24 October 2009

( 37 ) NÃO RESISTI

22 October 2009

....


Sabedoria vem em pílulas.
Tristeza vem em gotas.

19 October 2009

A MORTE É SEMPRE UMA PUTA...


A morte é sempre uma puta e a uma puta, não se pode dar confiança...
António Lobo Antunes

Acontece que há homens que se apaixonam pelas putas e outros que não resistem à morte.

18 October 2009

( 21 ) PORQUE É FIM-DE-SEMANA

17 October 2009

( 36 ) NÃO RESISTI


Terminado o banho, lá estava ela à frente do espelho, comentando com o marido que achava os seus seios pequenos demais. Ao invés do esperado 'imagina, não são nada...', ou de uma promessa de cirurgia para aplicação de silicone, ele vem com uma sugestão insólita:
- Pode parecer estranho, mas eu já vi funcionar... Se quiseres aumentar os teus seios, pega todos os dias num pedaço de papel higiénico e esfrega-o entre eles durante alguns segundos.
Aquilo parecia uma brincadeira sem graça, ou uma simpatia sem qualquer fundamento científico - ainda mais para ela...
Mas, disposta a tentar qualquer coisa, peguou num pedaço de papel higiénico, ficou na frente do espelho e começou a esfregá-lo entre os seios para ver o resultado da estranha dica!
- Quanto tempo demora para funcionar? - perguntou.
- Claro que não é automático! Eles vão aumentar de tamanho ao longo de alguns anos - responde o marido.
Parou e sentindo-se idiota, perguntou:- Mas tu realmente achas que esfregar um pedaço de papel higiénico entre os meus seios todos os dias vai fazer aumentá-los em alguns anos?
Sem hesitar um segundo e às gargalhadas, ele diz:
- Funcionou com o teu rabo, não funcionou???"

NOTÍCIAS DO MARIDO:Está a respirar ainda com a ajuda de aparelhos e, talvez um dia, com muita fisioterapia, volte a andar.

16 October 2009

(10) NOVA IORQUE...MEU AMOR


Há uns tempos atrás, a nossa PresidentA caluniou-me na vizinhança, levantando-me "um falso" como diria o alter ego dela, afirmando que as minhas malas de griffe eram compradas em Chinatown.
Tenho andado muito ocupada a tratar dos crimes dos outros Presidentes que com as recentes eleições vieram todos ao de cima e ainda não tinha tido tempo de lhe responder.
Mas, embora não vivamos num Estado de Direito, aqui no meu blog os crimes não prescrevem porque eu estou atenta aos prazos.
Daí que passe a lavar a minha honra para aprenderem que não me podem enxovalhar em praça pública, assim sem mais nem menos.
Pois fique a senhora sabendo que quer as minha Chanel como as Dior são compradas na Av. Montaigne em Paris, onde sou atendida por umas empregadas chiquérrimas que até me tratam pelo nome.
Já as Prada, as Dolce and Gabbana e as Louis Vuitton compro em Nova Iorque, ou nas boutiques próprias ou no Saks.
Porque em Chinatown tirando o mercado do peixe, que é o mais fresco da cidade, tudo o resto é falso, falsíssimo, mal amanhado ( não o peixe ).
Basta olhar para os pespontos das LV, para os monogramas da Chanel ou para o forro das D&G para ver que aquilo é do mais foleirito que há. Assim tipo Feira de Carcavelos, para pior.
MAS....
Mas, como em tudo na vida é preciso saber. E eu só aprendi há uns anos quando me tornei uma New York Baby Girl.
É sabido que todas as marcas de alta costura fabricam os seus produtos na China onde a mão-de-obra é mais barata, e por exemplo, as peles, na Turquia. Daí que exista uma máfia instalada que desvia milhares de produtos verdadeiros para dois mercados preferenciais: Bangkok e Nova Iorque.
Na altura do embarque das mercadorias há as que vão directas para as boutiques e as que vão para o mercado paralelo.
De tão institucionalizado que está já se tornou quase legal. Ao ponto de as próprias marcas receberem lucros sobre estes produtos "desviados". No fundo é um pouco " se não os podes vencer, junta-te a eles".
Só que para se tornar cliente desse mercado paralelo tem que se passar por várias aventuras, que matam qualquer pessoa que padeça de algum mal de coração.
A saber:
Os turistas que não percebem nada do assunto enfiam por Canal Street, vêem as malinhas todas penduradas, ficam deslumbrados com os preços e toca de comprar tudo à má fila pensando que estão a fazer uma grande pechincha, sem duvidar que o que estão a comprar é totalmente falso.
Quando as asas se começam a desfazer, os fechos éclair a encravar, para já não falar da pele, que é plástico, do bom, mas plástico, aí é que percebem.
São as pequeninas lojas das ruas transversais que têm a crème de la crème. Mas à vista, mesmo nestas, tudo o que está pendurado é falso.
Tem que se saber as moradas das que têm os tesouros guardados, ( moradas essas que nos são dadas por clientes habituais) e uma senha que varia todas as semanas.
Depois, entra-se na loja, que normalmente tem a largura de um corredor e quase tem que se entrar de lado, dirigir-se à chinesa mais velha e além de dizer a tal senha, convém levar um recorte da ou das coisas que se quer ( malas, acessórios, sapatos), baixinho murmurar a senha e passar-lhe os recortes das revistas para a mão.
A partir daí a aventura começa. Mas desenganem-se se pensam que pagam barato. Pagam muito mais barato, mas ainda assim, bem caro.
Quando há anos saiu o célebre modelo Cambon da Chanel que nas lojas era vendido, dependendo do tamanho, entre 1000 a 15000 euros, em Chinatown, as verdadeiras eram vendidas a 300/400 euros. E isto serve para óculos, cintos e até sapatos.
A 1ª vez que me meti numa aventura dessas levava tudo direitinho, entrei pela loja dentro com ar entendido, passei os recortes para a mão da chinesa com o ar mais discreto do mundo, ela murmurou qualquer coisa em chinês que obviamente não percebi, e de repente a parede do fundo da loja entreabriu-se, ela puxou-me e eu dei por mim num cubículo sem qualquer espécie de luz e onde não se ouvia um único som.
O meu coração disparou e comecei logo a pensar que orgãos é que tinha em bom estado para me tirarem. Para mal dos meus pecados cheguei à conclusão que tirando os pulmões que deviam estar um bocado pretos à conta dos cigarros, tudo o resto estava em muito bom estado: desde os rins ao coração passando, quiçá pelos olhos.
Enquanto tudo isto me passava pela cabeça e maldizia a minha mania das griffes, a chinesa puxou-me e percebi pelo barulho que começava a descer umas escadas enquanto dizia: Follow, follow.
E eu, sem ver um palmo à frente do nariz, lá followei, porque assim como assim também não me servia de nada voltar para trás porque não sabia sair dali.
E fomos descendo aquilo que me pareceram ser umas escadas intermináveis que terminavam num túnel que não acabava mais. Tive a nítida sensação que estava a percorrer túneis por baixo de Chinatown. E estava mesmo.
Por fim ela parou tão de repente que choquei com ela e acendeu uma luz. E depois outra e mais outra.
Eu não queria acreditar no que via: à minha frente abria-se um espaço imenso, tipo loja, todo decorado como as próprias boutiques e separado por marcas.
Nas prateleiras, devidamente arrumadas e iluminadas estava lá tudo. Era só escolher. Havia balcões, sofás e espelhos.
Senti que tinha entrado na gruta do Ali Bábá.
Com a sua proverbial e conhecida calma, a chinesa sentou-se num dos sofás enquanto eu me passeava perdida no meio da profusão de artigos à venda.
Depois de provar, trocar, experimentar lá comprei o que queria. Desde uma pulseira do Marc Jacobs a umas sandálias LV, uns óculos Chanel e várias malas.
Tudo foi metido nos conhecidos sacos pretos do lixo usados em Nova Iorque depois de pago em dinheiro vivo. (sempre)
Depois disso a chinesa entregou-me um cartão com uns dizeres em chinês e disse-me: you, keep it. Era o meu passe para novas visitas.
Fizémos o caminho de volta, de novo às escuras, até ao cubículo onde se abria por artes mágicas a porta para a loja.
Aí, ela sacou de um aparelho estranhíssimo, meio telemóvel meio walkietalkie e desatou a falar em chinês a uma velocidade incrível enquanto uma voz masculina lhe respondia. Tanto quanto percebi devia estar à espera que o comparsa que estava na rua lhe dissesse que não havia polícia à vista e lhe dar luz verde para abrir a porta.
Mal a porta se abriu ela empurrrou-me e disse: go, go, go.
E eu fui. Fui e só parei para me meter num táxi que me levou de volta a casa. Normalmente, em Nova Iorque, até às 10 da noite ando sempre de metro, mas estava demasiado nervosa para aguentar os 45 minutos que o metro leva desde Chinatown ao Upper East Side.
Mal cheguei a casa despejei tudo em cima da cama e desde aos números de série às garantias estava lá tudo.
Liguei para a minha amiga que me tinha dado as coordenadas e perguntei-lhe porquê que não me tinha avisado.
- Porque senão não tinha graça.
O facto é que nunca mais fui às compras sem ser acompanhada por alguém que ficava cá fora. Just in case!
Tive muitas outras aventuras deste estilo sendo que a mais extraordinária foi enfiar-me por uma daquelas tampas que estáo nas ruas e de onde sai o fumo que se vê no Inverno.
Só para verem como não há dúvidas quanto ao facto destes artigos serem, de facto, verdadeiros, numa viagem de retorno a Lisboa, um dos trolleys da LV chegou danificado. A própria Tap o mandou à LV de Lisboa para reparar ( no caso foi substituído). Como calculam, se fosse falso tal não seria possível.
Feita a minha defesa e naturalmente absolvida, condeno a PresidentA a, quando for a Nova Iorque ir fazer umas comprinhas destas e aguentar!

Nota: Só mais um aviso. Nunca, mas mesmo nunca saiam de uma loja destas sem comprar nada.

15 October 2009

BLOG ACTION DAY





O vizinho lembrou-nos que hoje é o Blog Action Day e pediu um post alusivo.
Deixo este vídeo que é mais elucidativo do que as minhas palavras.
Dêem uma vista de olhos em www.blogactionday.org

14 October 2009

(1) SAUDADES DA INFÂNCIA



Quando me fazem festas no cabelo fico quieta. Imóvel.
Cafuné dizem no Brasil.É tão saboroso! Eu não quero que aquilo acabe nunca!Dá uma moleza, tipo soninho de criança...
Uma paz invade o ser que sou hoje!Parece que tudo pára e me acalma.

Às vezes, eu mesma faço festas no meu cabelo.
Passo os dedos entre os fios.
Lembra a infância feliz, base da adulta que sou hoje.

13 October 2009

FLORES DE MEL


Plantei flores cor de mel e uma abelha picou-me.

12 October 2009

( 5) ESTE COMENTÁRIO DAVA UM POST


No seguimento do post anterior e em resposta aos comentários que uma vizinha e amiga me deixou, aqui fica a minha resposta, que só é dada em forma de post porque assim esclareço um pouco melhor a minha posição quanto a este assunto.

Para ti, Maria, e respeitando naturalmente as tuas opiniões:

Em 1º lugar tu és tão anti-americana como antigamente havia os anti-comunistas primários. Não conheces os Estados Unidos, não queres conhecer e para ti, tudo o que acontece de mal no mundo a culpa é dos americanos.
Já eu, há imensa coisa que não gosto no "american way of life", abomino o posicionamento belicista que quase todos os Presidentes americanos tiveram, mas há muita coisa que gosto e não acho que eles sejam o inimigo público nº1.
Isto dito, quanto ao Obama ele herdou um país cheio de problemas e chagas em pontos nevrálgicos do mundo que só por milagre ele conseguiria, em meses, resolver.
E tu não acreditas em milagres.
Por pontos:
Guantanamo: não concordo que tenha existido nem com o que lá se passou, mas abrir as portas e deixar sair todos os que lá estão não é a mesma coisa que abrir as portas de Caxias a seguir ao 25 de Abril. Em Caxias havia presos políticos, em Guantanamo há criminosos, terroristas e inocentes.
Há que os transferir para prisões americanas, julgá-los em tribunais americanos, deixar ir em paz os inocentes e condenar os culpados a cumprirem as penas nos Estados Unidos. Não concordo, nem quero terroristas espalhados pelo mundo e muito menos em Portugal.
Obama já terminou com a tortura e mais ninguém irá para lá. ISSO ELE JÁ FEZ.
Agora, há que os transferir e fechar. Mas isso não se faz de um dia para o outro. Mas é preciso dar-lhe tempo porque vontade ele tem.
Quanto a Cuba, não concordo com o embargo e acredito que vai terminar. Mas já aconteceram coisas: por exemplo, os cubanos que vivem nos Estados Unidos já podem enviar dinheiro para os familiares que vivem em Cuba. ISSO ELE JÁ FEZ. Com diálogo, e ele é um homem de diálogo, isso vai acontecer.E eu vou ficar muito contente porque adoro Cuba e o povo cubano.
O Iraque não é culpa dele e não é possível fazer voltar a máquina de guerra que lá está instalada de um dia para o outro.
O Irão e a Coreia assustam-me. Os loucos sempre me assustaram, sobretudo quando estão no poder.
Quanto às Honduras não tenho nem provas nem elementos de que tenha sido obra do Obama. Talvez tu tenhas.
Em qualquer caso, concordarás que a onda de entusiasmo que invadiu o Mundo inteiro, para já não falar dos americanos quando ele foi eleito, só é constituída por loiros.
Por exemplo, o José Saramago fez a seguinte declaração:
-É possível que comece a dizer-se que o Prémio Nobel da Paz foi prematuro, mas não o é se o tomarmos como um investimento. Graças a ele talvez Obama ganhe ainda maior consciência de quanto o necessitamos.

E se recuarmos um pouco no tempo, sabes que raio fizeram ou quem eram:
Shirin Ebadi Nobel em 2003- advogada e activista dos Direitos Humanos
Wangari Maathai Nobel em 2004 - activista política do meio ambiente
Mohamed el Baradei Nobel em 2005 - Diplomata Egípcio
Muhammad Yunus Nobel em 2006- economista e banqueiro do Bangladesh
E se procurasse mais, decerto encontraria outros em quem nunca ninguém ouviu falar.
Mas contra esses ninguém insurgiu. Ninguém sabia quem eram como por exemplo, acredito que muitíssimo pouca gente saiba quem é a Nobel da Literatura deste ano.

“The question we have to ask is who has done the most in the previous year to enhance peace in the world,” the Nobel committee chairman, Thorbjorn Jagland, said in Oslo after the announcement.
“And who has done more than Barack Obama?”

E com todo o respeito e bem acordada, PORRA digo eu que levei outra vez com o Sócrates e se não tivesse levado levava com a Manuela.
PORRA digo eu que vou levar com um presidente na câmara de Lisboa que é um porco.
PORRA digo eu que vivo num país onde arguidos são candidatos a Câmaras. E nem tenham o atrevimento de me virem falar em presunção de inocência.
PORRA digo eu porque não corremos o perigo, nós, portugueses de ter um Nobel da Paz.
Beijinhos.

10 October 2009

E O NOBEL DA PAZ FOI PARA....OBAMA


Estão-me a ver a ser acordada pelo toque do telefone,quase de madrugada e a seguir pôr-me aos pulos em cima da cama? Pois é, não estão.
Normalmente teria tido vontade de atirar o telefone pela janela, enfiaria a cabeça debaixo da almofada maldizendo a inconveniência.
Ah, mas hoje foi diferente. A chamada era de Nova Iorque:
- Mãe, adivinhe quem ganhou o Nobel da Paz?
Estremunhada, balbuciei:o Richard Gere.
- Não mãe.....risos.... o Obama.
Acordei instantaneamente. Saltei da cama, enquanto do outro lado vinham as explicações dadas pelo Comité.
Depois de desligar, lembrei-me que de facto, quando Nobel instituiu este prémio disse:
- A pessoa que tivesse feito a maior ou melhor acção pela fraternidade entre as nações, pela abolição e redução dos esforços de guerra e pela manutenção e promoção de tratados de paz.
Que me desculpem os meus vizinhos anti-americanos, desconfiados, descrentes. E mesmo que não me desculpem...
Eu sei que Guantanamo já devia ter deixado de existir, mas já muito foi feito.
Eu sei que o embargo a Cuba já devia ter sido abolido, mas já muito mudou e acredito que vá acabar na era Obama.
Quanto ao Iraque, só quem não tenha a noção das coisas poderia achar que ele podia mandar regressar as tropas de um dia para o outro. E é bom não esquecer que não foi ele que invadiu o Iraque.
O Afeganistão é uma questão muito complicada.
Quanto ao Irão, com um Presidente louco que nega o holocausto, fico bem mais descansada se desta vez, a haver armas nucleares que possam atingir Israel ( e quem diz Israel diz os Palestinianos ou qualquer outro país ou povo), os Estados Unidos tudo fizerem para parar aquele homem.
Depois de ler "A Minha Herança" de ver as origens de Obama, a confusão que foi a infância dele e tudo o que já naquela altura pensava, fico com a sensação que ele nasceu fadado para fazer algo de muito grande.
Não vem da aristocracia americana como os Kennedy, não era actor de cinema, não tinha os milhões dos amendoins de Carter e por aí fora.
E chegou lá.
YES HE CAN!

Se eu podia viver sem Obama? Poder, podia, mas não era a mesma coisa!

9 October 2009

DIVÓRCIOS


Já muito se escreveu sobre o destino dos guarda-chuvas esquecidos no cinema e das luvas deixadas no vão das cadeiras dos transportes públicos. É também uma espécie de Triângulo das Bermudas que, estou certa, acolhe aquilo a que chamo de "meias descasadas". Estas meias sem par vagam solitárias durante muito tempo até serem atiradas para o lixo de modo desumano.
Não basta, contudo, constatar o problema - urge também investigar as suas causas. Eu quero crer que a minha máquina de lavar roupa não mastiga meias, uma vez que faria mais sentido que o electrodoméstico devorasse o par e não apenas um dos "cônjuges".
A lógica é elementar: se é apetitosa uma meia com a Betty Boop desenhada junto à barra, por que raios é que a máquina podendo engolir o casal, devoraria apenas um pé?
Tenho defendido este raciocínio ultimamente, embora haja na literatura dos têxteis dos membros inferiores registo de outras hipóteses.
Autores pós-Marklianos argumentam, por exemplo, que a sucção de uma meia obedece a uma lei matemática associada ao raio do tambor da máquina e à velocidade da centrifugação. Eu não entendo nada disso e, portanto, prefiro mudar de assunto e levantar outra questão deveras pertinente: o papel central que as meias desempenham nas sociedades modernas e na reprodução sexual.
Nos Estados Unidos ( e eu própria fazia isso quando os meuss filhos eram pequenos) é muito comum que se peça à visita que retire os sapatos à entrada, para evitar a dispersão de lixo urbano pela casa. O mesmo acontece por ocasião de uma festa, sobretudo quando o apartamento em causa é forrado com alcatifa clara (algo relativamente comum em Nova Iorque). Quer isto dizer que na hora de vestir a roupa para o bailarico, a escolha das meias passa a ser mais importante do que a dos sapatos. Não basta serem novas e limpas - elas, as meias, TÊM de dialogar com as demais peças de roupas, quer na cor quer no padrão. Se forem divertidas, melhor ainda.
Mas atenção: não confundir "divertidas" com "aparvalhadas". Há seres (neuróticos, na minha opinião) que recorrem a modelos que indicam qual é o pé direito e o esquerdo. Ou que usam um par para cada dia da semana, respeitando sempre a relação calendário/meia, como naqueles conjuntos de sete horrorosos panos de cozinha que as nossas tias nos ofereciam no Natal.
O que mais me incomoda nisso tudo é que, aparentemente, as máquinas de lavar roupa NÃO comem (ou fazem desaparecer, dependendo da hipótese que se queira adoptar) elementos dos pares de meias aparvalhadas - reservando a sua gula ou fúria para as meias giras ou chics. Isto parece-me um grave problema pois o bom gosto destes electrodomésticos destrói a vida de vários casais de meias que tinham tudo para ser felizes e em contrapartida, oferece vantagens competitivas às meias aparvalhadas.
Ao que parece, as meias parolas não se divorciam.
Nós, desta forma, tendemos a usar com maior frequência em eventos sociais justamente as meias mais divertidas ou trendy (eu tenho alguns pares, confesso). É que costumam ser estas as únicas com aspecto de "novas" que sobram "casadas" no fundo da gaveta.
O que me preocupa é que este facto pode reduzir drasticamente a chance de cada um de nós impressionar um dos convidados da festa e como consequência, não vir um dia a transmitir os nossos genes para a próxima geração.

8 October 2009

( 7) POSTALINHO DA SI

Como será que a Si adivinhou que fico assim quando estou danada?

7 October 2009

JOGO DE CINTURA


Das duas uma:
ou damos as cartas
ou tudo se embaralha.

6 October 2009

UMA GRACE CHEIA DE GRAÇA


Ela chegou ao meu blog muito pouco tempo depois de o ter começado.
Como sempre faço, fui ao blog dela agradecer a visita e fiquei encantada com os posts.
Na altura ela tinha um blog completamente diferente daquele que tem agora, inclusivé com outro endereço.
Quando cliquei para deixar um comentário abriu-se um caixinha de comentários que me deixou apaixonada. Tinha umas meninas que eu não conhecia e era lindo.Disse-lhe isso mesmo, além de deixar o comentário ao post.
Para além dos posts que eram magníficos ela é brasileira e vivia, na altura, em Maceió, cidade que conheço muito bem e da qual guardo as melhores recordações.
Tudo somado, o blog, os posts e o facto de ela ser brasileira fizeram com que me tornasse cliente.
Passado um tempo, enviou-me um mail dizendo que ia fechar o blog e que, se eu quisesse faria um layout para o meu blog com as tais meninas e a caixinha de comentários.
Como não a conhecia fiquei muito sensibilizada com a atenção e aceitei.
Desde então muita coisa aconteceu: todos os layouts do meu blog são feitos por ela e é sempre um trabalhão porque, sei-o agora, ela é uma perfeccionista.Tudo o que faz tem que ficar perfeito, e mesmo quando eu digo que está óptimo e pode ficar assim, ela sempre inventa um novo até ficar, como ela diz, "com a minha cara".
Com o tempo ficámos amigas. Fiquei a saber que é casada com um sueco e que estava a tratar de tudo para ir viver para a Suécia. E foi mesmo.
Quando lá chegou, embora seja advogada também, percebeu que não poderia exercer lá e como está sempre a andar para a frente, sempre metida num projecto qualquer, resolveu aprender sueco. E se bem o pensou, melhor o fez. Matriculou-se numa escola e hoje já fala e entende sueco. Mas isso não lhe bastava. Como sempre gostou de fotografia, resolveu começar a fazer cursos de fotografia e hoje trabalha como fotógrafa.
Desde que está na Suécia, já veio a Portugal 2 vezes, uma com o marido e outra com a filha.
Da 1ª vez fui buscá-los ao aeroporto, jantaram em minha casa e fiquei absolutamente fascinada com a força, o humor e a inteligência dela. E sobretudo com a energia positiva que ela espalha por onde passa.
Mas nada disto seria muito extraordinário, não fora uma ligação estranha que ela tem com Africa e com os campos de refugiados. Já esteve lá 8 vezes, "adoptou" uma família de lá para quem manda dinheiro na tentativa de melhorar um pouco o seu sofrimento e de os tirar do Campo.
O seu projecto era escrever um livro com muitas fotografias, para espalhar o interesse de todos por aquela gente.
Os contactos com os senhores da ONU para os refugiados nunca deram em nada porque eles queriam fotografias bonitas dos campos. Como se ela pudesse " inventar" fotografias bonitas da tragédia que presenciava sempre que lá ia.
Como não é de desistir ela própria editou o livro já na Suécia, e está a divulgá-lo através do blog e dos amigos dos blogs que passam a palavra.
Há um mês, por mero acaso, proporcionou-se voltar a Moçambique.
De lá, mandou-me um mail, do qual retirei algumas das coisas que me escreveu:

"Voar até Maputo, a Capital de Mocambique é seguro. O negócio é fazer o trajecto de 3 horas, entre Maputo e Nampula, no norte moçambicano e bem perto do Malawí. O aviao é pequeno, já sofri um acidente nele e o tempo fecha. Moçambique é moradia de ciclones e mudancas de tempo que vêm das Comores, Ilhas Maurícias e por aí vai. Mas, eles são comuns entre março e junho.
O que aconteceu DESTA VEZ dentro do aviao foi algo terrivel...O aviao ficou 20 minutos dentro de uma nuvem preta e cinzenta...e balançava de tal forma que as malas caíram todas da bagageira. Parece que meu coracao parou. Se eu sofresse do coracao, teria morrido. Nada me veio à mente...A nao ser as palavras do meu marido, dias antes...
Eu viajei sozinha, com uma mochila nas costas, com a câmera, passaporte, 3 blusas, cartão de crédito e dinheiro em dólares e meticaz (a moeda mocambicana). O ex-director do Campo me disse via Skype que, caso eu quisesse, ele estaria no Campo para me proteger. E eu disse que não tinha medo de refugiados e sim da própria ONU, que dificulta a entrada de quem vai lá fazer as coisas por conta própria.
Cheguei em Moçambique anestesiada, depois do piloto fazer um pouco forçado nos descampados do Norte...
A ruandesa estava me esperando...E junto dela, o marido e as 3 criancas...Conversamos e marcamos para nos encontrar no outro dia no Campo de refugiados. Mas, nunca senti aquilo. Meu corpo ficou todo arrepiado quando entrei no Campo. Campo de refugiados é um lugar com energias muito negativas.O actual diretor do campo se reuniu a uns congoleses que mexem com magia negra e a coisa complicou e muito...Crendices á parte, a Igreja católica vem tentando combater , mas não tem sido fácil...
O que sei é que em 8 dias vivi entre dois continentes, emoções sem fim...
Sei que gostaria de ajudar a todos eles. Mas nao posso. Sei que gosto de estar lá...mas me faz mal demais...Perdi 3 kg. E nunca senti antes a angústia que senti desta vez. Viajar de onibus da Africa do Sul para o Campo de refugiados são 48 horas de uma estrada perigosa para uma mulher que viaja sozinha...
Sinceramente falando...NAO ACONSELHO NINGUÉM A VISITAR CAMPOS DE REFUGIADOS. É UM LUGAR SOMBRIO, TRISTE, INFELIZ E QUE ATÉ AS CRIANCAS VIVEM DE OLHAR PERDIDO NO TEMPO.
Uma VEZ QUE SE ENTRA NUM AMBIENTE desses, parece que tudo de ruim nos acontece. UMA ANGÚSTIA SEM FIM SE APOSSA DA GENTE.
Para vocês terem idéia, ainda nao conheci um funcionário da ONU que dê um sorriso a um refugiado.NENHUM...ELES SÃO ANGUSTIADOS, INFELIZES. INSENSÍVEIS, TRISTES E FRIOS.ENTRAM NO CAMPO DIRIGINDO UMA CAMIONETE, JOGANDO POEIRA NA ESTRADA, NAO OLHAM NA CARA DE NENHUM DELES. Eles sao um NÚMERO.
Falei com a família ruandesa sobre juntar o dinheiro do livro, da ajuda de amigos blogueiros, e de amigos suecos(estes ultimos querem fazer um encontro em novembro para juntos comprarmos uma casa para a familia ruandesa) e dar a eles condições de sairem do Campo. Eles ficaram indecisos. Têm medo de perder a ajuda da ONU. E eu perguntei. QUAL AJUDA, SE VOCêS ESTÃO 3 MESES SEM RECEBER NADA?SEM COMIDA, NADA?
FUI APENAS PARA VÊ-LOS...E VOLTEI DE CORAÇÃO DESPEDAÇADO. MAIS UMA VEZ, PRECISO ME REERGUER DO NADA.

A grande diferença entre a GRACE e qualquer um de nós, é que ela não se limita a escrever sobre o assunto. Ela luta. Ela faz.
Então, pensei que poderia ajudar fazendo este post e pedindo a todos vocês que me lerem que comprem o livro. Só custa 25 Euros, podem pagá-lo via Paypal mas o melhor é entrarem em contacto com ela através deste mail: grace.sweden@gmail.com


Nota: Ela nem me pediu, nem sabe que eu ia escrever este post

5 October 2009

PARABÉNS, MEU FILHO


Se por acaso já olharam para as coisas que tenho na lateral, viram lá o rótulo de uma caixa de Cérelac com 2 bebés.
Para quem não tenha percebido, são os meus dois filhos.
A história é muito engraçada.
Na altura, a mulher do Lauro António era dona de uma das maiores empresas de publicidade do País e tinha esta campanha para lançar. Como éramos amigos, seringou-me o juízo para deixar o mais velho fazer a campanha. Após algumas hesitações lá acedi.
No dia das filmagens ( porque também foi feito um filme para a televisão) lá fui para o estúdio, mas levei também o mais novo porque andava sempre com eles para todo o lado.
A ideia era um menino e uma menina, mas chegaram à conclusão que nenhuma das que tinham ido ao casting era tão gira como o meu mais novo.
Daí que me convenceram a deixar pôr-lhe um casaquinho rosa e um babete ,para fazer de conta que era uma menina. Acho que ainda hoje ele não me perdoou essa.
A campanha era para ser só para Portugal, mas a Nestlé gostou tanto, que um dia até num supermercado da Turquia dei de caras com a lata.
Pois "a menina" faz hoje anos.

4 October 2009

( 20) PORQUE É FIM-DE-SEMANA!

Nada melhor para aliviar o stress das eleições passadas e das que aí vêm.
Ora experimentem e digam lá se não se divertiram.

3 October 2009

( 35) NÃO RESISTI

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2 October 2009

(9) NOVA IORQUE...MEU AMOR



Como sabem não é meu hábito colocar vídeos aqui...mas este é de facto algo de muito particular.
Este pequeno filme foi feito por alguém que não tinha dinheiro mas, em compensação, é rico em sensibilidade.
Foi o filme vencedor do Tropfest de 2008, o maior festival de curtas metragens do mundo.
Este Festival que começou há 17 anos em Sydney, teve no ano passado a sua primeira edição em Nova Iorque. Foi totalmente filmado com um telemóvel.
O seu orçamento foi de 40 dólares (cerca de 30 euros)!
I M P E R D I V E L ! ! !

1 October 2009

PALAVRAS COMO ÀGUA


Vejo as palavras como a realização dos pensamentos,
Vejo os pensamentos como águas
Águas que fluem sempre
Sempre vão e sempre voltam.

As minhas palavras são como a água,
Representação, às vezes, do pensamento expresso,
O líquido, sensível e impegável.
Outras vezes, do pensamento oculto,
Gasoso, improporcionável aos sentidos, invisível.
E outras ainda, o pensamento cristalizado
Sólido, duro e frio.

Nunca uma definição permanente.

Assim nunca direi coisas como se estas fossem verdadeiras, pois tudo apenas é uma sugestão momentânea da realidade.