Ela mora sozinha num apartamento pequeno que mais parece um quarto de empregada. Adora livros de astrologia e literatura de todo tipo, das mais baratas às mais ricas e belas e deixa tudo junto espalhado pelo chão. Tem os cabelos ondulados, olhos cor de mel, lábios rosados e uma pele cor de leite. Gosta de felinos, cria um gato chamado Pouft. Tem uma coleção de vinil da Billie Holiday e dos Beatles. Beatles para ouvir pela manhã, e Billie à noite. Guarda um piano de brinquedo, que apesar de ser de criança, ela toca tão bem quanto o Oscar Peterson.
Um quarto e uma só janela que dá de frente para uma praça com relva, areia e begônias. Uns bancos pintados de castanho onde a maioria das pessoas que se sentam ali, são aquelas de cabeça branca que levam o jornal debaixo do braço e talvez muita nostalgia na ponta da língua. Todas as manhãs vai à janela dar as boas vindas ao sol, dizer bom dia, pedir um bom dia; ás cinco e meia da tarde faz o mesmo ritual, dando adeus ao crepúsculo, dando uma boa noite, pedindo uma boa noite.
Vai ao quiosque todo o santo dia, ler as páginas principais dos jornais que ficam expostos, compra guloseimas e volta para casa.
Gosta de fazer bolas de sabão. Passa o dia todo molhando o seu quarto/casa com bolhas que faz com um só sopro e se espalham por cima dela, da cama, dos livros... fazem cócegas, são bonitas, estouram. Ela costuma pensar mil e uma coisa enquanto estica a bochecha e guardando um monte de ar para despejar numa bolha, com a pretensão de ser grande, duradoura. Tem vontade de morar dentro delas porque parece um mundo transparente, com cores leves enquanto se movimentam no ar.
Um mundo só dela. Uma bolha só dela. Uma bolha que não estourasse quando o vento é forte, ou com um simples sopro.
Na verdade, às vezes ela acha que o que causa tum tum tum dentro dela é como uma bola de sabão, tem a mesma sensibilidade de tudo aquilo que cresce por dentro, de tudo aquilo que a enche dentro do quarto, dentro das roupas, dentro da pele, dentro dela.
E estouram, também.
Um quarto e uma só janela que dá de frente para uma praça com relva, areia e begônias. Uns bancos pintados de castanho onde a maioria das pessoas que se sentam ali, são aquelas de cabeça branca que levam o jornal debaixo do braço e talvez muita nostalgia na ponta da língua. Todas as manhãs vai à janela dar as boas vindas ao sol, dizer bom dia, pedir um bom dia; ás cinco e meia da tarde faz o mesmo ritual, dando adeus ao crepúsculo, dando uma boa noite, pedindo uma boa noite.
Vai ao quiosque todo o santo dia, ler as páginas principais dos jornais que ficam expostos, compra guloseimas e volta para casa.
Gosta de fazer bolas de sabão. Passa o dia todo molhando o seu quarto/casa com bolhas que faz com um só sopro e se espalham por cima dela, da cama, dos livros... fazem cócegas, são bonitas, estouram. Ela costuma pensar mil e uma coisa enquanto estica a bochecha e guardando um monte de ar para despejar numa bolha, com a pretensão de ser grande, duradoura. Tem vontade de morar dentro delas porque parece um mundo transparente, com cores leves enquanto se movimentam no ar.
Um mundo só dela. Uma bolha só dela. Uma bolha que não estourasse quando o vento é forte, ou com um simples sopro.
Na verdade, às vezes ela acha que o que causa tum tum tum dentro dela é como uma bola de sabão, tem a mesma sensibilidade de tudo aquilo que cresce por dentro, de tudo aquilo que a enche dentro do quarto, dentro das roupas, dentro da pele, dentro dela.
E estouram, também.
8 nhận xét :
Não será o Pouft que lhe está a estourar as bolhas? Eita, já me imaginaste dentro de uma bolha a ouvir o piano de Oscar Peterson?!
Abreijos.
E se Ela arranjasse um Trabalho?
O nosso balão colectivo está na eminência de estourar,ai está está.
um trabalho faria toda a diferenca na vida dela, querida..bjs e dias felzies
Hummm! acho que ela precisa deixar as bolas de sabão de lado....fazem-me lembrar ilusões, meras ilusões...
Hummm! acho que ela precisa deixar as bolas de sabão de lado....fazem-me lembrar ilusões, meras ilusões...
Ai Maria Blue, Maria Velvet... que analogia tão terna e doce.
(...) Tem vontade de morar dentro delas porque parece um mundo transparente, com cores leves enquanto se movimentam no ar.
Um mundo só dela. Uma bolha só dela. Uma bolha que não estourasse quando o vento é forte, ou com um simples sopro.
(...)
Lindo est teu conto!!!Adorei
Jinhos
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