16 September 2008

LEHMAN BROTHERS



O quarto maior banco dos EUA declarou falência. A consequência imediata foi a queda generalizada nas principais bolsas.
Durante dias procuram uma solução para o Lehman Brothers. Todas as negociações tiveram como resultado o insucesso. Desta vez até o governo americano se mostrou indisponível para salvar o banco. Mesmo para o país mais rico do globo começa a ser esforço financeiro a mais.

O site do Diário Económico de hoje vai dando registo da evolução do drama:

18:31• Quatro companhias do grupo na Europa tentam reorganizar-se para escapar à falência
18:10 • Lehman discute venda da sua unidade de investimento
16:05 • FMI espera mais perdas resultantes da crise do crédito
13:35 • Fed pode cortar juros com falência do Lehman já amanhã
13:03 • Falência do Lehman é a maior de sempre nos Estados Unidos
07:40 • Fed anuncia medidas para ajudar sistema financeiro
00:05 • Lehman sem soluções

De tudo quanto fui lendo sobre esta matéria, o que mais me chamou a atenção foi o que escreveu o Prémio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, no Diário Económico, de 15 de Abril: "Os EUA tiveram, pela primeira vez desde a Guerra da Independência, há cerca de 200 anos, de pedir apoio financeiro ao estrangeiro porque os níveis de poupança das famílias norte-americanas são próximos de zero. A dívida pública aumentou 50% em oito anos, sendo que 1 bilião se deve ao esforço de guerra – valor que deverá mais do que duplicar na próxima década".

No mesmo artigo Stiglitz concluía "Ninguém acreditaria que uma administração pudesse causar tantos danos em tão pouco tempo. Os EUA e o mundo vão ter de pagar a factura durante muitos e longos anos."

No último dia 12, o mesmo Stiglitz escrevia “Mesmo o maior e mais rico país do mundo tem recursos limitados. A guerra do Iraque tem sido financiada inteiramente com recurso a créditos. Aliás, em parte por causa disso, a dívida nacional dos EUA aumentou dois terços em apenas oito anos. Mas não é tudo: o défice relativo a 2009 está calculado em mais de meio bilião de dólares, excluindo os custos do socorro financeiro a instituições e o segundo pacote de estímulo económico que quase todos os economistas agora dizem ser urgente.”

Para além de todos os custos que a guerra do Iraque teve, aqui está mais um. Este, pelos vistos mais do que a perda de vidas e o sofrimento dos povos, parece que todos entendem.

Então alguém me explica o sucesso da atrasada da Mrs. Palin?

E alguém explica a McCain que ele é que é candidato a Presidente e não a retrógrada dama?

E já agora, não haverá alguém disponível para explicar isto aos americanos que votam?

Ai que danação!

19 nhận xét :

Paulo D'Auria said...

Em se tratando de norte-americanos, eu não explico nada... para mim, são uns loucos megalomaníacos desvairados!!!
Brincadeirinha, é claro que há excessões, mas como a democracia é a ditadura da maioria, o país todo se condena (e, de quebra, condena o mundo) a viver sob o jugo da opinião e do voto do americano médio...

f@ said...

O A NOITE(CER) DO “GIGANTE “
Os maiores do mundo … vivem a crise quase inédita da sua história de sucessos e poder… que tende a cada dia tornar-se a preocupação do mundo, tal como dizes vai mesmo ter de pagar a factura…
Beijinhos das nuvens

Filoxera said...

Xiiii, danou-se!
Beijos, linda.

cecília said...

É triste...muito triste...

Depois de 2 guerras mundiais, da Coreia, do Vietname, do Koweit, do Iraque (só pra citar aquelas que sem esforço de memória nos saltam à mente), e das respectivas e inevitáveis pós-crises de recessão , o resto do planeta continua a embarcar nas "investidas pela democracia" que os EUA protagonizam.
Já disse há dias, que a história se repete em ciclos, numa tentativa de que os seus protagonistas aprendam com os erros do passado, mas nem assim...

E já agora, alguém me explica como é que a velha Europa irá sobreviver, entalada entre uma potência falida, mas prepotente e um médio-oriente instrumentista de marionetes?
E o nosso cantinho à beira-mar plantado, preguiçoso Portugal, que deixou morrer toda a indústria e se tornou "desenvolvido" à custa das importações de todo o tipo de produtos de 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª... necessidade??

Ai que danação, MESMO!!

Tretoso Mor said...

Bluevelvet,

Há coisas que só o Marketing explica!...

Mas TRETAS á parte, há uma coisa que nos safa, é que a legislação americana delara falência técnica aos bancos, com 4% de incobráveis.

Em Portugal há entidades bancárias a trabalhar com 18%!... (e estão de boa saúde)...

(http://tretas-da-vida.blogs.sapo.pt/)

tretices forretas para ti.

Justine said...

E que raiva, e que impotência, acrescentaria eu!
A administração retrógrada e fundamentalista dos EUA continua a cometer crimes e a destruir a economia deles e do mundo, e quem paga a factura são os de sempre!
Que não aprendem, continuando a perpectuar políticas de "terra queimada"
Raiospartam!

salvoconduto said...

Ora aqui está um post que tem muito pano para mangas. Vou seguir os comentários.

João Videira Santos said...

...Esse maremoto-de-banca falida começa a avistar-se na ocidental praia lusitana...Vêm aí mais aumentos no crédito à habitação. Uma lástima. Dezembro vai ser o mês em que os juros vão atingir o cume de quem tem empréstimos. Uma tristeza para quem vive hipotecado...
(Entretanto, foi bom regressar até 1955 e ouvir "Blue Velvet", êxito nesse ano. Três semanas no Top / USA. Bobby Vinton, hoje com 73 anos ainda faz uma "perninha" interpretando os seus oldies.)

BC said...

Não há muito a comentar, mas é preocupante.
Provocam as guerras,fazem o que fazem e nós aqui pagamos a factura.
Beijocas
Isabel

LeniB said...

A mim o que me dana é saber que são eles que continuam a ditar as regras, ou uma grande parte delas, à velha e cansada europa...

JC said...

Desde 1929 que não se vivia uma crise como a que estamos a viver.
Pior. Não se vilumbra o fim para que possamos a voltar uma vida semelhante à que já tivemos, já não peço melhor.
Beijinhos

1/4 de Fada said...

E será que os americanos querem ouvir explicações? Já tiveram mais do que lições suficientes para terem aprendido e não me parece que lhes tenham servido de grande coisa.

BlueVelvet said...

Obrigada a todos que por aqui passaram.
Beijinhos e veludinhos azuis

Patti said...

Olha Velvet, arrogância é com eles mesmo. Querem lá saber de explicações.

E olha acabadinho de retirar do Jornal de Negócios on-line:

O Lehman Brothers não é apenas mais uma baixa da crise. A sua falência é uma evidência da dimensão da crise, cujas vítimas são cada vez maiores e têm nomes cada vez mais familiares. É o fim da fase em que as autoridades salvaram bancos em nome da estabilidade. É a constatação de que o sistema está, como Frankenstein, incapaz de dominar o monstro que criou. Ninguém sabe quando, como, e com que custos, isto vai acabar.

Oliver Pickwick said...

É previsível, Velvet! Sinais de uma nova supremacia mundial, ainda que num futuro muito distante. A supremacia do BRIC: Brasil, Rússia, Índia e China. Tamanho é documento.
Ora, Velvet, não seja ranzinza com a vice do meu candidato favorito nas próximas eleições dos USA. A garota que veio do frio é uma gracinha. E, como escreveu, tem sangue quente.
Um beijo!

BlueVelvet said...

Patti,
é assstador o que está a acontecer.
Vamos ver o que nos espera.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Oliver,
seu reaccionário, vem para aqui provocar as pessoas de bem...
Hoje não leva beijinhos, pronto.

Alexandre said...

Isto só demonstrar como tudo no mundo é frágil e imperfeito... de um momento para o outro tudo se desmorona...

Nelson Soares said...

Não percebo. Um olhar tão humanista sobre a guerra no Iraque inserido e perdido no meio de uma pretensa análise da crise financeira americana, feita agora por um olhar tão político e pobre...


Centrem-se na crise e não na Pallin. Vejam as soluções políticas de Democratas e Republicanos antes de olharem para as polémicas. Sigam de perto o desenvolvimento dos acontecimentos bem antes do dos mexericos. Não quero ofender nem defender ninguém, é tudo por uma questão de coerência de análise.


Para mim, republicanos e democratas não têm soluções dispares. Nem avançam com planos exequiveis e previsivelmente com exito. Também pudera: os EUA estão a sofrer algo novo e diferente das últimas 4 décadas. A pujança económica findou e não há planos B. Só um verdadeiro entendido, um enviado da sorte, poderá resolver a questão. Urge um novo Marshal para uns States agora sem fôlego. E o capitalismo de mercado, na era definitiva e assumida da globalização, sofre a sua primeira grande crise. Estamos perante o irmão mais novo de Crash de Wall Street, da Quinta Feira Negra? Que efeitos terá? Serão proporcionais à escala que tomou a economia no ultimo quartel de último século? E os novos candidatos, valem politicamente? Haverá um Rosevelt por aí, um Marshal ou um antídoto Clinton? Terá a américa realmente soluções ou prepara-se para entregar a coroa?