27 September 2010

TENTANDO ESCREVER


Sei agora coisas que não sabia há 5 meses. Significa que aprendi e isso é bom? Nem tanto. Não, quando o que se aprende não nos dá novos pensamentos ou novos mundos.
Nessa altura, escrever era algo tão natural para mim como comer, dormir, pensar ou ver. Quando olhava para alguém ou para algo, subconscientemente um post começava a tomar forma na minha cabeça.
Uma mulher com uma mancha na saia era muito mais que isso. Sobretudo a mancha. O que seria? Como teria ali aparecido? Porque continuaria ali? Agora isso não acontece. A mancha é uma mancha. Só isso.
A criança que chorava, chorava porquê? Porque tinha fome? Medo? Porque estava abandonada? E daí a história começava.
Agora, é só uma criança que chora.
Independente do dom ou do talento, como lhe queiram chamar, escrever é também um exercício. E como exercício que é necessita de ser exercitado ( perdoem a redundância). Como quando se faz ginástica e se pára, quando se recomeça, os músculos doem.
Com o escrever é bem pior.
Sobretudo quando as letras não se desenham para juntas se tornarem palavras que em conjunto darão um texto.
É o que dói não são os músculos: é a alma.

13 nhận xét :

De dentro pra fora said...

Como eu te compreendo....e aqui as reticências são aquilo que quisermos que sejam

josé luís said...

... mas nunca se esquece como andar de bicicleta, não é?
e - since you can not unring a bell - há só que recomeçar, exactamente como na ginástica, juntar uma letra a outra, vá lá, e depois outra, isso, um, dois, flecte, insiste...

Poetic Girl said...

Quando a alma me dói é quando consigo escrever mais e melhor, utópico não é? beijocas

Pitanga Doce said...

Querida Blue, nem preciso dizer o quanto te entendo. Deixar de escrever seria perder grande parte da minha essência e tenho mutio medo quando as palavras me fogem (e elas ás vezes se vão) mas voltam porque também estão acostumadas a nós. Parece conversa de malucos mas não é e tu sabes bem do que falo e quem faz da escrita uma maneira de demonstrar que "está aqui", também entende. Espera e elas voltarão.

PS: não me obrigues a ir buscar o banquinho para sentar à soleira.

salvoconduto said...

São essas coisas que não sabias há 5 meses que te obrigarão a tornar-te mais forte. Aprendemos sempre, principalmente com as coisas más. Cabe-nos a nós optar entre sermos subjugados por elas ou ultrapassá-las e a escrita acaba por ajudar, por muito pouca pachorra que tenhamos.

Abreijos.

ematejoca said...

Os maiores poetas também não tinham dores nos músculos, mas sim na alma.
A tua escrita, minha querida Blue, continua bela como sempre, mais profunda e triste.

Saudação outonal de Düsseldorf!

Patti said...

Eu sou mais da ideia que escrever é mais um exercício, que de vez em quando precisa de alguma alma.

Justine said...

Vês, já começaste! Doeu? Mas amanhã doi menos, e depois de amanhã começa a ser um prazer:)))

Mika said...

...o primeiro gesto, pode ser olhar para a folha... o segundo saber se a caneta ainda sabe o caminho até aos dedos...até à folha...se a toca...acontece...naturalmente.

M

M. said...

como te percebo... mesmo!

Mie said...

O importante e que voltaste :))

paulofski said...

As palavras são como que calorias. Bora lá ginasticar o pensamento e acalmar a alma.

Tite said...

É tudo uma questão de prática amiga.

Insiste, insiste, um, dois, trés, insiste, insiste!

Beijosssssss