5 September 2008

IT SUCKS



Quem me lê sabe da minha paixão por Nova Iorque e por muita coisa que faz parte do " american way o life", mas também sabe que corto a direito, doa a quem doer, quando é o caso.
Provavelmente também sabem que se pudesse votar nas eleições americanas votaria no Partido Democrata, independente de ser Obama ou Hillary o candidato.
Embora confesse que apesar de ser mulher, prefiro Obama.
Hillary, na minha opinião, "vendeu-se" e engoliu todos os sapos que eu nunca engoliria, aquando do caso Lewinski, e não sou tão ingénua que ache que o fez por amor, mas sim por ambição. Pensou que isso renderia mais no seu futuro político.
Essa sua atitude faz-me lembrar Maquievel, e não sou adepta de que os fins justifiquem " sempre" os meios.
Também, se me lêem com atenção, sabem que há muito desisti de acreditar nos políticos, apesar de ser apaixonada por política. Parece um contrasenso, mas não é.
A política é uma coisa excitante, fantástica, quando feita honestamente. O problema são os políticos que a disvirtuam.
Daí que, a nível do País onde vivo, há muito tenha deixado de me intereressar.
Mas as eleições americanas, essas sim, interessam-me e preocupam-me.
É que, o Governo português só influenciam o estado do País. O Presidente dos Estados Unidos governa o mundo. Portanto, só se fosse completamente inconsciente não me preocuparia com o novo ocupante da Casa Branca.
E que nos livre a sorte ou o destino de ser o Sr. McCain. Digo eu.
Isto dito, ninguém poderá entender que estou a puxar a brasa à minha sardinha quando me indigno com o artigo do New York Times de hoje sobre Mrs. Palin, a candidata Republicana a Vice Presidente.
Rebentou uma bomba nos Estados Unidos porque a senhora tem uma filha de 17 anos, menor portanto, e solteira, que está grávida. E daí?
Em quê que isso influencia a política externa dos Estados Unidos?
Em quê que isso a torna menos capaz de ser Vice Presidente ou Presidente, em caso de impedimento do Presidente?
Nem que vivesse 100 anos conseguiria perceber esta ideia " dos vícios privados, públicas virtudes" que os americanos defendem.
O quê que os escândalos sexuais, as amantes, ou o comportamento dos filhos influenciam a capacidade de uma pessoa ser Presidente?
É claro que eu preferia que a vida pessoal e política de uma pessoa com tanto poder fosse impoluta, mas todos sabemos que mesmo em Camelot, nada era o que parecia.
Portanto, qual é o drama de ter uma filha com 17 anos grávida?
Pior seria, na minha opinião, se para não haver escândalo a rapariga tivesse feito um aborto.
Nada disto faz o menor sentido num País onde ( como já referi noutro post ) no ano passado, no estado de Rhode Island foi aprovada uma lei que proibe as crianças de se tocarem em qualquer brincadeira nos recreios das escolas que frequentam. Difícil, não? A apanhada, o toque e foge, os 5 cantinhos estão-lhes proibidos, mas se calhar brincadeiras com armas, ainda que de brinquedo, não.
Mas o pior de tudo é que Palin só foi escolhida por McCain por ser mulher. Não por ser competente. O que ele quer, é que quando a sua campanha for atacada, dizendo-lhe: Vai para casa tomar conta dos teus 5 filhos, todas as mulheres votem nela.
- Eles têm o negro, mas eu tenho a mulher, foi essa a jogada.
Sabem que mais?
All this sucks!


17 nhận xét :

BlueVelvet said...

Chegado por mail, por dificuldades técnicas, da
MARIA ( ocheirodailha)
Sabes que não estou de acordo contigo sobre New York, muito menos com o "american way of life" e ainda menos com o chamado "american dream".
Esta coisa de pegarem na gravidez da rapariga só mostra a falsa moral de quem governa os EUA e, infelizmente, o Mundo.
Quanto aos candidatos, provavelmente votaria Obama, mas desde que ele vislumbrou uma hipótese de ocupar a Casa Branca começou a mudar o seu discurso.
Acho que é tudo igual...

Beijinhos Azuis

BlueVelvet said...

Maria,
obrigada por te incomodares a enviar o comentário por e-mail.
Eu sei que não concordas comigo:))
Pelo menos concordamos que em política, é "quase" tudo igual.
Muitos beijinhos e boa Festa.

Carminda Pinho said...

Blue,
como já tive oportunidade de te dizer, os políticos portugueses, (salvo raras excepções) são cada vez mais iguais. Logo, não acrecento mais nada ao que dizes sobre o assunto.
Quanto a este "escandalo", é uma vergonha é certo, mas também já nada me espanta vindo destas eleições.
Eu não aprecio o sr. Obama, acho-o muito pouco credível, teria preferido de longe, a sra. Clinton.
O estilo de Obama, faz-me lembrar o estilo de Sócrates desde início, muito show e pouca substância.
Do sr. republicano, abstenho-me de falar, é mau demais.
Os americanos não têm a vida nada facilitada. Terão que escolher entre um "artista" democrata e outro republicano, mas a culpa é de quem rejeitou Hillary, votando em Obama.
Estou preocupada, sim.

Beijos

Rita Galante said...

Linda amiga!

Eu DE-TES-TO política. Mesmo tendo de tomar atenção a algumas coisas, só o faço porque... olha, tem de ser mesmo. De resto, não quero saber.

Fazes bem em já te teres "desligado" desses assuntos, se bem que os mesmos ainda mexem contigo... Não gastes muito das tuas energias com isso, tá? :)

Beijinhos de Amor, Paz e Luz!

Patti said...

(Eu sei que o tema do teus post não é o partido democrata, mas eu votaria Hillary e não estou de acordo com a tua opinião sobre ela, mas é saudável as pessoas não estarem sempre em sintonia e depois fazes outro post sobe a sala oval.)

Quanto ao tema do post, os americanos são do catano!
Ser a filha está grávida, a mulher vai fazer o quê? Pô-la na rua, enviá-la para um convento, abortar, dar a criança para adopção? Mas a filha é candidata a alguma coisa?
E não é só sobre a sua vida familiar que a perseguem. Também há um enorme falatório por ela ter concorrido em nova a vários concursos de miss. Será que aqueles camelos, pré-históricos e sexistas com um só neurónio naquele cérebro sujo, ainda não entenderam que uma mulher bonita também pode ser inteligente, competente e candidata ao cargo político que lhe apetecer?
Afinal a América não se gaba aos quatro ventos de ser o país da liberdade e da oportunidade?

O Obama, justiça lhe seja feita, afastou-se e muito bem de todo este esterco de notícias.

pedro oliveira said...

Ao contrário do que é normal em eleições nos EUA, Obama "chutou para canto" em relação a este assunto e fez muito bem. Os politicos são como os melões só sabemos a qualidae deles depois de abertos.O mundo está á espera de alguém com bom senso e que volte a colocar os EUA no rumo certo em relação à comunidade Internacional, ouseja, andarmos 8 anos para trás e esquecer o desastre que foi Bush.
CHANCE!

Pedro oliveira
vilaforte

Unknown said...

Várias questões:

A vida política é fascinante. Para quem a vê de fora, para quem idealiza tudo aquilo que poderia construir se lá entrasse. Se lá entrar, depara-se com outro tipo de fascínios, saborear o exercício do poder e tudo o que lhe está associado, e constatar que a única coisa que consegue construir, é uma muralha à volta dos seus princípios, porque na verdade não consegue combater as inércias instaladas.

A América é um país esquisito. É o país onde tu consegues encontrar o melhor de tudo, e o inverso, mas não te estou a dar novidade nenhuma. Eu já tive oportunidade de visitar várias cidades americanas, não conheço Nova York, mas em contrapartida conheço bem Washington, e chego sempre à conclusão que dentro daquela sociedade megalómana, o que está lá errado é o povo americano é a maneira como aquele povo pensa. Mas não há volta a dar, só mesmo os americanos para construir aquele país.

Como tu sabes muito bem, aliás até em parte respondes, através da tua própria opinião, à questão que colocas no post, quando referes que preferias que a vida social e política de pessoas com tanto poder fosse impoluta, a conquista do poder na América resume-se a questões como esta, muito ligada à popularidade dos intervenientes, ao poder que têm de conquistar nichos do eleitorado, que ao bom estilo americano, tanto lhes faz quem ganhe, desde que a América continue a ser a América. E na verdade eu acho que independentemente de quem ganhe a política do país não se modificará muito, o resto do mundo da forma como está, já não o permite, e isso sim é preocupante.

A filha da candidata a vice-presidente, menor, solteira e grávida, só é problema mesmo, lá na América, ainda para mais quando estão em causa os valores de família extremamente conservadores que a candidata defende. Só não está a servir de arma de arremesso, por parte dos democratas, porque os conselheiros de campanha, muitos deles provavelmente emprestados pelo próprio Bush, tiveram a iluminação de colocarem tudo à vista dos eleitores, toininho incluído, no palanque da convenção. É um sinal de abertura aos rígidos princípios, vai na volta ainda acabam por ganhar com isso.

Faz-se tudo pela conquista da sala oval, e desde que as sondagens começaram a dar os candidatos muito próximo um do outro, pode ser que me engane, mas o Mc Cain já ganhou. Uma reedição da contenda Bush/Gore de 2000. Resta saber agora o tamanho da vergonha.

Só mais uma coisa em relação a Hilary. Eu estou plenamente convencido, e o percurso político da senadora é justificativo disso, que ela só se lançou embarcou nisto para se vingar do Bill. Como é que ela iria fazer isso assim que conquistasse o lugar na casa branca, não sei. Sei que a conversa dela nunca me soou bem, as aparições do Bill a seu lado soaram sempre a fantochada, e cá para mim também, ele sempre rezou para que a mulher nunca ganhasse.

Ele sabe bem o poder oculto que os salões da casa branca encerram. Nunca iria conseguir dormir descansado.

:|

beijocas, e obrigado pela força.

LeniB said...

São estas jogadas baixas que tornam a política suja. O problema é haver quem goste de viver no meio da sujidade. Caso contrário não se sujeitava.
bjs

ANTONIO SARAMAGO said...

PARA MIM A POLITICA é uma coisa de que nunca quiz perceber, cada um procura o seu tacho e quanto maior ele for melhor.
Estou muito bem com os meus cozinhados caseiros.
Politiquices á parte...te desejo um agradável FDS de guarda chuva na mão.

salvoconduto said...

Só numa sociedade como aquela é que se escrutina e se expõe a família, uma sociedade doente.

Ela também peca por excesso de "moralismo" e pela defesa doentia das armas.

Abreijo

carlota said...

Ouvi essa noticia a semana passada e acredita que o que disse depois de ouvir foi:
- Até mete nojo,o que tem a gravidez da miuda a ver com a presidência...falsos moralistas do caraças.
Existe um filme que mostra um pouco desta falsa mentalidade conservadora e moralista:" A letra escarlate" filme de 1995 com Demi Moore e Robert Duvall. O filme é passado em 1666 mas muita daquela mentalidade prevaleceu até hoje.

carlota said...

Ouvi essa noticia a semana passada e acredita que o que disse depois de ouvir foi:
- Até mete nojo,o que tem a gravidez da miuda a ver com a presidência...falsos moralistas do caraças.
Existe um filme que mostra um pouco desta falsa mentalidade conservadora e moralista:" A letra escarlate" filme de 1995 com Demi Moore e Robert Duvall. O filme é passado em 1666 mas muita daquela mentalidade prevaleceu até hoje.

Sandra Daniela said...

Os Estados Unidos influenciam o Mundo, é uma verdade! Mas os valores de vida deles deixa muito a desejar!!! A gravidez da miuda, não vai impedir a competência da mãe! Mas enfim... acho que no fundo, infelizmente a sociedade ainda se rege por uma falsa moralidade...

Vá-se lá entender a politica! :-)

Anonymous said...

Não sou particularmente fã de Obama, mas claro que prefiro que ganhem os democratas...
Penso que a reacção de Obama em relação a este caso foi muito correcta e logo me lembrei das eleiçoes de 2005, dos boatos que foram postos a correr contra Sócrates e o aproveitamento de Santana Lopes.
Fico à espera de uma campanha contra Obama, para ver a reacção dos epublicanos.
Conchinhas

f@ said...

Politica para mim acabou nas últimas eleições... e sabes bem do que estou a falar...
Embora este post maravilhoso e tão bem escrito não seja própriamente politico eu tb sei e senti na pele que eles lá em cima misturam tudo...
beijinhos das nuvens

Filoxera said...

Pois, todos são maquiavélicos, no sentido de os meios justificarem os fins...
Beijos.

João Videira Santos said...

Estou numa de veludo, de azuis e... eis-me de volta. Acho este texto interessantissimo, como interessantes são os comentários que aqui leio. Com esclarecidas opiniões (algumas...) abstenho-me de opinar. No entanto posso dizer que sou...canhoto. Canhoto em tuuuuuuuudo! Quanto a Nova Iorque, adoooooooro a cidade. Já a visitei uma meia duzia de vezes. Conheço-a muito bem e atesto que lá há muitos canhotos. Só que eles escrevem com uma só mão e num unico sentido e eu, desde menininho que sei escrever com as duas e (pasmem!) em ambos os sentidos. Sou muito "talentoso"...