25 September 2008

RECORDAÇÕES



Um dia a gente acorda com uma dor
dentro do peito
brinca para esconder,
faz-de-conta,
inventa cataventos coloridos
(ah, os sentidos!).

E gira, gira, gira
aperta tudo em vertigem
até caber direitinho
numa gaiola dourada
onde mora um bonito passarinho.

Fica quieta,
boquiaberta,
ouvindo o canto preso
na alma da saudade
essa palavra.


Não se pode viver de recordações. É como se estivessemos em coma, com sistema de vida assistido. Se desligarem os fios da memória, morre-se.

40 nhận xét :

Sol da meia noite said...

Quanta verdade aqui encontro...!
Viver de recordações é como andar para a frente olhando para trás.
É ir sobrevivendo...
:-(

Xi-coração...

Carminda Pinho said...

Saudade, essa palavra que tem tanto significado para nós, Blue.

Não se vive de recordações, é verdade. Mas por vezes, elas são tão fortes, tão intensas que, nos é dificíl desligar...

Beijos

PS: - tou aqui.

Sorrisos em Alta said...

Pronto, eu não escrevo nada, que já sei que te enervo!!!
(e ainda te aumenta a dor....)

;o)

amigona avó e a neta princesa said...

Penso que ter recordações é viver...mesmo as más fazem-nos andar para a frente...não podemos é viver do pasado...beijos amiga...

pedro oliveira said...

Não se vive de recordações, nas são elas que fazem o nosso computador processar a informação do que está e antecipar muitas vezes o que aí vem.

PO
vilaforte

cecília said...

Simples, directo, profundo...

A Velvet, no seu melhor, apaixonada (pela escrita) e nostálgica (pelo Outono).

Um poema lindo!

f@ said...

Profundo olhar para o horizonte das lembranças.

As saudades…. de algo que já passou e teima em rodopiar no tempo do nosso coração e sei lá + onde….volta que não volta … meia volta …volta, porque nenhum ápice passa de novo o mesmo filme velhinho para rever de novo…
Recordar é mto bom…
Beijinhos das nuvens

Justine said...

Não, não se vive de recordações, mas as recordações, boas ou más, são a marca das nossas vivências e portanto uma das pedras dos alicerces da nossa vida. Acho eu, claro!

Patti said...

Eu não vivo de recordações, mas recordo-me delas muitas vezes para viver.
Eu sou muito do meu passado e é ele que vou levar comigo para o futuro.

Mas viver, vivo sobretudo o presente, que é bom porque o saldo do meu passado é muito positivo e tive quota parte nisso.

Anonymous said...

Olá veludinho, parece-me que és daquelas raras pessoas que tem a capacidade de ler os por de dentros =)

Uma raridade tribal portanto =)
Sabes uma coisa, gosto imenso do teu blog...já cá venho a muito tempo mesmo...mas a minha boca as vezes é como a tua bonequinha...

Aquele post no fluxos é mesmo uma música, quando quiseres passa por lá e ficas a conhecer!

Beijinhos Tribais!!!

Vera said...

Quando as recordações vivem demais dentro de nós, como podemos mandá-las embora? Ando com todas :-) à flor da pele, do cérebro, dos sentidos.
Bjs
:)

Filoxera said...

Recordar éviver, mas viver não é só recordar...
Beijos.

BC said...

Não sabia que também fazias poesia,e está linda.
Não se vive de recordações, mas por vezes é tão difícil tirá-las das nossas vidas, mas temos que lutar por isso de contrário passávamos a vida em sofrimento desgastante.
Estou de volta, e agora vamos ver se consigo manter o ritmo tem sido complicado.
Acho que estou a adoecer, fui para o Alentejo e vim constipada, muita água e muita natação.
Beijocas cheias de mar

Anonymous said...

A memória que tenho, pouco selectiva, faz de mim o que sou hoje, cuidadoso e atento. Tenho igualmente um garnde problema com a memória, não a tenho curta. Que é um problema para o meio onde vivo. Não é um defeito.
Também sou traído amiúde pela memória, em especial quando chega à altura das lições, principalmente as de moral.
Tramada a memória. Em especial se não queremos admitir a nossa hipocrisia.

:|

:)

beijocas

1/4 de Fada said...

Não podemos viver só de recordações, mas elas fazem parte de nós, é impossível apagá-las, somos o resultado delas, temos é que aprender a conviver com o que elas nos possam trazer de amargo sem nos tornarmos amargos. Será que isso é possível?

BlueVelvet said...

Sol,
é isso mesmo querida.
Percebeste onde quero chegar.
Beijinhos e veludinhos azuis

BlueVelvet said...

Carminda,
obrigada amiga. Sei que sim.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Sorrisos,
não me enervas nada. Estava a brincar contigo.
Só de ver os teus bonequinhos começo logo a sorrir.
Faz-me bem o teu humor maluco:))
Beijokas

BlueVelvet said...

Amigona Avó e a neta Princesa,
às vezes fazem-ns parar por não ter vontade de andar para a frente.
Mas são dias:))
Beijinhos

BlueVelvet said...

Pedro Oliveira,
pois não. Tomara que às vezes fomos um computador que tivesse o botãozinho do Delete.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Cecília,
não me faça corar.
Foi só um desabafo em forma de rima.
Se é que rimou:))
Beijinhos

BlueVelvet said...

Fa,
meia volta, volta.
É isso mesmo.
Beijinhos amiga

BlueVelvet said...

Justine, são sim.
Fazem parte da nossa história.
Mas a impossibilidade de as viver de novo, dói.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Patti,
também o meu passado é bom, e é a comparação com o presente, que dói.
Apetece ficar lá, nas recordações, no que passou.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Keine Hexe,
não me digas que tenho que te desenhar uma boquinha:))
Não sabia que costumavas entrar pé ante pé, caladinha.
Beijinhos tribais

BlueVelvet said...

Vekiki,
pois é.
Também eu.
Beijinhos

BlueVelvet said...

Filoxera,
lindo trocadilho.
E bem verdadeiro.
Beijinhos amiga

BlueVelvet said...

BC,
poesia, que nada.
Umas frases meio rimadas:))
Olha põe-te boa para dia 4, óviste?
Beijinhos tribais

BlueVelvet said...

Jotabê,
que bom ver-te por aqui.
Como vai o teu olhinho novo? Já consegues sobrpor as imagens que estavam desfocadas?
Já vou lá à tua casinha.
Beijinhos

BlueVelvet said...

1/4 de Fada,
essa a grande questão.
Beijinhos querida

sagitario said...

viver de recordações por vezes é péssimo, principalmente se elas foram dolorosas, mas há que saber destrui-las, o que nem sempre é facil.
Para mim foi uma terapia mudar o meu sobrenome, pelo qual era sempre chamada, pode parecer patetice, mas resultou mesmo e agora nem me lembro da pessoa a que se referiam.
Eu sei que não é comum isto acontecer, mas eu nunca fui nem jamais serei uma pessoa comum

Pitanga Doce said...

...e é um processo lento e doloroso para nos livrarmos deste sistema assistido. Mas saímos e seguimos em frente e sempre atentos para não nos deixarmos apanhar outra vez. Se é que me entendes.

beijos Bluevelvet

renard said...

Hi soft Blue Velvet:

Don't ask me why, but I feel like writing in english when I comment in your blog. Maybe it's because I know you feel confortable with the language and because, having been born in South Africa and living there for 9 years, my most intamate and private thoughts are always constructed in english.
You know what reading your poem brought to my mind? The aria "Vesti la Guibba" from Leoncavallo's "Il Paliacci".
(At this point you must be wondering why a 28 year old listens to arias and operas... Well, I love(d) Pavarotti (even got a small statue of him) and that's my favourite aria because it represents a great part of how I felt during my life. Making others around me laugh when I whilst I was shattered inside. I'd "put on the costume"...
Well, that's the "feel" I got from the poem. We must all fulfill are social obligations by smiling on demand and acting good spirited even if we feel like telling everyone to leave us alone and just shut the f*** up...
Well, I've evolved. I never smile if I don't feel like it and if I'm ill-spirited, my face is transparent. People know it's best to stear clear.
I can't live trying to please everyone. If they don't like me, then all they have to do is just stay out of my way...
Sorry for the outburst... But as you said, we may have to "fake" feelings but never amongst friends.

Big kiss sweetie and a nice big hug... One of those you enjoyed so much... :)

Alexandre said...

Acordo muitas vezes com essa dor dentro do peito...

Muitos beijinhos!!!

ANTONIO SARAMAGO said...

Mas olha amiga, que recordar também é viver...
O mal, é que recordamos com maior intensidade as coisas más do ke as boas...

Anonymous said...

Lindo e com uma conclusão muito verdadeira
Beijinhos

Donagata said...

Concordo inteiramente. Não podemos repousar a nossa vida em recordações. Isso não é viver, é, quanto a mim agonizar. Agora, que por vezes são as recordações que nos dão ânimo para avançar, para arriscar, para dar tudo por tudo, na minha opinião, acontece.
Para tudo se quer a medida certa, não é?
BBeijos

Maria said...

Não se pode (ou deve) viver de recordações, mas pode-se (deve-se) viver COM recordações...
... acho eu...

Beijo, Blue Velvet

Fátima André said...

Minha querida,
quero deixar-te um abracinho tribal para o fim de semana que se avizinha, pois, vou estar ausente da blogosfera. Sabes, tenho que cuidar daqueles a quem quero muito bem e que como dizes no teu poema, de quando em vez, andam com os fios meio desligados.
Beijinhos e Sorrisos Tribais :))

Sorrisos em Alta said...

Primeiro chama-me enervante, agora maluco....
;o((((

hhehhehehehh