

Hoje não me apetece escrever textos complicados. Nem discorrer sobre guerras, sobre Direitos Humanos, sobre todas as coisas com que as pessoas muito cultas se preocupam.
Hoje quero ser analfabeta, não ter estudos, não perceber nada de efeitos especiais, ignorar se há intenções menos limpas na tentativa de maravilhar o Mundo.
Não quero que nada estrague o encanto, a magia, a beleza e a emoção com que assisti à Cerimónia de Abertura dos Jogos Parlímpicos.
Quero reter na memória os momentos mais belos, como quando o Bolero de Ravel foi dançado por bailarinas, só com os braços, à roda da pequena Li Yue, sobrevivente do terramoto , ou a emoção de ver a tocha olímpica ser acesa por um atleta que se içou a pulso, numa cadeira de rodas.
Eles, os chineses, não fizeram diferença entre a importância dos Jogos anteriores e estes.
A minha admiração por isso.