Quem me conhece e julgo que também quem me lê, sabe que não morro de amores por MST.
Quem me conhece sabe porquê.
Mas, às vezes escreve coisas muito acertadas como diria a tia Sofia, que na altura dos meus dez anos ainda não se chamava Sophia.
Enfim, adiante.
Encontrei há dias este escrito dele. O assunto era outro mas retirei esta parte, já que a política cada vez me interessa menos além de me fazer mal à saúde.
Garanto que o facto de estar fora do contexto, não retira em nada o sentido que lhe quis dar.
"Ultimamente tenho sido industriado num conceito novo sobre a vida que é também uma filosofia de vida: ser "leve". Ser "leve" é o contrário de ser "pesado", é, parece, a capacidade de levar as coisas sempre de uma forma ligeira, de não se preocupar demasiadamente com nada nem dar demasiada importância a coisa alguma. Aconteça o que acontecer, façam o que fizerem, as pessoas "leves" levam tudo na despreocupada: nada deve ser suficientemente grave ou importante para que deixem de rir e de sorrir todo o tempo e em todas as circunstâncias. Trata-se de um conceito moderno e urbano, que a mim me deixa um pouco baralhado, até porque nos últimos anos tenho aprendido a preferir cada vez mais a chuva no campo do que os dias cinzentos na cidade. É verdade que os portugueses sorriem pouco e que sorrir faz bem à saúde e torna as pessoas mais bonitas. Mas lembro-me de a minha mãe dizer que os que vivem eternamente felizes e despreocupados, sempre a rir ou a sorrir, ou são parvos ou são inconscientes. Sim, porque é difícil distinguir onde acabam as virtudes de ser "leve" e começa a estupidez de ser leviano. A fronteira não é clara e há-de ser estreita.
Mas de uma coisa estou certo: só se pode levar as coisas numa "leve" quando se tem condições para tal. Quem vive em quadros de miséria e carência, quem tem da vida urbana uma paisagem de subúrbios desumanizados, quem tem problemas sérios de saúde, quem viu morrer um filho ou alguém muito próximo e amado, quem viu morrer uma após outra todas as ilusões, ou não é "leve" ou anda a Prozac.
Poder ser "leve" é um privilégio, não toca a todos."
Miguel SousaTavares
Janeiro de 2009
Já agora esclareço que este texto não consegue responder a uma pergunta que me persegue há anos: porquê que os estúpidos são mais felizes que os inteligentes? Será por pensarem menos? Por terem menos dúvidas? Por fazerem menos perguntas? Ou por serem mais leves?
Quem me conhece sabe porquê.
Mas, às vezes escreve coisas muito acertadas como diria a tia Sofia, que na altura dos meus dez anos ainda não se chamava Sophia.
Enfim, adiante.
Encontrei há dias este escrito dele. O assunto era outro mas retirei esta parte, já que a política cada vez me interessa menos além de me fazer mal à saúde.
Garanto que o facto de estar fora do contexto, não retira em nada o sentido que lhe quis dar.
"Ultimamente tenho sido industriado num conceito novo sobre a vida que é também uma filosofia de vida: ser "leve". Ser "leve" é o contrário de ser "pesado", é, parece, a capacidade de levar as coisas sempre de uma forma ligeira, de não se preocupar demasiadamente com nada nem dar demasiada importância a coisa alguma. Aconteça o que acontecer, façam o que fizerem, as pessoas "leves" levam tudo na despreocupada: nada deve ser suficientemente grave ou importante para que deixem de rir e de sorrir todo o tempo e em todas as circunstâncias. Trata-se de um conceito moderno e urbano, que a mim me deixa um pouco baralhado, até porque nos últimos anos tenho aprendido a preferir cada vez mais a chuva no campo do que os dias cinzentos na cidade. É verdade que os portugueses sorriem pouco e que sorrir faz bem à saúde e torna as pessoas mais bonitas. Mas lembro-me de a minha mãe dizer que os que vivem eternamente felizes e despreocupados, sempre a rir ou a sorrir, ou são parvos ou são inconscientes. Sim, porque é difícil distinguir onde acabam as virtudes de ser "leve" e começa a estupidez de ser leviano. A fronteira não é clara e há-de ser estreita.
Mas de uma coisa estou certo: só se pode levar as coisas numa "leve" quando se tem condições para tal. Quem vive em quadros de miséria e carência, quem tem da vida urbana uma paisagem de subúrbios desumanizados, quem tem problemas sérios de saúde, quem viu morrer um filho ou alguém muito próximo e amado, quem viu morrer uma após outra todas as ilusões, ou não é "leve" ou anda a Prozac.
Poder ser "leve" é um privilégio, não toca a todos."
Miguel SousaTavares
Janeiro de 2009
Já agora esclareço que este texto não consegue responder a uma pergunta que me persegue há anos: porquê que os estúpidos são mais felizes que os inteligentes? Será por pensarem menos? Por terem menos dúvidas? Por fazerem menos perguntas? Ou por serem mais leves?
10 nhận xét :
Senti uma leveza muito agradável ao saber do teu regresso, Blue Velvet!
Estou baralhada: essa tua tia Sofia, a que te referes, é a mãe dele?
Achas que os estúpidos são mais felizes que os inteligentes?
Eu acho, que os mais instruídos sabem expressar melhor a sua infelicidade.
Bom, já é muito tarde para falar sobre "Felicidade", que para mim é um termo muito abstracto.
Tem sonhos muito leves, Veludinho!
Podes crer que com este post e o anterior fiquei mais leve e digo isto porque sabes bem o significado desta leveza. Quanto ao MST, tem dias, às vezes só sai asneira, mas isto sou eu a falar, que sou um bocado pesado...
Abreijos.
Gostei do seu texto... mas "estupidos"...é um pouco forte...
Há os simples, os menos informados..., porque a estupidez é outra coisa...
Abracinho..
:))
Olá!
Concordo com o texto do MST.
Actual e verdadeiro.
Hoje em dia, quem tem dois neurónios, e pensa um pouco, pode ser leve uns dias...mas será ansioso, triste e stressado na maioria dos outros:=(((
Mas isto sou eu a pensar em voz alta:=)))
Beijocas
Gostei de te ter de volta
A vida tem sobressaltos e montanhas difíceis de escalar, que nos arrancam sangue, suor e lágrimas, sobretudo quando os avanços são muito inferiores aos retrocessos.
Cada um sabe o tamanho da sua dor e a vontade que terá ou não de sorrir, apesar de que, em qualquer situação, e isso já eu aprendi, sorrir é sempre de borla, por isso, porque não??
Para responder a tua pergunta eu diria que se isso fosse uma prova, "as quatro alternativas acima estão certas". Já para descontrair mais um pouco, eles não andam a Prozac. Tomam Red Bull que dizem "te dá asaaas"!
PS:Por coincidência, ontem no Metrô, vinha uma senhora ao lado a ler e estiquei (educadamente, é claro) os olhos e era Equador. Hoje chego aqui e vejo este texto dele.
Já a Margarida Rebelo diz "não sejas densa".
Há dias, e como diz a Si, rir é de graça.
Bem vinda, Blue, e espero que venhas pra ficar.
TEM ESTE DOCUMENTO A FINALIDADE DE CONVIDAR V.Sa A COMPARECER AO BLOG PITANGA DOCE PARA VER A SUA PRAIA E OUVIR TOQUINHO E VINÍCIUS CANTANDO "TARDE DE ITAPOÃ".
DESDE JÁ APRESENTO MEUS CUMPRIMENTOS, AGRADECIMENTOS E OUTROS ENTOS.
ASS: PENÉLOPE CHARMOSA!
BV, quem te disse - ou como concluiste - que os estúpidos são mais felizes que os inteligentes?
E que estúpidos? Creio que temos de ser um pouco cautelosos com estas generalizações. E mesmo generalização, não concordo nada com ela.
Olá Bluezita, sabes, não concordo em pleno com esta visão da Sofia de que os que levam a vida a rir ou são parvos ou inconscientes.
Tirando, naturalmente, da equação os casos extremos de miséria, morte, doença, privação de qualquer tipo, perseguição e outras que tal, acho sim que devemos levar a vida mais a sorrir do que levamos na realidade.
Somos macambúzios, agoirentos, sofredores sem causa e razão, melancólicos por natureza, queixosos por vício e isso sim é que é ser-se parvo, inconsciente e pior,totalmente errados na forma de se viver.
A vida é um instante, tão rápido e tão frágil que se a encaramos assim é porque ela foi um desperdício.
Acho que sim, que devemos fazer um esforço para sermos ais 'leves', mais selectivos e guardar para nós só aquilo que nos é benéfico.
Pronto, mas isto sou eu, que acho o inverno, o nevoeiro e o frio totalmente inspiradores, ahahahhahahhah. Uma optimista, portanto.
Beijinhos :)
Porque não têm expectativas, e não as tendo não se desiludem nem se massacram quando não realizam o que esperavam.
Gostava de ser leve! Ou estúpida, a vida seria tão mais fácil de levar.
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