31 October 2008

CONDOMÍNIOS FECHADOS


À parte a nata dos privilegiados de berço que podem dar-se ao luxo de habitar no casarão de família em pleno centro urbano ou num prédio classificado da zona histórica - airoso, remodelado segundo cânones exigentes e luzidio como um brinco - os pretendentes ao reconhecimento social habitam condomínios fechados. Estes, na ausência de estrelas classificativas, distinguem-se por parâmetros difusos: é diferente habitar no Condomínio do Parque ou no Massamá Place. Muito diferente.
Aqueles que os portões e gradeamentos mantêm arredados dos guetos ajardinados, podem ser ingénuos e ter quem lá dentro se move, como utente de vida desafogada. Não me preocupa se a abastança é real ou fictícia, mas é sabido que os calotes e preço por metro quadrado estão em compita directa. Condómino pontualmente pagante das mordomias mensais, é raro. Lugar de venda de frutas e legumes levando a casa a encomenda, é bom que se rodeie de cautelas – as empregadas recebem, a «senhora» nem vê-la e semana após semana a «continha» cresce a rombo.
As empregadas são o lado mais saboroso da história. Na negociação do contrato, estabelecida a exorbitância a pagar que deixa longe o ordenado de qualquer jovem licenciado, indagam se têm lugar na garagem, já que “estacionar foi um inferno.” A meio da tarde, as babás empurram cadeirinhas ou vigiam querubins loirinhos e de olhos azuis, como devem ser todos os querubins. Cada uma reclama para a respectiva patroa maior mérito social e pessoal:
–É como te digo, Zulmira, hádes ver ela na revista que te falei. Ninguém diria que aquilo é a ramelosa que vejo pela manhã quando lhe entro em casa!
A coisa chegou a tal ponto, que paga o justo pelo pecador.
Estando aqui Euzinha partilhando limpezas profundas com a minha mui querida e estimada Maria, esta empoleirada num escadote livrando do pó a sanca do tecto, fui abrir a porta ao novo funcionário do talho. O homem olha-me, e antes de entregar a preciosa carga, pergunta respeitoso:
-A Senhora está?

30 October 2008

A 31 NOS STATES

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Como prometi, aqui fica então o que me parece importante saber-se sobre o Halloween e contar-vos como é vivido nos Estados Unidos.
A Si tem o camarote de primeira com acesso à zona dos bastidores e passe VIP para os comes e bebes....com a Patti de um lado e o Carlos do outro, como pedido, a Fada o camarote real para ela e para a Bi, a Fa o lugar que preferir para ela e seus gatinhos, a Xana os lugares pedidos, para ela e a sua princesa, e a Girafa cor-de-rosa, o António, a Grace, a BC e a Carlota têm os lugares marcados na 1ª fila.
A Filoxera como é da casa, veio mais cedo e já anda por aí às voltas.

Todos os que não marcaram lugar, façam o favor de se acomodarem.

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A primeira coisa que quero esclarecer é que o que vou descrever é como vivi os Halloweens num bairro residencial perto de Nova Iorque onde só há vivendas.
E explico isto, porque uma das coisas mais fantásticas são as decorações exteriores das casas, que naturalmente não existem em Nova Iorque.
Lá o que se faz é ir a bailes mascarados, coisa a que não acho a menor graça e esta é a grande diferença entre duas coisas: o facto de não se gostar do Carnaval, não implica que não se goste do Halloween.
São coisas completa e totalmente diferentes.




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Desde logo pelas suas origens mais remotas: no caso do Carnaval tem a ver com a Quaresma, e Halloween com os Celtas e com o Dia de todos os Santos.
Depois, porque enquanto o Carnaval é para toda a gente, miúdos e graúdos, o Halloween é especialmente, hoje em dia, que não nos seus primórdios, uma festa para os miúdos dos 5 aos 13 anos.E enquanto as partidas no Carnaval não têm limites, ao abrigo do " É carnaval, ninguém leva a mal", o Halloween está delimitado às brincadeiras a que se chama "Treat or Trick".
Mas comecemos do começo:
As raízes mais antigas do Halloween remontam quase a dois mil anos atrás, ao Festival Celta chamado Samhain. ( Lê-se sow-in).
Nessa altura os Celtas viviam na região agora conhecida como Irlanda e comemoravam o Ano Novo, no dia 1 de Novembro. Este dia marcava o fim do Verão e das colheitas e o começo do longo Inverno, época do ano em que morriam mais pessoas.
Acreditavam que na véspera, o mundo dos vivos e dos mortos se misturava.
Para honrar a data faziam fogueiras onde queimavam em sacrifício aos seus Deuses, para que eles os ajudassem no longo e escuro Inverno, caveiras e animais.
Por volta do ano 43 D.C., os Romanos conquistaram a maior parte do território Celta e durante os 400 anos em que os governaram, misturaram a sua civilização com a deles e naturalmente também os seus costumes.
Assim, os Romanos que tinham dois Festivais parecidos aglutinaram-nos com os dos Celtas.
O 1º chamado Feralia ( mais tarde Feira ) lembrava os que já tinham morrido.
O 2ºera em honra de Pomona ( Pomme/ Maçã ) a deusa das árvores e dos frutos. Daí a actual costume de “ bobbing apples” que explicarei mais à frente.
No ano 800 D.C. o Papa Bonifácio IV designou o dia 1º de Novembro dia de Todos-os Santos. A celebração chamava-se ALL – HALLOWMAS ( do inglês antigo ALHOLOWMESSE –TODOS OS SANTOS. A véspera começou a ser conhecida por ALL- HALLOWS EVE, e com o passar do tempo deu-se a aglutinação e chegou-se ao HALLOWEEN de hoje.
E assim, o Festival pagão dos Celtas da Irlanda foi transportado para os Estados Unidos pelos emigrantes Irlandeses do séc.XIX, e tornou-se a festa mais popular dos americanos, a seguir ao Natal.




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As cores do Halloween são o Preto ( da morte, da noite, das bruxas, dos gatos pretos, dos morcegos e dos vampiros ), e o Laranja ( do fogo, do Outono, das folhas caídas, da abóbora e de Jack da Lanterna ),




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e estes os seus símbolos:

Jack-O'Lantern é o símbolo mais famoso do Halloween e a sua história remonta também a muitos séculos atrás e aos Irlandeses.
Baseia-se numa lenda Irlandesa àcerca de um homem com a alcunha de “ Stingy Jack” ( Jack o Avarento ) que reza assim:
Era uma vez um velho agricultor, ganancioso, jogador, bêbado e avarento.
Um dia convidou o Diabo para tomar umas bebidas com ele, mas não as queria pagar.
Pediu então ao Diabo que se transformasse numa moeda, e assim ele podia pagar tudo com essa moeda.
Acontece que depois não quis devolver a moeda, e para isso pô-la num bolso onde tinha uma cruz em prata, o que impedia o Diabo de voltar a assumir a sua forma.
Passado muito tempo, libertou–o com a condição de só lhe aparecer de novo daí a um ano.
No ano seguinte, enganou de novo o Diabo, subindo a uma árvore onde desenhou uma cruz para o impedir de descer.
Desta vez a condição foi que não lhe apareceria durante 10 anos e que, se morresse entretanto, não reclamaria a sua alma.
Só que, de facto, Jack morreu.
Ao chegar ao Céu, Deus recusou-lhe a entrada e como o Diabo prometera não reclamar a sua alma, ele ficou condenado a vaguear para sempre, como uma alma penada.
Como luz para lhe indicar o caminho só tinha um pedaço de carvão incandescente que colocou dentro de uma abóbora.
Os Irlandeses começaram por lhe chamar “Jack of the Lantern” e com o tempo transformou-se em “Jack o’ Lantern”
Hoje colocam-se as abóboras iluminadas a enfeitar as casas para que a alma de Jack encontre o caminho, e não entre em casa.





TRICK OR TREAT



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As crianças, com idades compreendidas entre os 5 e os 13 anos, mascaram-se e vão de porta em porta pedindo Treats ( guloseimas, que são gomas, chupa-chupas, barras mini de variados chocolates, rebuçados com forma dos símbolos da festa). Quando lhes abrem a porta, cantam uma canção típica de Halloween, sempre com o refrão Treat or Trick, o que significa que, ou as pessoas lhes dão guloseimas, ou eles pregam uma partida.
Seguem uma regra: só batem à porta das casa que estão enfeitadas.


BOBBING THE APPLE
É um jogo que consiste em pôr maçãs cobertas de caramelo vermelho a boiar em recipientes cheios de àgua, que têm que se apanhar com a boca, sem a ajuda das mãos.



As casas começam a ser decoradas mais ou menos com um mês de antecedência e chega a haver concursos para decidir qual a mais gira do bairro.
Agora imaginem: eu achava que pôr 8 séries de lâmpadas na árvore de Natal me dava imenso trabalho. Quando percebi que tinha que iluminar uma vivenda inteira ia morrendo!
Para isso, como não tinha nada de decorações fui comprar.
Indicaram-me a loja e certifiquei-me que tinha a lista das coisas necessárias na carteira.
Chego lá e deparo-me com uma loja do tamanho do nosso maior Continente, só com decorações de Halloween. Não sabia se chorava se ria. Os meus filhos saltavam à minha volta e iam pondo coisas para dentro do carrinho, que era maior que os dos nossos supermercados.
Garanto que eles não tinham culpa: até a mim me apetecia comprar tudo. Até brincos em forma de abóboras pequeninas havia. Parecia que estávamos num mundo encantado.
Mas o pior estava para vir: a secção de TREATS. Aí foi a loucura absoluta. É que nada se vende que não seja em sacos, no mínimo de 1kg. Um kg de tudo, das mais variadas formas, cores, sabores, desde chocolates a jellies, passando por marshmallows, rebuçados, tudo o que a vossa imaginação possa pensar, lá há. Mas claro que 1 kg não chega, porque as crianças que batem à porta são muitas, portanto chegámos a casa parecia que vínhamos da Casa dos Doces das histórias de crianças.
Fora a imensidade de luzes, os lençóis que se põem por cima dos candeeiros de jardim que ficam imediatamente transformados em fantasmas, dezenas de abóboras de todos os tamanhos ( o trabalho que dá escavá-las e fazer os olhos, o nariz e a boca...), homenzinhos de palha vestidos a rigor como camponeses, os sempre em pé insufláveis que ficam a guardar a porta, enfim, um mundo de imaginação e sonho.
Por um mês tornamo-nos todos crianças, ansiando pela noite de Halloween.

















Normalmente faz-se um jantar em que se convida a família e amigos mais chegados, todos mascarados e de caras pintadas. O jantar tem muita coisa feita à base de maçãs e abóbora, e a mesa é decorada com bonecos e toalhas alusivas ao dia.
Depois é só esperar que as crianças nos batam à porta.Se não vos consegui transmitir o ambiente peço desculpa, mas de facto, há coisas que só vistas.
E para o final do espectáculo aqui têm uns petiscos típicos da época.




Tarte de abóbora e custard Halloween Pizza





Bolos de chocolate


Brownies de maçã Marshmallows Fantasminhas
















Maçãs caramelizadas e cobertas de Peanut Butter



Nota de última hora: Impossibilitada de comparecer por um compromisso inadiável, a vizinha Patti, com a sua habitual gentileza, enviou os doces abaixo para serem servidos com Punch de abóbora que eu fiz, no final. O aspecto é terrível, medonho, assustador, mas parece que o paladar é delicioso.

Obrigada Patti























29 October 2008

NÃO ENTENDO



Não entendo.
Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco.
Não demais: mas pelo menos entender que não entendo.
Clarice Lispector

Dois rapazes, um de 20, outro de 18 anos foram presos sem fiança, no Estado americano de Tennessee por planearem matar a tiro 88 negros e decapitar 14, após o que tentariam assassinar o senador Obama.
São ambos skinheads neonazis, e os números 88 e 14 são simbólicos na comunidade que prega a supremacia branca:
88= Heil Hitler;
14 é o número de palavras da frase: "Devemos assegurar o futuro de nossa raça e um futuro para as crianças brancas"

Tudo o que quero: não entender.

27 October 2008

TROCAS DE ESTAÇÂO

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Quando se instala em mim o filho da mãe do estado de espírito assim-assim, não estou bem mas também não estou mal, os sorrisos saem-me amarelos e as gargalhadas forçadas, o melhor mesmo é agitar bem, tal como se faz com certas garrafas de líquido gaseificado e depois destapar rapidamente o recipiente. Com um bocadinho de sorte solto o gás que há em mim, sinto-me mais leve e adocicada e pronta para um novo dia.
Se por algum acaso a receita não resultar, passo ao plano dois, embirrando por tudo e por nada com as criaturas que tiverem a infelicidade de se cruzarem comigo, distribuo mimos envenenados e sento-me em local estratégico aguardando pela revolução dos cardos. Como música de fundo sugiro “Foram cardos foram prosas” interpretada pela sempre retocada e irritante Manuela Moura Guedes.
Impossível resistir a tanto charme, diria Pedro Abrunhosa em voz sussurrada.
Nesta altura do campeonato, já perdi o norte, o sul é uma miragem e nem me passa pela cabeça se existem outros pontos cardeais. Eis se não quando o telemóvel toca, a revolução pára e do outro lado alguém me diz: “I've just called to say I love you...”
Poderia tudo acabar aqui mas embirro com finais felizes quando estou num destes dias, e respondo em tom provocador: “Desculpa lá mas não estou para amar, estou no meio duma revolução e não perco esta m....... nem por uma música pirosa!
Desligam-me o telefone na cara, fico cheia de remorsos, abatem-se sobre mim olhares recriminatórios, o plano dois, três ou quatro, já lhe perdi a conta, funcionaram em pleno, agora sim já me sinto mesmo mal e a pior criatura deste mundo.
Para remate de dia e para suavizar o ambiente e melhorar o estado de espírito, posso sempre ensaiar aquela canção: I was just kidding!

Nota: tudo porque passei o dia a tocar a roupa, os sapatos e as malas de Verão pelos similares de Inverno, coisa que definitivamente me tira do sério.

Nota: este texto é da autoria de uma outra blogger e foi publicado no blog MariasHáMuitas. Porque lhe achei graça, copiei-o e pus esta nota, que me desalinhou o texto, suponho que por causa dos bonecos. Por esse motivo, resolvi deixar a nota no dia seguinte a uma hora menos tardia. Entretanto passou-me. Já apresentei as minhas desculpas à blogger em questão e faço-o, de novo, aqui.
Não tenho necessidade de plagiar ninguém, nem essa foi a minha intenção.

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26 October 2008

( 2 ) PORQUE É FIM-DE-SEMANA

Alerta do INFARMED

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O Ministério da Saúde, preocupado com o que vem ocorrendo no mercado, no que diz respeito ao uso inadequado de alguns medicamentos, vem a público para prestar os seguintes esclarecimentos às mulheres:

Nome do Medicamento: HOMEM

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*Indicações:* Homem é recomendado para mulheres em geral. Homem é eficaz no controlo do desânimo, da ansiedade, irritabilidade, mau-humor, insónia, etc. .


*Posologia e Modo de usar:* Homem deve ser usado pelo menos três vezes por semana. Não desaparecendo os sintomas, aumente a dosagem ou procure outro.

Homem é apropriado para uso externo ou interno, dependendo das necessidades da mulher.

*Precauções:* Mantenha longe do alcance das amigas. Manuseie com cuidado, pois Homem explode sob pressão, principalmente quando associado a álcool etílico. É desaconselhável o uso imediatamente após as refeições.


*Efeitos Secundários:* O uso excessivo de Homem pode produzir dores nas ancas, dores abdominais, entorses, contraturas lombares, assim como ardor na região pélvica. Recomenda-se banhos de assento, repouso, e contar vantagem para a melhor amiga.


*Efeitos Colaterais:* O uso inadequado de Homem, pode acarretar gravidez e acessos de ciúmes. O uso concomitante de produtos da mesma espécie pode causar enjoo, fadiga crónica e, em casos extremos, lesbianismo.

*Prazo de Validade:* O número do lote e a data de fabricação, encontram-se no Bilhete de Identidade e no cartão de crédito.

*Composição:* Água, tecidos orgânicos, ferro e vitaminas do complexo P.

*Cuidados:* Existem no mercado algumas marcas falsificadas, a embalagem é de excelente qualidade, mas quando desembrulhado, verifica-se que o produto não fará efeito nenhum, muito pelo contrário, o efeito é totalmente oposto, ou seja, além de não ser eficaz no tratamento das mulheres, podem agravar os sintomas e até inibindo o efeito do medicamento correcto.





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INSTRUÇÕES PARA O PERFEITO FUNCIONAMENTO DE UM HOMEM:

1 - Ao abrir a embalagem, faça uma cara neutra: não se mostre muito empolgada com o produto. Se fica muito seguro de si, o homem não funciona bem, vive dando defeito.

2 - Guarde em local fresco (homem fedorento não dá) e seguro (não esqueça que ele é o sexo frágil).

3 - Deixe fora do alcance daquela vizinha loira e sorridente. Ela pode fazer um estrago no seu produto.

4 - Para ligar, bastam uns beijinhos no pescoço pela manhã. Para desligar, providencie uma noite de sexo. Ele dorme feito um pedra e não diz nem boa noite (falta de educação é um defeito de fábrica).

5 - Programe-o para assinar os talões de cheque sem fazer muitas perguntas.

6 - Carregue as baterias três vezes por dia: café da manhã, almoço e jantar. Mais do que isso provoca pneuzinhos indesejáveis.


*Atenção:* Homem não tem garantia e todas as espécies são sujeitas a defeitos de fábrica, como deixar toalha molhada na cama, urinar na tampa da sanita, deixá-la levantada, fazer bagunça, espalhar as coisas, criticar, reclamar, se auto-exaltar, beber demais, comer cebola, esquecer datas de aniversário, roncar, etc....


Não existe conserto.




A solução é ir trocando até que se ache o modelo ideal, e recentes pesquisas informaram, que ainda NÃO FOI INVENTADO, mas não custa tentar....






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25 October 2008

SEM PALAVRAS


Dori me
Interi mo Adapare
Dori me
Ameno, Ameno
Lantire, Lantire mo
Dori me

Ameno, Omenare, imperavi
Ameno, Dimere, dimere
Mantiro, Mantire mo
Ameno

Omenare, imperavi emulari
Ameno
Omenare, imperavi emulari
Ameno, Ameno dore
Ameno dori me
Ameno dori me

Ameno Dom
Dori me Reo
Ameno dori me
Ameno dori me

Dori me, Dom

Sinta minha dor
Absorve-me,
Toma-me
Sinta minha dor, Liberta-me,
Liberta-me
Descubra-me ,
Descubra meus sinais

Sinta minha dor

Suaviza (esta dor),

Conforta-me

Perceba, perceba
Mutilaram-me,
Machucaram-me
Liberta-me


Suaviza (esta dor),
Conforta-me
Liberta-me
Suaviza (esta dor),
Conforta-me
Liberta-me,
Ameniza a dor

Ameniza minha dor
Ameniza minha dor
Liberta-me, Senhor
Alivia minha dor Rei

Ameniza minha dor
Ameniza minha dor
Tira-me esta dor, Senhor

- K y r i é E l é i s o n -



Qual o mundo que deixaremos para trás para as próximas gerações, quando partirmos?




Que herança lhe destinaremos ?



Cabul, Afeganistão
Três anos depois da queda do regime Talibã, - num país dilacerado pela guerra e onde as oportunidades de trabalho, alimentação e necessidades básicas são escassas -, crianças disputam migalhas de carvão que caem dos sacos transportados por caminhões da Cruz Vermelha, de modo a garantir seu próprio sustento e de suas famílias.



Karkhla, Paquistão
Crianças com idade entre 4 e 6 anos, na sua maior parte provenientes de famílias afegãs refugiadas da guerra civil que acomete seu país natal, trabalham em fábricas de tijolos. O seu desgastante trabalho consiste em virar os tijolos para que sequem mais rapidamente ao sol. O seu peso de criança permite que realizem seu penoso trabalho sem amassar os tijolos em que se apoiam.

Tegucigalpa, Honduras

Abutres e crianças disputam as sobras que encontram num aterro sanitário da capital hondurenha. Juan Flores e outras crianças reviram o lixo a fim de encontrar qualquer coisa que possa ser comido ou vendido.

Siliguri, Índia

Ruksana Khatun, de nove anos de idade, quebra pedras na periferia da cidade. Pequenas mãos calejadas em troca de um salário irrisório.
Segundo a Organização Internacional de Trabalho, OIT, mais de 220 milhões de crianças trabalham no mundo, mais da metade delas em funções perigosas e em condições e horários precários, com jornadas de trabalho de até 17 horas.


San Vicente, Colombia
Na entrada de um bordel, adolescente aguarda o próximo cliente.
Dados divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, revelam que milhões de crianças são vítimas da exploração sexual em todo o mundo. A cada ano, um milhão e duzentas mil crianças são vítimas de tráfico e venda.

M i s e r i c ó r d i a

A palavra misericórdia, de origem latina, surge da junção de misereo / miséria, e cor / coração.
Ela representa, portanto, um sentimento de empatia, colocar a miséria do próximo no nosso próprio coração.
A misericórdia refere-se ao coração que se compadece e age.

O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença.
Érico Veríssimo

24 October 2008

( 3 ) NOVA IORQUE, MEU AMOR

Então é assim.
Hey, calma, já sei que isto é um bordão que quem escreve bem não usa.
Sim, também sei que quem diz isto são as “tias”.
Mas às vezes dá jeito. Ora vejam:
Então é assim:
Qual é o sonho de uma dona de um cão? Que ele não faça as necessidades em casa, certo?
Pois. O meu não faz. Nada. Nadica de nada.
Mas, não gosta de chuva. Resultado, quando está muito apertadinho lá vai à rua, muito aflitinho. Mas quando lá chega, mal sente os primeiros pingos de chuva corre para debaixo de um árvore. Mas, se a dita tens as folhas molhadas e os pingos lhe caiem em cima fica muito aborrecido e dá meia volta para vir para casa, sem fazer nada.
Claro que passado pouco tempo quer ir outra vez.
Mas a cena repete-se. Nada!
Resultado: não sei o que vou fazer, em pleno Inverno, quando chove de manhã à noite.
Aconselhada por quem “ supostamente” percebe do assunto, tentei usar resguardos daqueles que se usam para os acamados. Ele olha para eles, muito limpinhos, e dependendo da hora, ou se deita confortavelmente lá em cima ou se senta olhando para mim, com ar de quem diz:
-Vês como sou lindo, minha dona?
Pensei: bom, isto é muito fino, o melhor é usar jornais. Embora estranhe o barulho dos mesmo e não se deite, senta-se e olha para mim, como quem diz:
-Queres que leia o quê, minha dona?
Em desespero de causa resolvi perguntar no Corte Inglês se teriam algo parecido com as areias dos gatos, mas para cão. Olharam para mim como se fosse maluca.
Aí, lembrei-me da minha cidade: Nova Iorque, claro. Eles teriam a solução, de certeza.
Fui à net ao site da loja onde costumo comprar as coisas vegetarianas dele, introduzi as palavras: pads for weewee e milagre: há uma imensidade de resguardos com cheiro a ...relva, próprios para este problema, com preços dos mais variados.
Encomendei e agora só me resta rezar para que não chova, enquanto não chegam.
Só tenho uma dúvida: os preços dependerão do cheiro da relva? Ou seja, lawn green, galracho, de campo de golfe, ou Central Park?

23 October 2008

( 3 ) VENHA DE LÁ UMA IMAGEM


Respondendo ao Desafio a Fada de 1/4 de Fadas enviou-me esta imagem lindíssima acompanhada deste texto:

"Misturas as memórias da criança com o encanto da mulher, juntas a generosidade com que defendes as causas mais diversas e lutas pelos desfavorecidos, surpreendes-me diariamente quando te leio e nunca sei o que vou encontrar ao abrir o azul do teu blog... enfeitado com uma das minhas bonecas preferidas! Gostas do Winnie the Pooh e da Betty Boop, és cheia de humor e de sarcasmo como o Garfield, descreves a cidade que amas com paixão, sofres com a ausência do teu filho, adoras animais, não desistes dos sonhos, tens um mundo colorido que não pára de me surpreender. É esta combinação que faz a Bluevelvet de que eu aprendi a gostar."
É fantástico como ela ficou a conhecer-me bem, só lendo o que escrevo. Algumas coisas é fácil, já que eu própria as confesso, como a minha paixão pelo Winnie ou a Betty ou ainda o Garfield.
O resto, bem, o resto deve ter pedido uma ajuda à varinha mágica, porque quer o texto quer a imagem são a minha cara.
Obrigada Fadinha.

22 October 2008

O CORCUNDA


Corria o ano de 1926.
A Baixa de Lisboa era o centro da vida da cidade. Durante todo o dia os trabalhadores afadigavam-se nas suas tarefas diárias e à noite recolhiam às suas casas, situadas num dos bairros populares.
As ruas tinham nomes conforme os profissionais que nelas tinham as suas lojas e oficinas: Douradores, Sapateiros, da Prata, do Ouro, dos Fanqueiros.
Adelino estava a acabar o curso de Direito para ser advogado.
Todos os dias passava à porta de Mestre João, um dos sapateiros mais conhecidos da rua com o mesmo nome.
Tinha já alguma idade mas continuava a fazer os sapatos, as alpergatas, os socos com a mesma mestria de outros tempos.
A vida não tinha sido fácil para este homem, que além de ter começado o ofício muito cedo, fora marcado com um defeito de nascença que o tornava diferente de todos os outros: Mestre João era corcunda.
Mas Adelino não se importava com isso. Gostava do seu ar bondoso, das histórias que contava e gostava sobretudo de entrar na oficina e ficar a olhar para todas aquelas ferramentas, a maior parte das quais nem sabia para que serviam: a máquina de coser giratória, o martelo de bater sola, a grosa de sapateiro, a tenaz, os vasadores, o arremachador de agulheta. Estavam ordeiramente pendurados nas paredes e Mestre João explicava-lhe para que serviam.
Também gostava muito do Bobbi, um cãozinho rafeiro preto que o sapateiro tinha recolhido e adoptado numa fria noite de Inverno. Nunca saía da soleira da porta e aceitava de bom grado as festas que todos os passantes lhe faziam.
De todas as ferramentas havia uma de que gostava muito e outra que receava. A que Adelino mais gostava era a grosa de sapateiro, uma peça invulgar formada por duas partes e nas duas faces repetida. Metade lima, metade grosa.
A que temia era uma outra: a sovela. Adelino era capaz de ficar horas a ver como Mestre João trabalhava com ela sem se ferir. A sovela era um instrumento constituído por uma espécie de agulha direita ou curva e encavada com que os sapateiros e os correeiros furavam o cabedal para o coser. Mas à velocidade com que o seu amigo cosia, Adelino não entendia como ele nunca furava uma mão.
E achava graça às várias caixas de tintas de muitas cores, todas estrangeiras e a fita métrica de sapateiro cuja graduação era em centímetros e pontos.
Todo o bairro gostava de Mestre João e o respeitava, excepto um bêbado desnaturado que todos os dias passava à porta de Mestre João e o cumprimentava:
- Bom dia, ó marreco!
Há anos que o fazia e há anos que Mestre João o avisava que um dia ainda se ia arrepender. Mas ele não ligava às palavras do velho sapateiro e continuava cumprimentando-o sempre com a mesma frase estafada e ofensiva:
- Bom dia, ó marreco.
No Verão desse ano, Adelino concluiu o curso com média de 18 valores o que encheu de orgulho a família e todos os trabalhadores da rua.
Antes de ir de férias foi despedir-se de Mestre João que lhe deu um abraço sentido e os Parabéns.
Em Setembro quando voltou, no 1º dia em que foi trabalhar para o seu escritório na Rua dos Sapateiros, passou pela oficina de Mestre João, mas foi com surpresa que verificou que a mesma se encontrava fechada.
Foi com o coração apertado e temendo o pior, que se informou se tinha acontecido alguma coisa ao amigo.
Era grave, sim, mas pelo menos não tinha morrido.
Contaram-lhe que uma manhã, Alfredo, passando pela porta de Mestre João o tinha cumprimentado como fazia há mais de vinte anos:
- Bom dia, ó marreco.
E o velho sapateiro tinha-se levantado do banquinho em que trabalhava e furara-lhe a garganta com a sovela que tinha na mão.
O bêbado ficara no chão a esvair-se em sangue até ser transportado para o Hospital de S. José, antigo Hospital Real de Todos-os-Santos, onde já tinha chegado morto e Mestre João preso.
Adelino apressou-se a visitar o amigo na Penitenciária e depois de ouvir a sua história resolveu ser seu defensor.
O julgamento decorreu sem sobressaltos de maior, todas as testemunhas abonaram o excelente carácter de Mestre João, e chegou o último dia.
O dia em que Adelino iria fazer as suas alegações.
Como era de praxe, levantou-se, ajeitou a toga e começou:
- Data Vénia,
Exmo. Senhor Dr. Juiz,
Exmo. Procurador da República,
Caro Colega,
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Os magistrados, bem como todos os presentes fixaram os olhos em Adelino preparando-se para o ouvir.
Mas ele repetiu:
- Data Vénia,
Exmo. Senhor Dr. Juiz,
Exmo. Procurador da República,
Caro Colega,
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
O Juiz olhou com estranheza para os colegas enquanto a assistência se entreolhava.
Mas Adelino continuou:
- Data Vénia,
Exmo. Senhor Dr. Juiz,
Exmo. Procurador da República,
Caro Colega,
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Na sala do tribunal da Boa Hora o silêncio era de espanto e não para ouvir o que o jovem advogado tinha a dizer. Nunca se tinha visto uma coisa assim. Parecia que estava gago ou engasgado. O único que sorria era Mestre João.
Fazendo uma pausa, Adelino retomou a palavra:
- Data Vénia,
Exmo. Senhor Dr. Juiz,
Exmo. Procurador da República,
Caro Colega,
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
Dessa vez o Juiz perdeu a paciência e invectivou-o:
- Sr. Dr. Já cumprimentou o Tribunal e os presentes. Agora continue que já está a fazer-nos perder tempo.
O Dr. Adelino baixou a cabeça como uma criança apanhada em falta, limpou a garganta e fez ouvir a sua voz:
- Data Vénia,
Exmo. Senhor Dr. Juiz,
Exmo. Procurador da República,
Caro Colega,
Minhas Senhoras e Meus Senhores.
O Juiz levantou-se irritado e disse-lhe:
- Sr. Dr. O senhor está a desrespeitar o tribunal ou não está no seu juízo perfeito. Faça o favor de continuar. Já estamos todos mais que cumprimentados.
Adelino dirigiu-se para o centro da sala e continuou:
- Peço desculpa, mas não pretendi ofender ninguém. Limitei-me a cumprimentar respeitosamente todos os presentes. Mesmo assim, todos ficaram impacientes e até pensaram que estava a faltar-lhes ao respeito.
O que acham que o acusado sentiu sendo chamado de corcunda pela vítima, durante 20 anos?
Adelino tinha demonstrado o que queria.
Ganhou a sua 1ª causa.
Mestre João foi condenado a 1 ano de prisão com pena suspensa e voltou à sua oficina onde continuou a trabalhar mais alguns anos, tendo por companheiro o seu fiel Bobbi.
E o Dr. Adelino começou ali aquela que viria a ser uma carreira mais do que brilhante.

Nota: Ouvi esta história, era eu bem pequenina, em casa de meus pais da boca do próprio Adelino...da Palma Carlos.

21 October 2008

VALORES DE HOJE

Eu podia escrever um excelente texto ( ou pelo menos tentar) sobre o facto de, hoje em dia, se ensinar às crianças desde a mais tenra idade, tudo aquilo que é a antítese do que me ensinaram a mim e de lhes mostrar quais os valores que regem a sociedade, insurgindo-me contra isso.
A primeira coisa, seria explicar que não devemos olhar só para o nosso próprio umbigo e que não devemos passar por cima de tudo e de todos, para vencer.
Os escrúpulos e o respeito pelo próximo ficam onde?
Poderia discorrer sobre o que é ter ideais, sobre o que é a moral e que a honestidade é algo que deve ser a base da formação do nosso carácter.
Deveria chamar a atenção para o facto de haver máquinas que nos facilitaram a vida, mas que não podem ser substitutos daquilo que é a verdadeira cultura.
A televisão não substitui a leitura e o computador não pode nem deve pensar por nós.
O carro é indispensável para nos deslocarmos mas o exercício físico é um dos pilares da nossa saúde e um investimento na qualidade de vida que teremos quando formos idosos.
Escreveria que pode acreditar-se em Deus ou não, que há várias religiões e que todas devem ser respeitadas se bem utilizadas, mas que o dinheiro não é o mais importante na vida e que não pode nem deve ser adorado, tornando-nos escravos do mesmo.
Mas mais importante que tudo, porque sou uma mulher de afectos, que o telemóvel é óptimo para dar recados ou resolver negócios, mas não substitui a visita aos avós aos pais e aos amigos, que um beijo ou um abraço só se sente quando é dado e não enviado por sms.
Eu podia tentar fazer isso, mas acredito que uma imagem, por vezes, vale mais que mil palavras, e que há quem o faça melhor que eu.
Por isso, deixo-vos o Quino.
Enjoy!



20 October 2008

( 23 ) NÃO RESISTI




Nota: Tenho o maior respeito pelos idosos. Jamais gozaria com uma fotografia destas se se tratasse de um anónimo.
Seria de um enorme mau gosto.
Sucede que o senhor que está a fazer esgares como um macaquinho é candidato à Presidência dos Estados Unidos da América. Um país cujo papel no Mundo não é propriamente dispiciendo.
Mais, se devido à sua avançada idade e visíveis maleitas ficasse impedido de desempenhar as suas funções, mais de metade do Mundo ficaria nas mãos de uma tresloucada retrógrada e fundamentalista.
Assim, é importante que esta fotografia seja vista.
E não me venham com a história que ficou assim por ter sofrido muito durante os anos em que foi prisioneiro de guerra.
Podem até dar-lhe medalhas.
Mas a Presidência, não.

19 October 2008

( 1 ) PORQUE É FIM-DE-SEMANA

Qual é o fim da picada?
Quando o mosquito vai embora.
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O que são dois pontos pretos no microscópio?
Uma blacktéria e um pretozoário
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Qual é a comida que liga e desliga?
Strog-ON-OFF
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Como se faz para ganhar um Chokito?
É só colocar o dedito na tomadita
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Qual o vinho que não tem álcool?
Ovinho de Codorna.
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O que é que a banana suicida falou?
Macacos me mordam.
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Qual é o doce preferido do átomo?
Pé-de-moléculas.
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Como o elétron atende ao telefone?
Próton!
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O que um cromossomo disse para o outro?
Oh! Cromossomos felizes!
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Como as enzimas se reproduzem?
Fica uma enzima da outra.
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O que é um ponto marrom no pulmão?
Uma brownquite.
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O que o canibal vegetariano come?
A planta do pé e a batata da perna.
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Por que a vaca foi para o espaço?
Para se encontrar com o vácuo.
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O que o espermatozóide falou para o óvulo?
Deixa eu morar com você porque a minha casa é um saco.
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