10 August 2008

BULLSHIT

Gosto de ditados populares mas odeio frases feitas.

Gosto de pessoas fortes mas não gosto de gente que para fazer de conta que é forte aceita como " naturais" e " lei da vida" coisas que de naturais não têm nada.

Dogmas só aceito os religiosos, que não os da Igreja feita pelo homens.

Aquela frase " que o dia de amanhã ninguém o viu" é uma enormíssima verdade, da mesma forma que, se de certas situações podemos dizer como agiríamos, com sentimentos envolvidos, e se ainda não passaram por elas, quando oiço certas pessoas do alto da sua infinita sapiência dizerem que é "a lei da vida" encolho os ombros e BULLSHIT.

Os ditados populares advêm de um saber de experiência feito, como as mezinhas ou as tisanas e isso eu respeito, até porque, realmente não se pode querer "sol na eira e chuva no nabal".

Mas aceitar que gero um filho, que o carrego no ventre durante 9 meses, que o crio com todo o cuidado, amor, carinho que lhe dou tudo o que de melhor há, para ele depois ir para a tropa " porque isso faz dele um homem", BULLSHIT.

Amar um filho com um amor que dói nas entranhas, estar disposta a dar um olho, um rim, a vida por ele, e aceitar que vá lutar numa guerra decidida pelos Senhores da Guerra que a decidem atrás de uma secretária, BULLSHIT.

Aceitar que durante vinte e tantos anos o amor que une uma mãe a um filho é absoluto, incondicional e infinito e que depois ele " tem que ir à vida dele" " se ele está feliz, "também tens que estar" " que é a ordem natural da vida", BULLSHIT.

Conhece uma mulher/homem, casa, constrói um novo núcleo ( não é uma nova família, é uma continuação da sua família ), até porque marido ou mulher nem do mesmo sangue são, casamentos fazem-se e desfazem-se, e Mãe só há uma, e ter que aceitar isso, BULLSHIT.

Só quem ainda não tem filhos ou os tem ainda pequenos debaixo da sua asa, podendo velar pelo seu sono, olhando as horas passarem até que chegam a casa e finalmente podemos dormir, se estão doentes podem tratá-los, se têm problemas estão ali para os ouvir, podem dizer tais coisas, e a isso digo BULLSHIT.

Tenho um filho a viver em Nova Iorque há 5 anos. Desde então, tenho passado 3 meses lá 3 meses lá ( e com isso estou ao pé de um e longe de outro) , mas de há 1 ano a esta parte vi-o 3 a 4 vezes o ano passado e vai pelo mesmo caminho este ano, e acham isso natural?

BULLSHIT!!!

Hoje foi embora e a única certeza que tenho é que o vou ver no Natal.

E isto é natural?

Natural, my ass!

36 nhận xét :

Rocket said...

eu nem quro pensar nisso agora...2 vezes por ano...

beijos

f@ said...

A tristeza da ausência apaga a nossa “luz”… fica uma fenda envolta em apatia … que se deve combater com aquele segredo de abrir a caixinha dos beijos guardados…

“A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração. (Henrique Maximiliano Coelho Neto”
… beijinhos das nuvens

1/4 de Fada said...

Ah Blue, esse sentimento conheço-o bem, infelizmente, e nunca vou conseguir recuperar, acho eu, por muitos anos que viva... Como tu dizes há coisas que não são naturais. Consegue-se sobreviver a elas, mas deixam marcas muito fundas.

Unknown said...

Tanto é natural que está a acontecer. Tanto é natural que milhares de pais se queixam do mesmo. É tão natural como o inverso, a nova realidade dos filhos não desampararem a ‘loja’ e lá permanecerem até aos trintas/quarentas, que também já é natural.

Imagina que havia uma entidade superior que te dava a escolher: o que está a acontecer, ou ficares com o rapaz até aos quarenta. Mais a mulher dele..

Pela tua conversa de progenitora ferida, já sei que optavas pela segunda,

- ..iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiihhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, O BIQUINI NÃO ME SERVE, ESTOU GORDÍÍÍÍÍÍÍÍIÍÍIÍÍÍÍIÍÍÍIÍ´SSIMA!!!

- QUIDUUUUChOOOOOO!!!!!,( as mulheres dos nossos filhos tratam sempre os nossos filhos à nossa frente por ‘quiduchos’, para fazer ver, em especial à sogra, tu portanto, que é mais feliz que ela(tu)), AJUDA-ME A ESCOLHER AQUI O VESTIDO

(etc)

Pode ser uma ‘shit’e sem dúvida que nos deixa o ‘ass’ apertadinho, mas é fatal comó destino, (olha, outra onde se pode aplicar o bullshit)

Vá lá, deixa lá o rapaz voar com as asas dele, (outra, bullshit)

Mata a saudade com as recordações que tens dele gravadas no coração, (ainda mais outra para o bullshit)

Beijocas, (estas beijocas em mim também já podem ser consideradas como uma frase feita, como tal, um grande BULLSHIT também para as minhas beijocas)

:)

BlueVelvet said...

Rocket,
pois é.
É como dizem os brasileiros: pimenta nos olhos dos outros, nos nossos são refresco.
Beijinhos e boa semana

BlueVelvet said...

Querida Fa,
mas a minha caixinha das recordações já está tão cheia...
Beijinhos amiga

BlueVelvet said...

1/4 de Fadas,
é como dizes: sobrevive-se mas as marcas doiem demais.
Beijinhos e boa semana

Maria said...

Abstenho-me de te comentar.
Tu sabes porquê.

Boa semana, em azulzinho

BlueVelvet said...

Maria,
eu sei.
Pensei em ti quando escrevi este post.
Desculpa, querida.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Jotabê,
é claro que preferia tudo à realidade actual: em casa até aos 40, solteiro ou casado.
A mulher? Bullshit:)))
Obrigada pelos beijinhos Bullshit

Maísa said...

Não deve ser nada fácil.
Eu também , por motivos profissionais, estive por vários anos ausente da familia, visitando-os 3 vezes por ano e sei bem o quanto custa.
Beijinho.

Luís Galego said...

Bullshit é o termo certo. Não obstante, o prazer de ter dois filhos bem formados e bem colocados também constitui uma espécie de recompensa....sim, eu percebo, frases feitas não mesmo....

P.S Um abraço e Nova Iorque é decididamente a nossa cidade...

Patti said...

Essa frase "o dia de amanhã ninguém o viu", está no meu perfil. Disse-a o meu avô durante toda a sua longa vida de 97 anos e sabia o que dizia. Passou-a para mim.

Tb detesto frases feitas e noutro dia alguém levou a mal no seu blog porque eu as critiquei.

Eu ainda tenho a filha debaixo das asas e espero ter muito tempo. Mas sei também que por aqui, dificilmente será alguém. E a maior prova de amor será deixá-la partir, incentivá-la até.
E depois? E eu? Como fico?
Acho que como tu.
BULLSHIT!

f@ said...

"Pimenta nos olhos"... tu não sabes bem o ditado... não é nos olhos... nos olhos... quer pimenta quer refresco... faz arder...
depois digo-te o ditado certinho ... é facil basta tirar uma letra...
beijinhos das nuvens

Sunshine said...

Tenho os meus filhos pequenos, mas como te compreendo! Ontem à noite, às voltas na cama, lembrei-me que este Natal não o irão passar todo comigo BULLSHIT!
Beijinhos com raios de Sol

ruth ministro said...

Força.

Um beijo enorme para ti

Unknown said...

Olha, passei por aqui e gostei do teu cantinho.
Ainda não tenho filhos, mas tenho uma sobrinha que tenho criado desde os 3 anos, porque isso de "mãe, há só uma" tem muito que se lhe diga, falo por experiência própria...e também sinto os mesmos medos que tu.

Gostei...vou voltar...
Beijinhos...Fica bem!

BlueVelvet said...

D.Antónia,
então sabes do que falo.
Bullshit!
Beijinhos para ti também

BlueVelvet said...

Querido Luis
estás de volta e pelo que li na tua casinha, em força.
Já li e já lá vou comentar.
E tens razão:é a nossa cidade, sim.
Beijinhos e boa semana de volta ao trabalho

BlueVelvet said...

Patti,
eu sei que tens lá a frase. Acho até que passei a lembrar-me dela mais, depois que te visito:))
Se é isso que pensas, prepara-te.
Ou melhor, nem vale a pena preparares, porque só saberás o que custa de cada vez que a levares ao aeroporto, ou fizeres uma coisa para o jantar que ela adora e não estiver lá para comer, ou te lembrares do cheiro do seu cabelo, ou te apetecer abraçá-la, ou...ou...
Olha, merda de vida.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Fa,
grande peste, eu sei como é a frase...
Não pus porque sou muito envergonhada:))))
Beijinhos amiga

BlueVelvet said...

Sunshine,
pois é. E isso é só uma leve amostra.
Bullshit mesmo:))
Beijinhos, linda

BlueVelvet said...

Nuvem,
obrigada pela visita e pelo abraço.
Beijinhos linda escritora

BlueVelvet said...

Zabour,
também já te tenho visto aí pela vizinhança.
Obrigada pela visita, e volta sempre.
Veludinhos azuis

meus instantes e momentos said...

muito bem escrito, inteligente teus posts, gosto daqui.
Tenha uma bela semana.
Maurizio

JC said...

Não é fácil para nós pais, quando um filho se ausente, nem que seja por pouco tempo.Felizmente que nesta altura o meu só se ausenta por uma semana e vem aos fins de semana. Quando se tem apenas um filho e ele se ausente dá a sensação que a casa fica vazia.
Dentro de pouco tempo tê-lo-à perto de si ou então irá ter com ele. Dão um gande abraço e um grande beijo e "matam" todas as saudades.
Beijinhos

João Videira Santos said...

Na frase repetida, desabafo de mãe.

BlueVelvet said...

Instantesemomentos,
obrigada pela visita.
Volte sempre.
Veludinhos azuis

BlueVelvet said...

Jc,
obrigada pela suas palavras, mas a saudade nunca morre.
Cresce como uma erva daninha.
Beijinhos

BlueVelvet said...

João Videira Santos,
é mesmo.
Obrigada pela visita.
Veludinhos azuis

Donagata said...

Um beijo grande de solidariedade de uma mãe que também tem um filho ausente (embora menos) e a outra, agora cá, esteve no Japão!

É mesmo Bullshit! Não resolve, mas permite desabafar!

Um grande beijo

samuel said...

Linda Blue!
como eu te compreendo!!!
mas o Natal está quase aí... :)...

lá me "apropriei" do "cantigueiro" :)...
só para te deixar
beijocassssss
vovó Maria

cecília said...

Blue,
Passei por aqui e arrepiei-me quando li o seu texto...logo eu, que só com uma e na condição de "aindanãosaiumasjánãofaltamuito", tou toda virada do avesso só porque está a passar férias com os avós....
Bullshit?? Ao quadrado, ao cubo, a uma outra potência qualquer, porque quando toca aos nossos, definitivamente as garras saltam e nem "almofadinhas de veludinhos", azuis ou de outra cor nos valem!!

BlueVelvet said...

Donagata,
então entende-me...
Obrigada pela solidariedade.
Beijinhos e veludinhos

BlueVelvet said...

Vóvó,
que bom vê-la por aqui.
Já vou falar contigo.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Cecília,
é isso mesmo.
Quando nos bate à porta é que percebemos.
Obrigada pela visita.
Beijinhos