30 September 2008

IMPORTA-SE DE REPETIR ???


O meu não é um blog político nem gosto de escrever sobre política aqui, embora já tenha sido uma coisa que me apaixonava.
Hoje em dia, limito-me a comentar alguns blogs ou posts,e mesmo assim em casos especiais.
Naturalmente que as eleiçõs americanas e a gravíssima crise que se vive em Wall Street me preocupa e muito. Por razões familiares e como cidadã.
Este é portanto um momento especial para mim.
No dia 24 de Setembro, o Jornal de Negócios citava Warren Buffett, um dos mais conhecidos "gurus" dos mercados e apoiante de Henry Paulson, o secretário de Estado do Tesouro, na proposta que tem como objectivo dar um novo impulso ao sector financeiro, abalado por uma crise à qual o investidor chamou o "Pearl Harbor económico".
O multimilionário considera que o plano de Paulson, que visa injectar 700 mil milhões de dólares no sector financeiro dos EUA, é “absolutamente necessário” e que não há " Plano B " para a situação que se vive.
No entanto, hoje, a proposta foi rejeitada, e a Bolsa em Wall Street atingiu valores preocupantes.
Ouvindo os analistas económicos, apercebi-me que a não aprovação tem a ver com as eleições de 4 de Novembro dos membros do Congresso, que temem que os seus eleitores não entendam o porquê da aprovação do plano e não voltem a elegê-los.
Estão portanto a pôr as suas carreiras políticas à frente do interesse nacional e, provavelmente da economia mundial.
Para mim, esta sim, seria uma razão mais do que suficiente para não serem reeleitos, mas pelos vistos os americanos não pensam assim.
Cá estaremos para ver o que vai acontecer.

II


Foi com enorme curiosidade e expectativa que a semana passada fiquei acordada para seguir em directo o debate entre Obama e McCain. Mas a decepção foi grande. Talvez, habituada que estou a ver os nossos debates, em que os oponentes gritam, gesticulam, se interrompem ou falam ao mesmo tempo, estivesse à espera de um debate do mesmo género.
E o que vi foi um debate morno, sem momentos de frisson, entre um velho com cabeça de pirilau ( desculpem, mas é o que me lembra a careca do McCain) e um perfeito gentleman com 1,90, elegante e um grande borracho. Ah, e negro.
Confesso que esse pormenor me passou ao lado. Mas isso sou eu, claro.
Ou se quisermos, tecnicamente falando, um debate entre um homem jovem, com ideias claras e sensatas sobre política externa, sobre a guerra do Iraque e do Afganistão ( se eles não nos querem lá, o que estamos lá a fazer, perguntou ele), que se diz disposto a sentar-se á mesa com os seus opositores e discutir um plano de Paz, isto em termos de política externa, e um velho ( não está em causa a idade do Sr. McCain, mas as suas ideias) que quer continuar a política de Bush e que conseguiu o triste mérito de pronunciar a frase mais emblemática do debate:
- Quando olho para o senhor Putin vejo três letras escritas na testa dele: KGB.
Ora, a mim não me interesa as relações do sr. Putin com o antigo KGB, o que me assusta é o facto de McCain querer desenterrar os velhos fantasmas do passado e sobretudo perceber que na cabeça dele a palavra Guerra pisca constantemente, enquanto a palavra Paz está apagada.

É guerra com o Iraque, guerra com o Afganistão, guerra com o Irão, se possível até com o Paquistão.

Isto tudo dito por um homem que pode vir a ser o próximo Presidente dos Estados Unidos e que para cúmulo não consegue pronunciar correctamente o nome do Presidente do Irão Mahmoud Ahmadinejad e pensa que Zapatero é o Presidente de um país da América Latina, preocupa-me muito.

Tanto, que me apetece dizer:

- Importa-se de repetir?

29 September 2008

(1) ESTE COMENTÁRIO DAVA UM POST

Muito bonito...Gostei muito...Boa semana...Volto mais tarde...
Estes e muitos outros comentários altamente interessantes são deixados em posts espalhados pela blogosfera, o que me encanita.
Felizmente não tenho dessa raça no meu blog.
É claro que para tudo existem excepções. Eu própria, às sextas-feiras, depois do comentário, desejo bom fim-de-semana. Ou, se o blog pertence a uma amiga/o que está a passar por um momento difícil, mesmo que não haja post novo, passo por lá e deixo um beijinho ou um abraço apertado.
Mas por sistema, dizer isso e nada mais é no mínimo, estranho. Assim, que me sinto privilegiada por ter quem me leia e deixe comentários consistentes, concordantes ou discordantes, que me dão imenso prazer ler, e alguns deles, davam excelentes posts.
Esta semana tive dois, sem desprimor para para todos os outros, que me deram esta ideia.
Portanto, a partir de hoje, e sempre que tal acontecer, farei um post com os melhores comentários recebidos.
Esta semana, os dois a que me refiro, foram da Cecília e da Renard.
E quem é a Cecília? Pois não sei. É uma leitora, ( suponho que seja:))), que um dia entrou pelo meu blog dentro e deixou um comentário excelente.
Como sempre faço quando alguém me visita pela 1ª vez, fui ao blog dela agradecer a visita e conhecer o blog. Dei de caras com um blog aberto só a convidados.
A minha 1ª reacção foi não publicar o comentário. Não publico comentários anónimos ou de blogs aos quais não tenho acesso.
Mas houve alguma coisa naquele comentário que me levou a publicá-lo. E em boa hora o fiz.
Ela veio depois explicar que não tem blog, que só criou aquele para ter um endereço e poder passear-se no blogobairro.
E com isso ganhei uma leitora atenta, culta, que escreve maravilhosamente, que expõe as suas ideias de uma forma clara e sustentada, enfim, uma leitora que dá gosto ler. A começar por mim, já outras pessoas lhe disseram que devia mesmo começar um blog, porque acreditamos que tem muita coisa interessante para partilhar connosco. Mas não quero aqui insistir mais, dado que já explicou por que não o faz.
Quando se decidir sabe que estarei cá para ajudar no que puder e ler o que escrever.
E aqui fica o comentário:
Velvet,
O estado de espírito que imprimiu às suas palavras é-me familiar, por tantas e tão poucas razões daquilo que se nos atravessa na vida. Podem ser um desabafo, podem ser, tão só, palavras soltas que reuniu impulsivamente.Mas isso não interessa, só a si diz respeito e não me vou armar em analista de mentes à distância.Só posso comentar o que está escrito e guardar para mim as pseudo conclusões.
E o meu comentário é este:
- Todas as incertezas revelam raciocínio
- Todas as amarguras revelam sentimento
- Todas as cegueiras revelam vontade de ver
and last, but not the least
- Every single thought show that we're alive...(and that's the ultimate solution, don't you think??)
Beijinhos e bom fim de semana!!
27 de Setembro de 2008 8:12

O outro comentário veio da Renard, um membro da Tribo dos Afectos para a qual tive a honra de ser convidada há 3 semanas.
A Renard é uma raposinha matreira que cativa logo quem a conhece, uma miúda doce, amorosa, divertida, prá frentex, super culta e que dá dos melhores abraços do mundo. E porque nos cativa, faz com que nos sintamos responsáveis por ela.
Alías, como todas nos sentimos nesta Tribo.
Aqui fica o comentário dela:
Hi soft Blue Velvet:
Don't ask me why, but I feel like writing in english when I comment in your blog. Maybe it's because I know you feel confortable with the language and because, having been born in South Africa and living there for 9 years, my most intamate and private thoughts are always constructed in english.
You know what reading your poem brought to my mind? The aria "Vesti la Guibba" from Leoncavallo's "Il Paliacci".(At this point you must be wondering why a 28 year old listens to arias and operas... Well, I love(d) Pavarotti (even got a small statue of him) and that's my favourite aria because it represents a great part of how I felt during my life. Making others around me laugh when I whilst I was shattered inside. I'd "put on the costume"...Well, that's the "feel" I got from the poem. We must all fulfill are social obligations by smiling on demand and acting good spirited even if we feel like telling everyone to leave us alone and just shut the f*** up...Well, I've evolved. I never smile if I don't feel like it and if I'm ill-spirited, my face is transparent. People know it's best to stear clear.I can't live trying to please everyone. If they don't like me, then all they have to do is just stay out of my way...Sorry for the outburst...
But as you said, we may have to "fake" feelings but never amongst friends.
Big kiss sweetie and a nice big hug... One of those you enjoyed so much... :)

28 September 2008

MR.BLUE EYES


Há pessoas que, não sei porquê, acho que nunca vão morrer, e depois quando acontece fico com um sentimento de incredulidade que mesmo a mim me espanta.
Não sei explicar porquê.
Este ano tem sido fértil em desaparecimentos que dóiem. Porque além de tudo, os que se foram tinham algo de magia e beleza.
Agora foi Paul Newman. Não sendo da minha geração, gostava tanto dele que vi os filmes actuais e os antigos.
Ele era a prova viva que Hollywood não tem necessariamente de ser uma coisa má. Com gente má, drogas, promiscuidade e tantas outras coisas de que nem desconfiamos.
Talentoso, lindo, charmoso, solidário, com um casamento de décadas, excelente pai, era um Senhor.
Robert Redford grande amigo dele, disse:
-Há alturas na vida, em que não existem palavras para exprimirmos os nossos sentimentos.

Paul Newman's quotation em 2002:
"I used to make three pictures a year, and now I make a picture every three years. Things change. There have been a lot of good things out there, but they weren't the kind of pictures that I wanted to make. I didn't want to do pictures about explosions. I don't want to do pictures about shattered glass and broken bodies and blood. That just doesn't interest me."

Mais uma vez me rendo, sob protesto, à inevitabilidade da morte.

27 September 2008

SEI LÁ


Ando assustadoramente pouco inspirada. Terminei um livro óptimo onde não fiz sublinhados. Comecei outros três e olho sem grande interesse para uma pilha que tinha decidido ler. Não tenho paciênia para ler a infinidade de mails, daqueles que correm por aí e me enchem a caixa de mails. Leio o meu Filofax por necessidade. Já não sei se ainda quero o que eu queria no princípio do ano. Ou achava que queria. Vou precisar inventar outras certezas. As coisas palpáveis, nem as sei sonhar já.
Nem as outras. Os meus sonhos ficaram meio enevoados, como o sorriso da Monalisa. Tornaram-se um enigma até para mim, e pior, parecem sorrir em todas as direcções. Não um sorriso aberto, dentadura à mostra, mas um sorrisinho irritante de não saber ...se...ou...
Assim, embora eu tivesse uma dúzia de coisas interessantes para escrever, olho para o espelho e encolho os ombros.
Não é desprezo, não é frustração, não é tristeza, não é.
Nem podia ser ou podia bem ser, quem sabe.
É um fosco de quem só consegue ver de perto.
Ando míope, não sei onde coloquei o que buscava.
Até perdi o lápis atrás da orelha.

26 September 2008

( 1 )VENHA DE LÁ UMA IMAGEM

Respondendo ao Desafio que fiz aqui o Oliver, Mr. Pickwick do Condado de Deux Chevaux, enviou-me esta imagem

com o seguinte texto:
Se a Velvet fosse uma imagem, a veria como aquela da Marilyn sobre a grade de exaustão de uma estação de metrô. Em vez de preocupar-se com as pernas à mostra, divertiu-se com o incidente.
Descontração em momentos de "crise" não é para todos. ;)
Oliver Pickwick
É curioso que há bem pouco tempo aconteceu-me esta situação e foi muito divertido. Além disso adoro Marylin. A sua vida, o mistério da sua morte, tudo me fascina nela.
O que vem provar que Mr. Pickwick me conhece muito bem.
Obrigada Oliver.

25 September 2008

RECORDAÇÕES



Um dia a gente acorda com uma dor
dentro do peito
brinca para esconder,
faz-de-conta,
inventa cataventos coloridos
(ah, os sentidos!).

E gira, gira, gira
aperta tudo em vertigem
até caber direitinho
numa gaiola dourada
onde mora um bonito passarinho.

Fica quieta,
boquiaberta,
ouvindo o canto preso
na alma da saudade
essa palavra.


Não se pode viver de recordações. É como se estivessemos em coma, com sistema de vida assistido. Se desligarem os fios da memória, morre-se.

24 September 2008

A MINHA ALMA



"A minha alma, por dentro, ninguém a vê"


... E as lágrimas que choro, ...
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
Florbela Espanca


23 September 2008

OUTONO EM OUTRAS PARAGENS


Não sou mulher de meias tintas. De coisas mornas. De amorzinhos. De coisas assim assim. Gosto de países tropicais com muito calor ou de grandes nevões. Gosto de cores vivas, fortes ou de branco. Não sei gostar poucochinho, ou gosto muito ou não gosto nada.
Por isso não gosto do Outono.
É uma estação que fica no meio. No meio do Verão e do Inverno. Não se sabe o que vestir. Faz calor de dia e frio à noite. Não é nem deixa de ser. É como aqueles homens indecisos que não sabem se optam pela mulher ou pela amante, e no entretanto enganam as duas.

E aquela conexão com o Outono da vida, coisa mais deprimente e triste. E aquela história de que todas as estações têm a sua beleza como todas as idades, para mim é conversa para boi dormir.
E boi não precisa de conversa para dormir.
Tal como eu.
E as folhas caídas. Como podem ser as folhas caídas bonitas, se deixam as àrvores nuas, despidas, tristes. Por alguma razão lhes chamam folhas mortas.
Mas há um sítio, onde o Outono tem uma coisa que adoro. É um período de tempo curto, que leva centenas de turistas ao local para verem tão belo espectáculo ( Fall Leaf Peeping ). É realmente de tirar a respiração de tão belo que é.
Na região da Nova Inglaterra, há um espacinho de tempo, normalmente desde o princípio do Outono até ao Thanksgiving, em que todas as folhas das àrvores mudam de verde para um laranja encarniçado. Uma côr quente e linda, que em grandes extensões nos permite observar uma paisagem maravilhosa.
Não dura muito até que se tornem castanhas e depois caiam, para dar lugar ao Inverno.
É assim como se a própria natureza tivesse o seu canto do cisne.
Ah como eu tenho saudades dessas àrvores e desses Outonos que me reconciliavam um pouco com a inevitabilidade do tempo que passa.

22 September 2008

( 19 ) NÃO RESISTI

21 September 2008

DIA INTERNACIONAL DA PAZ - WHEN WILL THEY EVER LEARN?



No dia 21 de Setembro de 2006, ( foi declarado a 7 de Setembro de 2001) por ocasião do Dia Internacional da Paz, Kofi Annan afirmou:

A Assembleia Geral da ONU proclamou o Dia Internacional da Paz como um dia de cessar-fogo e de não violência em todo o mundo. Desde então a ONU tem celebrado este dia, cuja finalidade não é apenas que as pessoas pensem na paz, mas sim que façam também algo a favor da paz.

Não tenho poder para fazer mais do que recordar o dia e deixar aqui esta extraordinária canção, talvez a mais famosa como manifesto anti guerra, composta por Pete Seeger, e aqui cantada por Peter, Paul and Mary.

Que hoje a vossa família esteja em Paz e esta se espalhe pelo Mundo.

Where have all the flowers gone,
long time passing?
Where have all the flowers gone,
long time ago?
Where have all the flowers gone?
Gone to young girls, every one!
When will they ever learn,
when will they ever learn?
Where have all the young girls gone,
long time passing?
Where have all the young girls gone,
long time ago?
Where have all the young girls gone?
Gone to young men, every one!
When will they ever learn,
when will they ever learn?
Where have all the young men gone,
long time passing?
Where have all the young men gone,
long time ago?
Where have all the young men gone?
Gone to soldiers, every one!
When will they ever learn,
when will they ever learn?
And where have all the soldiers gone,
long time passing?
Where have all the soldiers gone,
long time ago?
Where have all the soldiers gone?
Gone to graveyards, every one!
When will they ever learn,
when will they ever learn?
And where have all the graveyards gone,
long time passing?
Where have all the graveyards gone,
long time ago?
Where have all the graveyards gone?
Gone to flowers, every one!
When will they ever learn,
oh when will they ever learn?
Where have all the flowers gone?
Long time passing.
Where have all the flowers gone?
Long time ago.
Where have all the flowers gone?
Young girls picked them, every one.
Oh, when will they ever learn?
Oh, when will they ever learn?

20 September 2008

ENTRE NÓS


Entre portas
Entre a porta da sala, encostada à porta da cozinha.
Acabas por revelar, muito indirectamente, o que há muito te andava a avisar... não se manda nele, não se comanda, não se desliga o botão, não se evita... ou melhor, pode-se evitar durante uns tempos, dar-lhe outros nomes para no intímo não assumirmos o que se passa, mas mais cedo ou mais tarde ele fala mais alto que a razão, a lógica que pensamos querer...
Um cigarro para relaxar, acalmar o cérebro.
Entre janelas.
Não vais admitir nunca, isso iria completamente contra a tua personalidade fria, distante e avessa a romantismos. Mas tal como disseste ontem, e sem saber estavas a dar-me razão, nós adaptamo-nos, somos mais flexíveis e surpreendemo-nos a nós mesmas com atitutes e palavras que julgávamos nunca ser capazes de fazer ou dizer...
Entre linhas.
Tentaste virar a conversa, fugir para não admitir... não era o admitir perante mim, tu sabes que eu sei, acho que soube primeiro que tu, era não admitir para ti mesma... Admitir que te adaptaste, admitir que gostas do que sentes, gostas do diferente, do novo, da emoção, da loucura, do pseudo que não é pseudo, e sentes falta quando não está, deixou de ser vício para ser desejo, vontade de estar, de ter... a isso eu chamo paixão, e apaixonada?
Entre nós.
Estás sim senhora...

Adenda: Pelos comentários deixados, já percebi que este post levou a que pensassem que é um estado de alma meu. Não é. Não estou apaixonada e se estivesse também não o poria aqui. Foi só um texto que me saíu, fruto de uma conversa com uma amiga.
Beijinhos para todos

19 September 2008

ÔNIBUS 174

Escrevo ainda debaixo da emoção com que vi a 1ª parte de um filme cuja apresentação anunciaram na Sic há uns dias, e que quando vi disse para mim própria:
- Tenho que me lembrar de não ver.
Mas por uma qualquer coincidência, eu que raramente vejo televisão, estava em frente do écran quando o filme começou.
E como começa com imagens da Cidade Maravilhosa sentei-me " só para ver o início".
Mas fiquei agarrada desde os primeiros minutos.
À medida que o filme ia avançando fui ficando cada vez mais angustiada e presa, até ao fim.
Primeiro filme de José Padilha, realizador de "Tropa de Elite", "Ônibus 174" (2002) nasceu como alternativa à versão que as televisões e a imprensa deram do caso, contado do ponto de vista da polícia ou das reféns. Não houve qualquer tentativa para explicar a atitude do sequestrador, e foi isso que Padilha foi investigar.
O filme começa com a câmara a sobrevoar os morros e paira sobre uma vertigem de favelas.
Se esta é a cidade de Deus, Deus deve sentir-se pequenino.
Mas não é um filme sobre o sequestro de um autocarro no centro do Rio de Janeiro.
É um filme sobre como toda uma ordem social gera violência. Mostra como a violência é um recurso para alcançar visibilidade, existência social: a luta do sequestrador, como a de todos os meninos de rua, diz a certa altura um sociólogo entrevistado no filme, é "contra a invisibilidade".
A 12 de Junho de 2000, o Brasil assistiu em directo, e durante mais de quatro horas, ao sequestro do autocarro 174, no Rio de Janeiro. As forças da polícia foram incapazes de isolar a área, as imagens que as equipas de televisão registaram não podiam estar mais perto do rosto do sequestrador. Uma refém escreveu num dos vidros, a bâton: "ELE VAI MATAR GERAL ÀS 6HS". A presença das câmaras paralisou a polícia (um tiro certeiro no crânio não resultaria muito bem em televisão, porque iria espirrar miolos nos vidros, diz um dos polícias...) e mobilizou o sequestrador, que ameaça: "Isto aqui não é filme de acção, não! É para o Brasil ver mesmo..."Assim, quando ele dispara um tiro no interior do autocarro sobre um alvo invisível parece "bluff " - e é "bluff "...A biografia de Sandro, o sequestrador, é um desastre. A mãe foi degolada à sua frente quando ele tinha 8 anos, pai não conheceu, a palavra avó não tinha significado para ele. Com 8 anos tornou-se um menino de rua. Sobreviveu ao massacre da Candelária.
Durante anos deambulou por ruas e prisões cariocas, reunindo condimentos para um cocktail explosivo que culminou com o sequestro do autocarro. Sandro do Nascimento é o perfeito exemplo dos meninos "invisíveis", que estão por todo o lado, mas ninguém os vê, ninguém os quer ver, ninguém os ouve, ninguém os quer ouvir, mas todos sabem que existem... Sandro do Nascimento era um dos muitos malabaristas de rua que tentam, em vão, chamar a atenção de todos os que passam.
Como escreveu o cronista e cineasta Arnaldo Jabor:
"Ônibus 174, além de ser um dos melhores filmes de nosso cinema, é um crescimento para nossa consciência política. Vejam esse filme, vejam esse filme, chorem com ele! Falem para todos que não dá mais pé vermos o show da miséria que começa com menininhos fazendo malabarismos nos sinais de trânsito e termina tratando-os como ratos mortos à nossa frente."
E eu chorei sim. Chorei por ele e por todos os meninos de rua, sejam eles do Rio de Janeiro ou de Lisboa. Que também os há.
E achei ridículo que para apaziguar as nossas consciências, ponhamos selos nos nossos blogs clamando por Darfur, pela independência do Tibete, pelos refugiados, mas viremos a cara às crianças que na nossa cidade estendem a mão à caridade à porta dos supermercados ou nos semáforos enquanto vendem pensos rápidos.
Devemos chorar sim, por eles e por nós, que somos todos tão bonzinhos mas não fazemos nada para ajudar, não abdicamos de nada nem do supérfulo e quando chega a altura, o extermínio seria no entender de muitos se não da maioria, a melhor solução.
Como diz Arnaldo Jabor "Vejam esse filme, vejam esse filme, chorem com ele!"
Nota: Escrevi este post recorrendo a algumas notícias da net

18 September 2008

INJUSTIÇAS


Quando os homens nos acusam de futilidades inomináveis é uma ingratidão. Nunca entenderão, quanto mais retribuírem, os sacrifícios a que, por amor deles, nos sujeitamos. Nem falo dos partos e miudezas femininas de que os podemos ilibar. O quotidiano basta.
Há aquela arenga que todas partilhamos de nos arranjarmos em primeiro lugar para nós próprias, depois para as outras mulheres e por último para eles.
Falácia, pura falácia...
Arranjamo-nos como quem faz fitness da auto-estima, para nos sentirmos ao nível das outras mulheres e em nada desfavorecidas perante os homens. Alguém imagina um bando de mulheres numa ilha isenta de bicho-homem a pôr rimel nas pestanas ou perdendo tempo com as sobrancelhas? Claro que não... Seria o desleixo, o deixa-andar, salvo se alguma quisesse imitar o Santo António e em vez de discurso atirar com sedução aos peixes.
Ou seja, arranjamo-nos para eles e desmentir é ocioso.
Adiante.
Tomemos um exemplo: arranjar as sobrancelhas. É actividade que carece de conhecimentos de geometria, estática e precisão. A pinça é uma alavanca interpotente que obriga a atinar com o fulcro e respectiva gestão da resistência. Um lápis com o centro na ponta do nariz deve descrever um ângulo que começa pelo canto interior do olhos e termina no canto externo. Essa deverá ser a dimensão da sobrancelha. O maior raio da curva passará pela pupila, e o lápis deverá precisar esta localização. Da curvatura do arco desenhado depende a nossa expressão:
- arqueadas e finas para perplexas,
- direitas para inexpressivas,
- alongadas para olhos grandes e sedutores.
Isto numa pequena área do rosto. Agora configurem os conhecimentos adquiridos para uma sessão de maquilhagem...
Abordemos o lado masculino da questão:
- homem que num belo dia resolva vestir os inenarráveis calções do ano anterior e se depare com volumosa incapacidade de se observar apertando-os, salvo ao espelho. Vira-se de um e de outro lado, com a barriga apertada até à eminência de uma apoplexia.
Ar avaliador e pensativo. Conclui, relutante, que engordou.
De seguida, abana a cabeça, salta a tampa de uma cerveja e estira-se no sofá.

17 September 2008

MAMMA MIA




Cartaz do Musical na Broadway



Quando há 5 anos atrás vi que estava em cartaz na Broadway um musical chamado "Mamma Mia" baseado nas músicas dos Abba, fiquei muito desconfiada.
Mas o sucesso era tão grande e as críticas tão boas que não resisti e fui ver.
Adorei.
Além da história muito divertida, das interpretações magistrais e naturalmente das músicas todas conhecidas, o que tornou o espectáculo inesquecível foi o facto de, quase que desde o início todos os espectadores terem começado a cantar em coro com os artistas, e a certa altura estávamos todos em pé a cantar e a dançar.
O filme só podia ser ainda melhor, dado que usou recursos impossíveis no teatro, desde logo o facto de as filmagens terem sido numa maravilhosa ilha grega.
Como bónus ainda nos dão Merryl Streep a cantar, o que prova a maravilhosa artista que é, e o senhor Pierce Brosnan que como sabemos é uma festa para os olhos.
Depois, há a música.
Aproveitando o escurinho do cinema, é difícil não trautear canções como, " Super Trouper", "Dancing Queen" ou " I have a dream".
Aliás, bom mesmo era que seguissem o exemplo dos americanos, e distribuíssem as letras das canções à entrada.


Para quem andar de humor baixo astral, recomendo vivamente: não há tristeza que resista.

16 September 2008

LEHMAN BROTHERS



O quarto maior banco dos EUA declarou falência. A consequência imediata foi a queda generalizada nas principais bolsas.
Durante dias procuram uma solução para o Lehman Brothers. Todas as negociações tiveram como resultado o insucesso. Desta vez até o governo americano se mostrou indisponível para salvar o banco. Mesmo para o país mais rico do globo começa a ser esforço financeiro a mais.

O site do Diário Económico de hoje vai dando registo da evolução do drama:

18:31• Quatro companhias do grupo na Europa tentam reorganizar-se para escapar à falência
18:10 • Lehman discute venda da sua unidade de investimento
16:05 • FMI espera mais perdas resultantes da crise do crédito
13:35 • Fed pode cortar juros com falência do Lehman já amanhã
13:03 • Falência do Lehman é a maior de sempre nos Estados Unidos
07:40 • Fed anuncia medidas para ajudar sistema financeiro
00:05 • Lehman sem soluções

De tudo quanto fui lendo sobre esta matéria, o que mais me chamou a atenção foi o que escreveu o Prémio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, no Diário Económico, de 15 de Abril: "Os EUA tiveram, pela primeira vez desde a Guerra da Independência, há cerca de 200 anos, de pedir apoio financeiro ao estrangeiro porque os níveis de poupança das famílias norte-americanas são próximos de zero. A dívida pública aumentou 50% em oito anos, sendo que 1 bilião se deve ao esforço de guerra – valor que deverá mais do que duplicar na próxima década".

No mesmo artigo Stiglitz concluía "Ninguém acreditaria que uma administração pudesse causar tantos danos em tão pouco tempo. Os EUA e o mundo vão ter de pagar a factura durante muitos e longos anos."

No último dia 12, o mesmo Stiglitz escrevia “Mesmo o maior e mais rico país do mundo tem recursos limitados. A guerra do Iraque tem sido financiada inteiramente com recurso a créditos. Aliás, em parte por causa disso, a dívida nacional dos EUA aumentou dois terços em apenas oito anos. Mas não é tudo: o défice relativo a 2009 está calculado em mais de meio bilião de dólares, excluindo os custos do socorro financeiro a instituições e o segundo pacote de estímulo económico que quase todos os economistas agora dizem ser urgente.”

Para além de todos os custos que a guerra do Iraque teve, aqui está mais um. Este, pelos vistos mais do que a perda de vidas e o sofrimento dos povos, parece que todos entendem.

Então alguém me explica o sucesso da atrasada da Mrs. Palin?

E alguém explica a McCain que ele é que é candidato a Presidente e não a retrógrada dama?

E já agora, não haverá alguém disponível para explicar isto aos americanos que votam?

Ai que danação!

15 September 2008

UMA TARDE DIFERENTE


Há muito tempo que me confunde o facto de os bloggers do Norte do País terem a capacidade de organizar jantares divertidos, onde as pessoas se conhecem, cantam, dançam, trocam lembranças e onde, quiçá se começam boas amizades.
Nunca fui a nenhum por razões que não vêm ao caso, mas pelo que vejo nos blogs acredito que sejam muito agradáveis.
Então porquê que as pessoas de Lisboa não são capazes de fazer o mesmo?
Mistério! Só pode ser.
E ainda se fossem só com pessoas do Norte. Mas não. Há quem vá de Lisboa de propósito. Portanto, o defeito só pode ser nosso.
Qual, ainda não descobri.
Mas, surpresa das surpresas, sábado à noite, assim, sem esperar, recebi um convite para lanchar no Parque das Nações com uma blogger que até nem conhecia bem, mas que percebe muito de Afectos e mais uma Fada, uma Raposinha e uma Girafa cor-de-rosa.
Um grupo heterógeneo, com mulheres de todas as idades, que me deu imenso prazer conhecer. Demos à língua durante horas numa esplanada muito simpática mesmo ao pé de um vulcão de àgua que passou o tempo a tentar a raposinha.
Falámos de tudo, rimos, até parecia que nos conhecíamos há muito tempo.
Ficámos clientes umas das outras. Deixámos de ser vizinhas só virtuais, o que vem provar que há condomínios de luxo também em Lisboa.
Que bom!
Meninas, adorei.
Obrigada.

14 September 2008

TROCA PARA MARCAR


Teias,
e
Traços,
e
Linhas
e
Trocas
e
Marcas

Em Veludos Azuis


A SU lançou um desafio que eu aceitei e que consistia em fazer um marcador para livros, no material que se quisesse, com uma ilustração ou colagem e uma frase ou excerto que nos tenha marcado (indicando o nome do livro e do autor) e assinar.
Depois, fez um sorteio entre os concorrentes de modo a agrupar-nos em pares para que trocássemos entre nós os marcadores e a mim calhou-me uma querida de Aveiro, hehe, a Sandra Daniela que tem o blog “Traços e Linhas”.Além disso, deveríamos sugerir uma lista de livros para ler durante as férias. O dia marcado para postarmos os trabalhos foi 14 de Setembro, portanto, aqui ficam as fotos do meu dragãozinho e dos dois marcadores que a Sandra me mandou.

É que ela achou que um era pouco:))
Um deles devo dizer que tem um trabalho feito em Arraiolos, imaginem só.
Do que não posso deixar a fotografia é da caixinha de ovos moles que ela também me enviou...porque já os comi todos, pois claro.
A lista de livros, como não conhecia os gostos da minha parceira foi surtida, e aqui fica:


A Sombra do Vento de Carlos Ruíz Zafón
As Velas Ardem até ao Fim de Sándor Márai
Uma Chuva de Diamantes de Sveve Casati Modignani
Jardim Encantado de Sarah Addison Allen
Equador de Miguel Sousa Tavares

e a Citação foi a minha preferida: Carpe Diem















E agora digam lá que a blogosfera não tem coisas lindas?

13 September 2008

( 4) 6 MÚSICAS



Nunca fui fã de ninguém, porque abreviatura de fanático, e de fanatismos quero distância. Mas tenho, naturalmente as minha preferências quer quanto a músicas, cantores, artistas de cinema, pintores, etc.
Curiosamente, tive o privilégio de até hoje, ter assistido, ao vivo a espectáculos de todos os grupos ou cantores de quem gosto superlativamente. Sauf, ó ironia triste, àquele que para mim, está acima de todos: Freddy Mercury, com ou sem Queen.
Conheço a sua vida, tenho todos os seus discos e conheço quase todas as letras de cor.
Há uns anos, de um dia para o outro a minha vida mudou.
Na verdade foi de uma noite para uma manhã.
O meu mundo era um quando me deitei e passou a ser outro quando me levantei.
Tudo o que tinha como certo desapareceu. Depararam-se-me situações que nunca pensei viver e tive que tomar decisões dolorosíssimas, sozinha, porque quem as devia ter tomado se eximiu a fazê-lo.
E um ano após tal ter acontecido, jantando num restaurante do qual gostava muito, bebendo uma flute de champagne, senti-me mal e só tive tempo de dizer:
- Vou morrer. Ajudem-me.
Quando tomei consciência do mundo que que me rodeava, não conseguia andar e essa situação manteve-se por 3 longos e muito sofridos meses.
Uma depressão reactiva a tudo pelo que tinha passado, afectou-me o sistema nervoso central e o equilíbrio. Não que tivesse perdido o movimento das pernas: tinha perdido o equilíbrio e só conseguia andar amparada. As coisas mais comezinhas, como deslocar-me à casa-de-banho, eram feitas amparada. Só ao fim de 3 meses de uma via sacra que me levou a médicos de várias especialidades e que não descobriram o que tinha, alguém teve a brilhante ideia de me levar a um psiquiatra em Nova Iorque, que mal soube o que se passava me diagnosticou a doença e me medicou.
Começou aí outra via sacra, que decerto não teria acabado sem a ajuda e apoio de toda a família, sobretudo dos meus filhos.
Foram 2 anos a não poder sair de casa sem ser acompanhada, sem querer sair do escuro do meu quarto, sem sequer querer lavar-me, pentear-me ou sair da cama. Eram ataques de pânico dolorosos que me deixavam inerte.
A pouco e pouco as melhoras foram aparecendo. Uma ida ao cinema era uma vitória. Conseguir fazer um jantar num restaurante, até ao fim, outra. No início só conseguia escolher a ementa e logo tinha que me vir embora.
Passar a alguém, na mesa, um jarro de àgua sem tremer tanto que não o deixasse cair, outra.
E chegou o dia, em que consegui meter-me num avião sózinha e viajar para Nova Iorque. Nem o médico acreditava que o conseguisse fazer.
Por isso, quando oiço alguém dizer que as depressões não existem, que são doença de rico ou que estão na cabeça das pessoas, só me apetece matá-las.
Estão na cabeça, sim, mas são uma doença, que hoje, por a ter estudado exaustivamente, sei exactamente como e porquê acontecem.
Durante esse período, mais do que em qualquer outro, ouvi até à exaustão música e, claro, Queen e Freddy Mercury.
A canção que mais me apaziguava e que por isso hoje está intimamente ligada à minha vida, é The Show Must Go On.

Por isso é, obviamente a minha 4ª escolhadeste desafio.

"Empty spaces - what are we living for?
Abandoned places - I guess we know the score...
On and on!
Does anybody know what we are looking for?
Another hero - another mindless crime.
Behind the curtain, in the pantomime.
Hold the line!
Does anybody want to take it anymore?
The Show must go on!
The Show must go on!
Inside my heart is breaking,
My make-up may be flaking,
But my smile, still, stays on!
Whatever happens, I'll leave it all to chance.
Another heartache - another failed romance.
On and on!
Does anybody know what we are living for?
I guess i'm learning
I must be warmer now...
I'll soon be turning round the corner now.
Outside the dawn is breaking,
But inside in the dark I'm aching to be free!
The Show must go on!
The Show must go on! Yeah!
Ooh! Inside my heart is breaking!
My make-up may be flaking!
But my smile, still, stays on!
Yeah! oh oh oh
My soul is painted like the wings of butterflies,
Fairy tales of yesterday, will grow but never die,
I can fly, my friends!
The Show must go on! Yeah!
The Show must go on!
I'll face it with a grin!
I'm never giving in!
On with the show!
I'll top the bill!
I'll overkill!
I have to find the will to carry on!
On with the,
On with the show!
The Show must go on.
(música e letra – Queen)






Nota: Fadinha desculpa, mas há coincidências incontornáveis.

12 September 2008

O DIA EM QUE CONHECI PINOCHET

O dia de ontem, em que se recordaram dois acontecimentos terríveis para a história da humanidade, trouxe-me à memória uma efeméride da minha vida, que não tendo qualquer significado prático, não deixa de me encher de orgulho de mim própria e me faz voltar a sentir o frisson que senti naquele dia.

Passou-se há 1o anos.
Estávamos, eu, o meu marido e os meus filhos, hospedados no Intercontinental do Rio de Janeiro, de férias.
A segurança naquele hotel é apertadíssima, não só por ser o hotel que é, mas porque fica localizado junto de uma das maiores e mais perigosas ( embora eu a tenha visitado, mas isso fica para outro dia) favelas do Rio: a Rocinha.
Além dos seguranças fardados que se passeiam por todo o hotel, há também muitos à paisana, e o acesso aos elevadores é feito num hall, onde para entrar há que passar por 2 seguranças, daqueles tipo armário.
Normalmente era preciso mostrar o cartão ( chave ) do quarto para passar, mas como já nos conheciam poupávam-nos a esse trabalho, sobretudo quando eu ia sózinha com as crianças.
Costumávamos ficar sempre no último andar para desfrutar a vista soberba e para ver as dezenas de parapentes e asas delta que vinham quase ter à nossa janela, dada a proximidade da Pedra Bonita, sítio de onde eles se lançam.
Nesse ano foi-nos dito que teríamos que ficar no andar abaixo, dado que na data em que que lá íamos ficar o último andar já estava todo reservado.
Uma manhã, seguindo a rotina habitual, levantámo-nos às 6 como sempre e vestimo-nos para ir tomar o pantagruélico pequeno-almoço na sala ao ar livre junto da piscina. Era uma festa que nenhum de nós perdia por nada.
Dirigimo-nos ao elevador e esperámos que o mesmo chegasse. Os meus filhos tinham o fato de banho e uma t-shirt vestida e eu um conjunto de praia sobre o biquini. O meu marido tinha ficado de descer daí a uns 10 minutos.
Quando o elevador chegou, a porta abriu-se e vi 3 homens vestidos de fato completo, o que ali não era muito normal. Mas não me detive nesse pormenor.
Dei um passo em frente com as crianças e ao mesmo tempo dois dos homens puseram-se à frente do 3º homem e disseram:
- The lift is full.
Ora, o lift tinha uma lotação de 10 ou mais pessoas, já nem sei. Mas 3 não era, como é óbvio.
Com um pé dentro e outro fora do elevador e os meus filhos atrás de mim, olhei para cima para a cara dos homens porque eles faziam 2 de mim, e de repente reconheci o 3º homem.
As minhas pernas começaram a tremer, mas agarrei nos miúdos pela mão, olhei-o nos olhos e disse-lhe:
- The lift is not full and we are going down.
Ele murmurou não sei o quê aos 2 homens e eles afastaram-se para entrarmos.
As portas fecharam-se e o elevador começou a descida dos 13 andares que nos separavam do lobby.
O tal homem olhou-nos e disse com ar gentil:
- Spending holidays?
- Yes.
- Wonderful town...
Não sei o que me deu, mas olhei-o bem nos olhos e respondi-lhe:
- It usually is. But not with you around.
E apertando a mão dos miúdos, continuei:
- Take a good look at this men. He is a murder and probably this is the closest you will be to such a monster.
Não se ouviu mais um som até as portas se abrirem.
Saímos e atrás de nós saiu o General Pinochet com os seus seguranças.
Só parei na recepção onde me encostei ao balcão a chorar de nervoso. Foi ali que o meu marido me encontrou, com os miúdos aflitos sem terem percebido nada. Quando lhe contei o que acontecera, ele disse-me:
- Você é doida varrida.
Se calhar sou e tenho consciência que aquilo não serviu para nada, mas ainda hoje quando me lembro fico toda inchada.
Mais ainda quando os meus filhos contam aos amigos que a mãe chamou monstro e assassino ao General Pinochet, num elevador de um hotel, a caminho do pequeno-almoço.

11 September 2008

7 ANOS DEPOIS - PARA QUE NUNCA SEJA ESQUECIDO




Estava sentada no Ayer, o meu cabeleireiro de toda a vida, com a cabeça no lavatório já meia lavada, quando a menina que me atendia interrompeu o trabalho e me deixou sentada na cadeira.

Achei estranho e mais estranho achei quando ela me chamou com voz alterada:
- Ó sôtora, venha cá. Já viu? Estão a atacar a América.
Pensei para comigo: - coitada, não sabe o que diz. Atacar a América! Como se fosse possível.
Mas levantei-me, com os cabelos todos molhados e dirigi-me à sala onde estava a televisão a tempo de ver um avião entrar por uma da torres do World Trade Center.
Pensei:- Meu Deus, que tragédia. Como pode um acidente destes acontecer?
Mas não era um acidente. Fiquei ali especada, com a àgua a escorrer-me pelas costas, a ver o fumo, as pessoas todas brancas a fugir, quais fantasmas sobreviventes de um mundo que acabara de desaparecer, sem saber o que pensar, sem perceber o que se estava a passar, sem sequer me lembrar que tinha lá um filho.
Só quando o meu telemóvel tocou e ouvi uma voz soluçante que dizia:- Mom, estão a atacar Nova Iorque , mas eu estou bem - é que percebi que algo para além da minha compreensão estava a acontecer.
De facto, os nova-iorquinos e quem lá estava pensou que a cidade estava a ser atacada.
Lembro-me que as lágrimas começaram a rolar-me pela cara abaixo e não pararam mais.
Comecei a ver pessoas a atirarem-se das torres, depois a desmoronarem-se, e a cada minuto repetiam as imagens dos aviões a entrar pelos edifícios dentro.
Não é filme, repetia eu. Não é filme.
Não era, mas por mais que reveja aquelas imagens, parece-me sempre que é a 1ª vez que as estou a ver.
Obriguei o meu filho a apanhar o 1º avião para Portugal e quando o vi são e salvo, agradeci a Deus. Mas percebi que ele tinha um olhar de incredulidade que nunca lhe tinha visto.
Não me interessam para nada as teorias que desde aí se montaram e desmontaram para encontrar os verdadeiros culpados daquele horror.
Aquele foi um acto que envergonha toda a Humanidade.
O Mundo, como o conhecíamos, nunca mais foi igual depois do nine eleven.

10 September 2008

RISCOS CALCULADOS


Tiques, trejeitos e hábitos jogam ao gato e ao rato com a consciência. Irrompem sem filtro e são, definitivamente, delatores.
A postura feminina muda perante homens ou mulheres. Mulher entre pares endireita as costas, opta pelo conforto da coluna e sobe decisivos centímetros que lhe assegurem mais-valia. Passada a imagem inicial, e se a conversa empolgar, desleixa a atitude – puxa as calças descaídas, desce o top ou recoloca en su sitio o fio lateral da cuequinha. Tudo discreto, descomprimido e à revelia da consciência.
Tradução: estou no habitat com o qual me identifico.
Frente a um homem a atitude difere - ombros para trás evidenciando o peito, rabo para fora e barriga para dentro. Tudo somado, dá escoliose dorida.
Se em pé, avança uma perna relativamente à outra. Finalidade: valorizar a anca e demais atributos. Diálogo longo obriga ao automático: passar o peso de um pé para o outro, suavemente, acompanhando o bamboleio com o cabelo. Uma arrojada, dardejará no olhar dele, o dela. Iluminará os lábios humedecendo-os com a língua. Pelo vagar do gesto, ele poderá avaliar quão impressiva foi a imagem deixada e... os riscos que corre.
Eles com elas: esticam-se, confundem as mãos até acabarem no bolso do casaco ou dos jeans. Más-línguas sugerem que este é o momento escolhido para, subtilmente, acomodarem o deslocado. Partilham connosco o balanceio do aprumo.
Alguns itens do cardápio sedutor: ajeitar o cinto, brincar com os óculos de sol, aproximar-se dela num jogo táctil e olfactivo com pitada de sorriso bailador. Se não inventar razão para discreto toque na meia hora seguinte, o diagnóstico é simples: a lide é travada com um tímido, um indiferente ou um prudente até à medula.
Em qualquer dos casos, e valendo a pena, uma carga de trabalhos.

8 September 2008

FINAL DA SAISON


Atribuem-me sofisticação de que não dou conta. Sei que a diferença me atrai, o déjà-vu evito, que o bonito – objectos, momentos e íntimo das pessoas – me cai no colo sem mérito próprio que vislumbre. No meio deste limbo bem-aventurado, foge-me o pé para a chinela plebeia quando se trata de algumas músicas mais delicodeces ou cantores de charme.
Um reparo: ultimamente é o meu pé que avança e a chinela fica. A vetusta calçada portuguesa separa os cubos calcários com areia, feita íman para os afilados saltos do Manolo Blahnik que me endoudam.
O preâmbulo sugere predilecção pela excelência das praias dos arrabaldes lisboetas: Tamariz, Guincho, das Maçãs ou Ericeira. Mas não. Não suporto vento nem multidões. Bani-as. As praias, claro! Uso alguma da minha liberdade na gestão de tempo e horários para fugas simplórias: S.João da Caparica, maila a poeira e a chapelada afável do vigilante do parque. Um querido!
Tendo-me como intuitiva ao fashion, a moda dos arrastões não previ.
Aumentei o meu despojamento banhista, mas desistir, nunca!
Com uma gaze compridona num rosa de perdição, simulei tapar o revelado, top mínimo e havaianas. Mais despojada, só nua mesmo!
Aos pertences acresci livro de que darei notícia, euros curtos, toalha anónima, óculos Chanel que imitam na perfeição os falsos.
Uma mulher pode ceder, mas há mínimos a cumprir...
Três horas mal medidas pela inclinação solar, bem passada de um lado, quase tão bem do outro, livro e mergulhos intervalados, mas emoções escaldantes nem uma! Jovens de raças várias arrastando-se em postura de gorila, afagos enamorados como glória aos céus, enfim, o costumado.
Li, abandonei cada interstício à lascívia morna do mar, abri-me aos UV e mandei às malvas prevenções.
Agora só para o ano.

7 September 2008

HÁ GENTE FANTÁSTICA






Hoje não me apetece escrever textos complicados. Nem discorrer sobre guerras, sobre Direitos Humanos, sobre todas as coisas com que as pessoas muito cultas se preocupam.
Hoje quero ser analfabeta, não ter estudos, não perceber nada de efeitos especiais, ignorar se há intenções menos limpas na tentativa de maravilhar o Mundo.
Não quero que nada estrague o encanto, a magia, a beleza e a emoção com que assisti à Cerimónia de Abertura dos Jogos Parlímpicos.
Quero reter na memória os momentos mais belos, como quando o Bolero de Ravel foi dançado por bailarinas, só com os braços, à roda da pequena Li Yue, sobrevivente do terramoto , ou a emoção de ver a tocha olímpica ser acesa por um atleta que se içou a pulso, numa cadeira de rodas.
Eles, os chineses, não fizeram diferença entre a importância dos Jogos anteriores e estes.
A minha admiração por isso.

6 September 2008

(3) 6 MÚSICAS


Continuando a responder ao Desafio da Su sôbre 6 músicas da minha vida, ou que tenham marcado momentos importantes, não poderia deixar de lado a música Clássica, sobretudo a que é dançada por todas as grandes Companhias de Bailado Clássico: desde o Lago dos Cisnes, ao Pássaro de Fogo passando pelo Quebra-Nozes, Giselle, A Sagração da Primavera, enfim, todas. Não me é fácil escolher uma.
Posso dizer que assisti a todas e muitas delas dancei-as.
Não posso dizer que comecei a dançar quando comecei a andar, mas quase.
Comecei com 5 anos, com uma excelente professora, Georgina Villas-Boas, que foi também professora de Olga Roriz.
Com 6 anos, embora mantendo as aulas com ela, entrei para a Escola de Dança da Margarida de Abreu, mas ao fim de 2 anos ela achou que eu deveria ir para a Escola de Dança do Teatro S. Carlos e assim foi.
Nele vivi os momentos mais mágicos da minha vida.
Como "ratinho", ( como eram chamadas as alunas pequeninas), tinha direito a ver todas as Companhias de Bailado que por lá passavam e também as que se apresentavam no Coliseu.
Foi assim que desfilaram perante os meus olhos maravilhados, a Companhia do Marquês de Cuevas com a fabulosa Rosela Hightower, Dame Margot Fonteyn com o inseparável Rudolph Nureyev e todas as russas, começando pelo Bolshoi.
Como tínhamos o privilégio, no S.Carlos, de poder andar pelos bastidores e camarins, subia e descia as velhas escadas de madeira a 4 e 4, para baixo e para cima, para não perder pitada.
Fiquei lá até passar para o Conservatório onde fiz o Curso Superior de Bailado e ingressei na Companhia Nacional de Bailado em 1977, ano da sua constituição.
Ainda se pôs a hipótese de ir para Londres, mas a Faculdade e a minha mãe não se compadeceram.
Entendia a minha mãe que a profissão de bailarina não tinha qualquer futuro em Portugal, no que não estava errada, e provavelmente eu nunca teria chegado a Prima Ballerina.
A paixão, contudo, ficou. E as saudades do cheiro das velhas tábuas do palco do S.Carlos também.
E as lágrimas que me rolaram pela cara abaixo, quando vi Rudolph Nureyev, a última vez que veio a Portugal. Passou quase todo o espectáculo sentado numa espécie de trono, num bailado do qual já nem lembro o nome. Estava já muito doente e mal dançava.
Nunca entendi o porquê de não se ter retirado a tempo. Quando, ao dançar O Corsário se elevava a uma altura inacreditável do solo e parecia que ficava parado lá em cima. No ar.
E Baryshnikov? Para esse não há palavras.
Aqui ficam ambos. São duas interpretações magistrais. Eu, prefiro a do segundo. Era belo como um Deus.
E por isso, de todas músicas esta ficou sempre como a minha preferida.



Nota: Lá em cima, na fotografia das meninas, uma sou eu. Num espectáculo da Georgina Villas-Boas, com antigas alunas. Eu tinha 7 anos.

5 September 2008

IT SUCKS



Quem me lê sabe da minha paixão por Nova Iorque e por muita coisa que faz parte do " american way o life", mas também sabe que corto a direito, doa a quem doer, quando é o caso.
Provavelmente também sabem que se pudesse votar nas eleições americanas votaria no Partido Democrata, independente de ser Obama ou Hillary o candidato.
Embora confesse que apesar de ser mulher, prefiro Obama.
Hillary, na minha opinião, "vendeu-se" e engoliu todos os sapos que eu nunca engoliria, aquando do caso Lewinski, e não sou tão ingénua que ache que o fez por amor, mas sim por ambição. Pensou que isso renderia mais no seu futuro político.
Essa sua atitude faz-me lembrar Maquievel, e não sou adepta de que os fins justifiquem " sempre" os meios.
Também, se me lêem com atenção, sabem que há muito desisti de acreditar nos políticos, apesar de ser apaixonada por política. Parece um contrasenso, mas não é.
A política é uma coisa excitante, fantástica, quando feita honestamente. O problema são os políticos que a disvirtuam.
Daí que, a nível do País onde vivo, há muito tenha deixado de me intereressar.
Mas as eleições americanas, essas sim, interessam-me e preocupam-me.
É que, o Governo português só influenciam o estado do País. O Presidente dos Estados Unidos governa o mundo. Portanto, só se fosse completamente inconsciente não me preocuparia com o novo ocupante da Casa Branca.
E que nos livre a sorte ou o destino de ser o Sr. McCain. Digo eu.
Isto dito, ninguém poderá entender que estou a puxar a brasa à minha sardinha quando me indigno com o artigo do New York Times de hoje sobre Mrs. Palin, a candidata Republicana a Vice Presidente.
Rebentou uma bomba nos Estados Unidos porque a senhora tem uma filha de 17 anos, menor portanto, e solteira, que está grávida. E daí?
Em quê que isso influencia a política externa dos Estados Unidos?
Em quê que isso a torna menos capaz de ser Vice Presidente ou Presidente, em caso de impedimento do Presidente?
Nem que vivesse 100 anos conseguiria perceber esta ideia " dos vícios privados, públicas virtudes" que os americanos defendem.
O quê que os escândalos sexuais, as amantes, ou o comportamento dos filhos influenciam a capacidade de uma pessoa ser Presidente?
É claro que eu preferia que a vida pessoal e política de uma pessoa com tanto poder fosse impoluta, mas todos sabemos que mesmo em Camelot, nada era o que parecia.
Portanto, qual é o drama de ter uma filha com 17 anos grávida?
Pior seria, na minha opinião, se para não haver escândalo a rapariga tivesse feito um aborto.
Nada disto faz o menor sentido num País onde ( como já referi noutro post ) no ano passado, no estado de Rhode Island foi aprovada uma lei que proibe as crianças de se tocarem em qualquer brincadeira nos recreios das escolas que frequentam. Difícil, não? A apanhada, o toque e foge, os 5 cantinhos estão-lhes proibidos, mas se calhar brincadeiras com armas, ainda que de brinquedo, não.
Mas o pior de tudo é que Palin só foi escolhida por McCain por ser mulher. Não por ser competente. O que ele quer, é que quando a sua campanha for atacada, dizendo-lhe: Vai para casa tomar conta dos teus 5 filhos, todas as mulheres votem nela.
- Eles têm o negro, mas eu tenho a mulher, foi essa a jogada.
Sabem que mais?
All this sucks!


3 September 2008

GOSTOS DISCUTEM-SE?


..." quem quer que pretenda escrever sobre erotismo tem de fazer uma escolha prévia. Se quiser evitar produzir sensações e emoções eróticas tem de utilizar as expressões científicas ou as da etiqueta quotidiana. Se, pelo contrário, quiser evocar as emoções eróticas e praticar a fenomenologia, a certa altura tem de deixar a linguagem científica e médica para usar expressões mais comuns, quotidianas, até ordinárias, mas capazes de evocar a experiência."...
Sexo e Amor FrancescoAlberoni


Sem querer pôr em causa a sabedoria do escritor, não concordo. Para visualizar, num bom livro, uma cena de amor ou cama, como lhe queiram chamar, não preciso e não gosto de ler palavrões ou ordinarice.

E vocês?

2 September 2008

DESAFIOS, PRÉMIOS E OUTRAS COSITAS MÁS


Ainda no rescaldo do aniversário do BlueVelvet, resolvi trazer hoje à baila um assunto que me "encanita" há uns tempos.
Não quero que levem a mal, mas lá que me encanita, é verdade.
Ora vejamos:
Quando resolvemos fazer um blog temos que submeter o URL à aprovação, para garantir que não há outro com o mesmo nome.
Depois damos um nome ao blog que tentamos que mais ninguém tenha.
Tudo para que não haja confusões.
Assim sendo, porque não há esse cuidado também com a forma como assinamos os blogs?
Para dar um exemplo: Se eu começasse agora a assinar Patti ( e até tenho um nome cuja abreviatura dá para isso), ia ser uma confusão e a Patti não ia achar graça, e com razão. Ou Rafeiro Perfumado. Calculo que ele me desse umas quantas dentadas nas canelas e cheio de razão.
Assim sendo, porquê que há tantas Maria, SU, Sunshine, etc? No mínimo é falta de imaginação, para não dizer de ética.
Há tempos, alguém me deixou um comentário em que dizia que o meu cão tinha as manias do gato dela. Ora, eu sabia que essa pessoa não tinha gato nenhum, daí que fui ao blog em questão e verifiquei que não era a pessoa que me costuma comentar, embora usasse o mesmo nick.
É que não se esqueçam que há quem não tenha o avatar no nick ou blogs que não têm essa funcionalidade activada, portanto, é óbvio que se geram confusões, como a que refiro atrás, e uma outra que se prende com outra forma de utilizar o nome do blogger.
Eu assino sempre BlueVelvet, mas à excepção de algumas pessoas que sabem que não gosto, quase todos me tratam por Blue. Talvez por acharem o nome comprido.
Ora, além de desvirtuarem o sentido, porque o meu BlueVelvet tem a ver com o filme do David Lynch ( veludo AZUL e não veludo TRISTE), acontecem coisinhas destas:
- andam na blogosfera mais Blues qualquer coisa. Tudo bem, até porque não são Bluevelvet. Mas as pessoas tratam-nas por Blue, o que fez com que outro dia, houvesse uma dessas Blues que resolveu dizer que Blue só havia uma e mais nenhuma. Ela!
Como calculam, não me aquece nem arrefece essa observação, já que não me considero a Blue, mas sim a Bluevelvet, mas posso pedir um favor?
Tratem-me por Bluevelvet, ou, se preferirem, por Velvet, que gosto muito.
Mas Blue, não, porque de triste não tenho nada. Pode ser?
E agora vamos a umas coisinhas que tenho pendentes, e dado que estamos em época de recomeços, resolvi limpar estes assuntos. De acordo com a minha decisão de ir juntando os prémios que me dão, e de vez em quando fazer um post com eles, cá vai:
A SU ofereceu-me o Prémio de Qualidade Arte Ponto Vida, que "foi criado para homenagear e reconhecer o trabalho de Blogueiras e Blogueiros cujos Blogs incentivam a Terapia do Artesanato.
As regras deste prémio são:
1) Indicar de quem você o recebeu. Já está.
2) Dizer porque você resolveu criar o seu blog?
3) Dizer qual o é o Seu Artesanato preferido?
4) Homenagear outros 13 blogs com os quais você mais se familiariza!


Porque resolvi criar este blog?
Em duas linhas: porque gosto de escrever e apeteceu-me partilhar alguns dos meus escritos e opiniões com outras pessoas.
Qual é o meu Artesanato preferido: não sei se a pergunta tem a ver com género ou País.
Género: cerâmica, madeira, quadros e tapetes. Só não sou muito fã de bordados.
Países: Portugal, Brasil, Caraíbas, quase todos, excepto Àfrica. Acho mesmo que é das poucas coisa de que não gosto de Àfrica.
13 Blogs com que me familiarizo e a quem passo o Prémio:
Crónicas do Rochedo

Donagata
Fa
Filoxera
Fundamentalidades
Infinito Pessoal
Jasmim
Maria do CheirodaIlha
Nuvem
Patti
TudodeDentroparaFora
1/4 de Fadas
Sunshine

Também me ofereceu o PRÉMIO LUZ


Que "Deve ser repassado a sete amigas que se mostrem generosas, espontâneas e alegres".
Colocar o link de quem ofereceu o prêmio. Feito.
Colocar o link das pessoas escolhidas para receberem o prémio. Estão no post anterior.
Responder a essas 2 simples perguntas:
- Qual sua maior virtude?Penso que seja a generosidade.
- Qual seu maior defeito? Confiar nas pessoas.
7 Amigas para quem vai o Prémio:
Carminda Pinho
Filoxera
Fa
Maria
Patti
1/4 de Fadas
Sol da meia-Noite
Sunshine

A MARIA e a FA ofereceram-me o PRÉMIO DARDOS



Que tem como objectivo, e cito, ”Reconhecer os valores que cada blogueiro mostra a cada dia, seu empenho por transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. Em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras

Como todos os prémios este também tem condições, a saber:
- Aceitar e exibir a imagem. Feito.
- Linkar o blog do qual recebeu o prémio. Feito.
- Escolher 15 blogs para entregar o Prémio Dardos.
Este Prémio vai para:
Carminda
Crónicas do Rochedo
DonaGata
Fa
Girafa Cor-de-rosa
Infinito Pessoal
Justine
Leonor
Maria
Notas Soltas
Pena
Patti
Pedro Branco
Salvoconduto
1/4 de Fadas

A KAKAUZINHA ofereceu-me o PRÉMIO BEST OF BLOGS que tenho que repassar para 7 blogs.


Então cá vai:
Fa
Infinito Pessoal
Maria
Nuvem
Oliver
Patti
Su




Dia 31 de Agosto, comemorou-se no mundo virtual, o dia mundial dos blogues. Recebi este "selo" dA FA.

O Blog Day foi criado na convicção de que os blogueiros deverão ter um dia dedicado ao conhecimento de novos blogues, nacionais ou de outros países ou áreas de interesse.
Nesse dia os bloggers recomendarão 5 novos blogues aos seus visitantes.

Como não tive oportunidade de fazer isto no dia 31, faço hoje porque acho simpático divulgar blogs novos, ou, e vou fugir às regras, só por uma vez, a blogs que entendo estarem pouco difundidos.
E são:
- PARADOXOS
- PAS S AGES

- JOÃO VIDEIRA SANTOS
- TRAMA BACANA
- FERNANDO ROZANO
- Carlotices -
- Pedro Branco
- Leonor
- O Blog Do Paulo

Como também me deram MIMOS, aqui estão eles:


A SU, mais uma vez ela, deu-me estes selinhos de amizade.O Hello Friends que ofereço a todos os linkados,


E estas duas queridas



que ofereço à Filoxera, à Maria, à Fa, à Sol, à Mimo-te, à Xana, à 1/4 de Fadas, à Carminda, à Nuvem e à Sunshine.

O FM ofereceu-me linda rosa,



O António esta Estatueta



a FA esta rosa azul, para dar com o meu veludo azul.

e a Filoxera este ursinho que adoro

E como resolvi pôr tudo em dia, aqui fica UM DESAFIO para
a Fa
a Filoxera
a Patti
a 1/4 de Fadas
a Maria
a Sunshine
a Nuvem
as Crónicas do Rochedo
O Oliver
"Venha de lá uma imagem"
Se tivessem que definir o meu blog com uma ou mais imagens qual a que escolheriam e porquê?
Gostava que aceitassem o desafio. Se o fizerem, mandem-me a/as imagens por mail com o respectivo texto, que eu depois vou publicando em posts. Obrigada, desde já, a quem aceitar.


E com isto me vou, dando por encerrado o expediente que me deixou assim