Quando era pequenina gostava muito de histórias. Daquelas com meninos e casinhas de chocolate, príncipes, palácios encantados, fruta encantada, bichos encantados. Gostava de tudo o que fosse encantado porque depois se transformava, se é que me entendem.
E fadas. Boas e más. Acho até que gostava mais das más, porque depois eram castigadas.
Enfim, os meus gostos eram um bocado discutíveis!
A minha infância foi povoada de belos contos e no Natal o pedido mais escutado pelos familiares era: "Quero uma varinha de condão"
Uma das que mais gostava era " A Raposa das 7 Cores " , e quando a minha mãe ou avó se enganavam, eu, muito atenta e indignada: " Não, não foi assim "
Muitos anos se passaram e chegou o dia de contar essa história aos meus filhos.
Olhavam-me com olhos maravilhados e ouvidos atentos.
Comecei então a minha querida história:
Era uma vez uma floresta, onde viviam muitos animais. Eram todos amigos e viviam em paz. ( não, não vos vou contar toda, porque como são adultos que me lêem não iam perceber...)...e depois, um dia, numas obras à entrada da floresta umas latas de tinta cairam em cima da raposa e ela ficou toda pintada. Então, servindo-se do seu novo e estranho aspecto, começou a tiranizar, a perseguir e atacar os outros animais da floresta que até então viviam tão felizes.
Até que um dia, atravessando uma ponte, caiu ao rio e as tintas desapareceram voltando o seu primitivo aspecto.
Quando ia continuar a história, a vozinha do mais pequeno dos meus ouvintes fez-se ouvir: - Ó mamã, de que marca seria a tinta?
- Que esperto, disse logo a minha mãe, que ia a passar.
Parei e fiquei a olhá-los. Esperteza? Não. Inocência e sonho poluídos pela publicidade martelada por televisões de 50 canais.
Pobres crianças!
Com 5 anos, já não dizem, com os olhos brilhantes e dando pulinhos de excitação como eu fazia, e quem sabe, vocês também, ( vá lá, confessem )- E depois, depois?
Então, sem responder, disse para mim mesma: - E depois?
E acabei de contar a história só para mim.
E fadas. Boas e más. Acho até que gostava mais das más, porque depois eram castigadas.
Enfim, os meus gostos eram um bocado discutíveis!
A minha infância foi povoada de belos contos e no Natal o pedido mais escutado pelos familiares era: "Quero uma varinha de condão"
Uma das que mais gostava era " A Raposa das 7 Cores " , e quando a minha mãe ou avó se enganavam, eu, muito atenta e indignada: " Não, não foi assim "
Muitos anos se passaram e chegou o dia de contar essa história aos meus filhos.
Olhavam-me com olhos maravilhados e ouvidos atentos.
Comecei então a minha querida história:
Era uma vez uma floresta, onde viviam muitos animais. Eram todos amigos e viviam em paz. ( não, não vos vou contar toda, porque como são adultos que me lêem não iam perceber...)...e depois, um dia, numas obras à entrada da floresta umas latas de tinta cairam em cima da raposa e ela ficou toda pintada. Então, servindo-se do seu novo e estranho aspecto, começou a tiranizar, a perseguir e atacar os outros animais da floresta que até então viviam tão felizes.
Até que um dia, atravessando uma ponte, caiu ao rio e as tintas desapareceram voltando o seu primitivo aspecto.
Quando ia continuar a história, a vozinha do mais pequeno dos meus ouvintes fez-se ouvir: - Ó mamã, de que marca seria a tinta?
- Que esperto, disse logo a minha mãe, que ia a passar.
Parei e fiquei a olhá-los. Esperteza? Não. Inocência e sonho poluídos pela publicidade martelada por televisões de 50 canais.
Pobres crianças!
Com 5 anos, já não dizem, com os olhos brilhantes e dando pulinhos de excitação como eu fazia, e quem sabe, vocês também, ( vá lá, confessem )- E depois, depois?
Então, sem responder, disse para mim mesma: - E depois?
E acabei de contar a história só para mim.
17 nhận xét :
Ooohhhh! A que a minha mãe me contava não era assim. Só começava da mesma maneira.
Podes crer que anda aí uma raposa pintada e eu cá com uma vontade de lhe atirar um balde de água...
Abreijos
O progresso tem destas coisas...
Beijo vermelho
Histórias Encantadas para uns e muito Desencantadas para outros, como aquela de a mãe dizer para os filhos, espertem pela meia noite, pois aí terão um par de peúgas na chaminé...
Que grande Pai Natal!
Contenta-ta lá com uns coscorões feitos na véspera e já te podes dar por muito feliz...
sem dúvida a época das fantasias.
Bom Natal
Olá
Tantas histórias e tão lindas que agora estão a cair em desuso!
Desejo-te um Natal cheio de histórias de paz e felicidade e um Ano Novo melhor do que este!
Beijinhos
Maria
Bela metáfora sobre a evolução do pensamento humano. Que pergunta farão os seus netos aos seus filhos, quando eles lhes contarem a história?
Se fosse só a publicidade a substituir as perguntas....
O problema são mesmo as histórias que agora se contam, que de encantar nada têm, de virtual têm tudo, numa realidade que não apela ao sonho, antes à realidade trágica de se tornarem personagens principais de jogos de guerra, cheios de gritos e mortes, e achando que isso é divertimento e evolução
De facto, mudam-se os tempos e com eles mudam também as formas de viver o nascimento, a infância e a idade adulta, a velhice e a morte.
Andamos cada vez mais depressa... E perdemos tanto pelo caminho...
Beijinhos
Linda história e bem contada por ti amiga... belos momentos aqui.
Saudades tuas fotos, por onde andas?
Gostava de te ver no www.fotogenicos.net, anda aparece por lá mostrando o que sabes tão bem fazer.
Bjs grandes,
Nuno
Eu leio as minhas histórias à Beatriz e ela adora e fica às vezes muito séria a pensar naquilo que lhe conto (também coitadinha, serviços que choram pirilampos que iluminam vestidos, cor-de-rosa que falam, rabos que desabafam etc)
Isto para dizer que a imaginação deles hoje terá duas vertentes: uma quase nula, devido à influencia de todos os meios audiovisuais que os limita muitíssimo e outra vertente muito imaginativa, se assim o quisessem, proporcionada por esses mesmos meios, onde junto também a net, óbvio.
Resumido: uma grande mixórdia.
A falar sozinha...
Então, já pensaste nas histórias que lias em criança?
Beijos.
Dá muito que pensar, a tua história de hoje... e faço minhas as palavras da Filoxera, porque com as histórias que tu c nos contas aqui, também estou curiosa em saber as tuas leituras juvenis... só não te passei o desafio por te saber já desafiada!!!
Bluevelvet:
não tenhamos dúvidas que a TV, os jogos e outras tantas coisas, reprimem a imaginação...
bjs
(gosto muito deste teu novo "look!")
Sabes minha linda, gigantes assustadores há-os em todos os tamanhos e feitios. Nós somos sempre mais pequenos e indefesos, mas basta a vontade e uma pedra bem afiada e caem aos nossos pés após um bela e certeira fisgada.
Um beijo enorme desta "kindred sprirt" que está sempre aqui.
Abraço apertado e forte da Renard
Linda Amiga:
Uma realidade consumista a dos nossos tempos.
Sim! Uma história fascinante entendida pela injenuidade pura de uma criança esperta.
Lindo. Adorei. Gosto de ouvir histórias de crianças.
Beijinhos ternos e amigos.
Com imenso respeito.
pena
Como se percebe sempre gostei muito de histórias ,principalmente à noite na caminha especialmente contadas pela minha madrinha que tinha uma magia especial a contá-las.
Todos os dias eram inventadas e sempre diferentes e eu adormecia na paz dos anjos.
Talvez por isso esta minha apetência para as histórias de encantar que ainda me ficaram da infância, e depois com a ajuda dpos livros escritos pelo meu pai
agudizou ainda mais a situação, foi a costela....
Beijos
Isabel
E como eu te entendo Amiga!!!!!!
O fim ...acredita que advinhei nas tuas entrelinhas e ficou nosso.
Jinhos
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