11 January 2010

ARRISCAR


Os anos passam devagar,
Memórias apagadas, lembranças recordadas.
O que desejei ser.

Os meses são sequências intermináveis,
Caminhos traçados, passos nunca dados.
O que deixei de ser.

As semanas são como puzzles de inúmeros pedaços,
Tentativas falhadas, forças acabadas.
O que quis ser.

Os dias constroiem-se lentamente,
Sonhos pisados, desejos cansados.
O que dei para ser.

As horas sucedem-se a um ritmo acomodado,
Objectivos perdidos, sorrisos escondidos.
O que arrisquei ser.

Os minutos desdobram-se em minutos mais,
Sentimentos inexistentes, palavras caladas.
O que tentei ser.

Os segundos multiplicam-se,
Coração de pedra, temperatura baixa.
Perdi-me.

10 nhận xét :

Pitanga Doce said...

Não te perdeste nada. Esses dias "gris" é que estão a "matar" muita boa gente!

josé luís said...

miss veludo,

belo poema sobre o tempo (em ritmo enganadoramente acelerado até ao segundo...)
e desculpe, mas não concordo nada com o último verso.
quem escreveu os anteriores, ao falar de coração de pedra e temperatura baixa, deveria concluir:
"O que nunca vou ser."

;-)

salvoconduto said...

Coração de pedra, tu?!

E não precisas de GPS.

Abreijos.

Patti said...

É melhor acelerar esses dias, esse ritmo e começar a aproveitar o que verdadeiramente se tem e iniciar por aí o 'arriscar'.

Filoxera said...

Também tenho alturas em que já nem me reconheço...
Beijos.

Fernanda Ferreira - Ná said...

Amiga BlueVelvet!

Tão derrotista??? Não me parece nada teu!!!
Depois eu acho que o tempo passa a voar.

Apesar de não concordar com tanto negativismo, gostei do poema.

Beijinhos

Oliver Pickwick said...

Talvez os anos passem mesmo devagar. Mas as mudanças da "linha editorial" do seu blog passaram-se de maneira rápida e intensa. Para melhor.
Gostei da Blue "Boop" Velvet. ;)
Um beijo!

BlueVelvet said...

Olá Oliver,
Welcome back! It has been a while...
What a pleasure!
Hugs1

Tite said...

Esperemos que deixe de chover e a temperatura suba para te encontrares de novo.
É tudo uma questão meteorológica rsrsrs
Vejo por mim que não consigo encontrar-me.

Mar Arável said...

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