentos hospitalares contém, ainda que em proporções pequenas, material radioativo.
A nossa prefeitura tem uma secretaria somente para engenharia de lixo.
Não é por acaso que somos uma das capitais mais limpas do Brasil.
E pensar que alguns estrangeiros ainda imaginam que nos vestimos de tanga; dançamos para a chuva; e somos a capital da Argentina.
Quem viver verá, num futuro ainda distante, é certo, o BRIC vem aí; ou seja, Brasil, Rússia, Índia e China, os quais, ocuparão o papel de locomotiva do mundo, hoje, a cargo dos USA e da UE.
Pelo exposto, aconselho a retirar este aviso do seu blog de que é contra o acordo ortográfico ;)
Venha para o mundo da sonoridade musical das palavras, da modernidade da linguagem, e da mais bela forma de se falar o idioma português. Adote o português do Brasil iac iac iac ;)
Um beijo!

Oliver Pickwick said...

errata:
"...da modernidade da linguagem escrita..."

P.S.: No anterior, saí sem o "escrita". ;)