30 November 2009

O ADVENTO E AS VELAS

Velas

Viveu-se hoje o Domingo do Advento. A grande maioria das pessoas, mesmo as católicas não liga muito e algumas nem sabem o que é.
O ano passado fiz um post sobre isso, que não vou repetir aqui, dado que felizmente tenho leitores fiéis e já o leram. Mas, alguns não. Aqueles que ainda não faziam parte do bairro, se quiserem têm aqui o endereço.
Eu adoro velas, mas particularmente durante o Advento e no Natal a minha casa tem velas por todo o lado, dos mais diversos feitios e com cheiro. Acho que é a sua chama, tal como a das lareiras ou mesmo o fogo como força da natureza, que me atrai.
Gosto de me sentar diante de uma vela acesa, procurando encontrar na sua luz, a paz. As velas, os castiçais, exerceram, desde sempre, sobre os homens uma atracção particular. A sua luz é cheia de doçura. Ao contrário do néon, cuja luz é tão crua, a luz da vela só ilumina o espaço à nossa volta, deixando tudo o resto na penumbra. O seu brilho difunde-se num ameno calor. Não se trata de uma fonte de iluminação artificial que deve expandir-se igualmente sobre todas as coisas. Pelo contrário, a luz da vela possui, na sua essência, o mistério, o calor, a ternura.
À luz da vela podemos olhar‑nos a nós próprios; percebemos então, com um olhar mais doce, a nossa realidade, muitas vezes tão dura. Esta doçura dá-nos coragem para nos vermos tal como somos, e para assim nos apresentarmos diante de Deus. Podemos então aceitar-nos a nós mesmos.
A luz da vela não ilumina apenas, ela também aquece. E, além disso, com o seu calor, traz o amor para o nosso espaço. Preenche o nosso coração com um amor mais profundo e mais misterioso do que o dos seres aos quais nos sentimos unidos: um amor que provém de uma inesgotável fonte divina, um amor que não é frágil como aquele que trocamos entre nós, humanos.
Se deixarmos que essa luz penetre no nosso coração, podemos então sentir-nos plenamente queridos, com um amor que torna tudo, em nós, digno de ser amado.
É, afinal, o amor de Deus que vem até nós nesta luz da vela. A luz nasce da cera que arde: imagem de um amor que se consome. Ela dura enquanto dura a cera, sem pretensões de economia. No entanto, é preciso, por vezes, diminuir a mecha, sem o que a chama pode subir demasiadamente alto e espalhar a fuligem à sua volta.
Há também uma forma de amar demasiadamente intensa, na qual nos esgotamos de modo excessivo. Um tal amor não faz bem, nem a nós próprios nem aos outros, que são sensíveis ao que nele há de “fuligem”: as intenções subjacentes, o excesso de vontade, o artifício, tudo o que faz com que esse amor não traga luz aos outros, mas antes obscuridade.
A vela compõe-se de dois elementos. Há em primeiro lugar a chama, símbolo da espiritualidade que se eleva até ao céu.
Conta a lenda que a oração dos padres do deserto transformava os seus dedos em chamas de fogo. A vela que arde é pois uma imagem da nossa prece. Assim os peregrinos gostam de acender, uma vez chegados ao fim da sua viagem, um círio que colocam no altar ou diante de uma estátua da Virgem, persuadidos de que a sua oração durará enquanto durar a chama. Esperam deste modo que a oração possa trazer luz às suas vidas e ao coração daqueles por quem acenderam o círio.
O segundo elemento da vela é a cera que se consome. Para a Igreja dos primeiros tempos, a vela, o círio, era, por isso mesmo, um símbolo de Cristo, Deus e homem ao mesmo tempo. A cera é a imagem da sua natureza humana que ele sacrificou por amor a nós, e a chama é a imagem da sua divindade. As velas que acendemos durante o Advento e no Natal lembram-nos assim o mistério da Encarnação de Deus em Jesus Cristo.
Nessa vela, é o próprio Cristo que se torna presente entre nós, e é ele que, com a sua luz, ilumina a nossa casa e o nosso coração, e os aquece com o seu amor. E é precisamente através da sua natureza humana que resplandece a natureza divina de Jesus. A vela mostra-nos pois, também, o mistério da nossa própria encarnação. Através do nosso corpo, é Deus que deseja fazer brilhar a sua luz neste mundo. Desde o nascimento de Jesus que ela brilha em cada rosto humano.
A quem me lê, desejo que leve a muitos outros seres, durante o Advento, uma luz que ilumine com doçura, tudo aquilo que eles prefeririam não ver neles próprios. Tornar-se‑ão então, para eles, tal como a vela, uma fonte de vida e de amor.
Texto adaptado de" Petite Méditation sur les Fêtes de Noël de Anselm Grün".

29 November 2009

PORQUE É FIM-DE-SEMANA



Se fosse eu a mandar, o Sporting levava com este treinador...

28 November 2009

( 39) NÃO RESISTI


Comunicado do Vaticano:

"Informam-se os crentes que estar na cama nus, enrolados com alguém e gritar:
Oh Meu Deus! Oh Meu Deus! NAO SERÁ considerado como oração."

27 November 2009

(7) ESTE COMENTÁRIO DAVA UM POST


No post Voando, alguém que só me tinha visitado uma outra vez, deixou-me este comentário:

voar... e percorrer um caminho nas asas do sonho. estas suas palavras lembraram-me aquela tisana antiga da Ana Hatherly:

«Era uma vez uma pessoa que procurava a sabedoria. Tinham-lhe dito que para a atingir tinha sempre de aceitar e recusar ao mesmo tempo tudo o que lhe fosse oferecido, dito ou mostrado. Quando perguntava por onde era o melhor caminho e lhe diziam “é por ali” ela devia seguir imediatamente nesse sentido e depois no sentido contrário. Tendo assim percorrido todas as direcções indicadas e as não indicadas, sem mais caminhos a percorrer, sentou-se no chão e começou a chorar. Sem saber, tinha chegado.»

Achei-o além de muito bonito, muito triste, porque me deu a sensação de que por mais que voe, não chegarei nunca ao destino pretendido.
Mas essa, foi a minha interpretação. Provavelmente não será a vossa.
Quanto ao blogger que mo deixou, nada sei dele, mas fui agradecer-lhe a visita, como sempre faço sempre que alguém novo vem ao meu blog.
Deparei com um blog completamente diferente de todos os que fazem parte do nosso bairro.
Desde logo chocou-me o preto total do layout, já que o preto é a cor que menos gosto de todas. Não o uso, não o visto, não me identifico com ele.
Sobre ele, só as letras brancas dos posts: uns de sua autoria outros, citações belíssimas.
Não tem música, nem fotos, nem nada que possa levantar um pouco o véu da personalidade de quem o escreve.
Ou talvez essa ausência, essa nudez, esse despojamento digam tudo.
Aconselho a sua leitura.
Não é um blog com posts para deixar comentários, do género:
Olá, passei só para dizer olá!
Mas, afinal, nenhum dos nossos é, verdade?

26 November 2009

HAPPY THANKSGIVING


MySpace Comments


Por razões estranhas à minha vontade estou aqui e queria estar lá.
Quem não sabe exactamente o que é o ThanksGiving nos Estados Unidos pode ver aqui.

25 November 2009

DESAFIO DA EMATEJOCA

Tentando pôr a escrita em dia, vou responder a este Desafio da Ematejoca.
Consiste em terminar estas 5 frases:

Eu já tive... um barco chamado Bluevelvet.

Eu nunca...conseguiria estar presa

Eu sei...que este País vai de mal a pior.Ups, será que alguém escutou?

Eu quero... voltar atrás no tempo.

Eu sonho... conseguir voltar a sonhar.

E agora é preciso passá-lo a 10 bloggers. Difícil tarefa. Não me levem a mal mas passo a 5 e se mais alguém o quiser agarrar, faz favor.
De Si para Si
De Dentro para Fora
Escrito a Quente
Nove vidas de uma Felina
Tité

23 November 2009

VOANDO


Queria de novo abrir as asas e voar... voar nem que fosse em sonho... Deixar-me guiar pela brisa que vem de um mar imenso onde a minha alma vagueia, iluminada nas noites de luar pelo brilho das estrelas.
Voar...soltar as amarras que me prendem neste mundo que não me pertence e que me magoa com o tempo que não passa, horas paradas num relógio coração, que bate descompassado em busca do ritmo certo.
Voar...no pensamento de quem um dia me prendeu e fez descobrir que o sonho está misturado com a realidade, lá ao longe, onde o horizonte mistura o céu e o mar. Onde a vida se faz magia nas emoções partilhadas... Horizonte pintado de mil cores pelo sentimento, carinho e ternura. Cores quentes de um Verão que nunca acaba...
Voar de novo, estender as asas no infinito do céu... E quando de novo deixar de voar, que as minhas asas sejam feitas para abraçar e assim encontrar as cores do arco-íris, não num sonho sem fim, mas numa doce realidade!

22 November 2009

PORQUE É FIM-DE-SEMANA E PORQUE SIM

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Durante estes últimos meses em que estive mais para lá do que para cá, os vizinhos utilizaram todos os meios para me dizerem que não me tinham esquecido e que esperavam a minha volta. Foram mails, mensagens, alguns sonoros murros na porta( não foi Pitanga?), comentários repetidos no mesmo post, sempre no mesmo post e nunca desistiram.
Foi bom sentir esse carinho.
Houve também aqueles que resolveram oferecer-me presentes ( quem não gosta de presentes) sob a forma de prémios ou mimos.
Há muito tempo que não faço um post de Prémios, e este não vai ser como é meu hábito.
Estavam todos guardados numa caixa azul forrada a veludo à espera do dia em que veriam a luz.
Pois chegou hoje o dia.
Como já disse, o post não vai ser como os que costumo fazer, com o cuidado de escolher os blogs que ainda não têm estes prémios, adequar os prémios aos blogs a quem os ofereço, e outras meticulosidades.
Não que dê menos importância a estes. Bem pelo contrário. O que acontece é que estão guardados há muito tempo e é-me impossível correr todos os blogs que visito e ver quem os tem ou não.
Farei umas pequenas excepções, mas é só o que é possível, desta vez.

Assim, da Sagitário recebi ONE LOVELY BLOG, BLOG DE

RECONHECIDO MÉRITO e ESTE BLOG É DA PAZ.





Da Maria vieram















A EMATEJOCA ofereceu-me

























A MIEPEEE ofereceu-me








SÃO TODOS DOS BLOGS QUE ESTÃO LINKADOS NO MEU. LEVEM-NOS.

A MARIA ofereceu-me ainda o PRÉMIO BLOG DORADO.Este é um prémio que homenageia os melhores blogs e tem a sua simbologia nas cores que utiliza.


A cor azul representa paz, profundidade e imensidão.
A cor dourada a sabedoria, a riqueza e a claridade das ideias.
O prémio em si representa a união entre bloggers.
É de todos os que me visitam.


A MIEPEEE ofereceu-me o PRÉMIO LEMNISCATA. Este prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores."
Sobre o significado de LEMNISCATA: “curva geométrica com forma semelhante à de um 8; lugar geométrico dos pontos tais que o produto das distâncias a dois pontos fixos é constante.” Lemniscato: ornado de fitas; Do grego Lemniskos, do latim, Lemniscu: fita que pendia das coroas de louro destinadas aos vencedores (Copiado da Maria).



Dado o seu significado, vai para os seguintes blogs:
Ares da Minha Graça
De Si para Si
Ematejoca
Infinito Pessoal
Justine
Paula Crespo
Ponto de Cruz
Registos
SalvoConduto
Sletras

E para terminar, o Prémio Blogstrotter que criei há bastante tempo, e que ofereço aos blogs que me visitam, que depois eu visito e ficamos clientes. É Pesssoal e Intransmissível.
Vai então para os seguintes blogs:

MJF
Paula Crespo
Tité







NAMASTÉ!





21 November 2009

( 38) NÃO RESISTI

Um casal idoso estava num cruzeiro e o tempo estava tempestuoso. Eles estavam sentados na traseira do navio, a olhar a lua, quando uma onda veio e levou a velha senhora. Procuraram por ela durante dias, mas não conseguiram encontrá-la.
O capitão enviou o velho senhor para terra, com a promessa de que o notificaria assim que encontrasse alguma coisa.
Três semanas passaram-se e finalmente ele recebeu um fax do navio. Ele leu:
"Senhor: lamento informar que encontramos o corpo da sua esposa no fundo do mar. Nós a içamos para o barco e, presa a ela, tinha uma ostra. Dentro da ostra havia uma pérola que deve valer 50.000 euros. Por favor, diga-nos o que fazer."
O velho homem respondeu:
"Mande-me a pérola e atire de novo a isca."

20 November 2009

(8) TOU DANADA!




Gosto de acordar lentamente, de mansinho. Abro um olho, depois o outro, espreguiço-me como uma gata, faço 10 minutos de meditação, bebo um sumo de fruta e depois acordo para o Mundo.
Hoje acordei da pior maneira: com o barulho estridente do APITO DOURADO da campainha da porta.
Dada a hora, fui resmungando corredor fora e descobri que era o carteiro com uma carta registada. Vestida com trajes menores, entreabri a porta, tendo o cuidado de deixar a FACE OCULTA e estiquei a mão onde ele depositou a MALA com a carta e o respectivo recibo para eu assinar.
Fiquei a olhar para o CHORUDO ENVELOPE que vinha pomposamente dirigido à minha pessoa, sendo que o remetente era de uma entidade cujo nome, em latim, queria dizer algo como entre a Justiça.
Revi mentalmente os TELEFONEMAS que tenho feito para os AMIGOS, e não encontrei nos ditos nem a Fátima Felgueiras, nem o Major ( ainda gostava de saber onde foi ele buscar a patente) e muito menos o Isaltino Morais.
Bom, não deve ter nada a ver com escutas - pensei eu. Fiquei mais descansada e lá abri a carta.
Era da PT vejam lá. Vi logo a minha vida a andar para trás.
Querem ver que à falta de melhor me vêm buscar a mim?
Não. Era a reclamar o pagamento de 35.78€, relativos a uma factura alegadamente não paga, de Dezembro de 2006.
Leram bem! 2006!
Fui-me à pasta onde guardo os recibos de tudo e lá estava o talãozinho do multibanco, devidamente agrafado na referida factura.
Deu-me uma fúria tão grande que enfiei a carta toda rasgadinha no caixote dos papéis e agarrando na VARA que tenho guardada na despensa para bater no tecto quando os vizinhos de cima fazem barulho altas horas da noite e calquei-a bem para o fundo do recipiente.
Depois fui para a Casa da Pia, que cá em casa se chama casa de banho, onde me enfiei num espumoso banho para relaxar da forma como tinha começado o dia.
Comecei então a pensar ( coisa que hoje em dia, por questões de sanidade mental, não devíamos fazer) em quanto tinha custado a emissão daquela carta absolutamente inútil, e naquilo que a PT ainda irá gastar, porque nem me vou dar ao trabalho de lhes responder.
E continuei a pensar na merda ( com perdão da má palavra, Srª PresidentA) de País onde vivo.
Obrigada, mas vivo.
Quer dizer, o dito está transformado num pântano movediço, onde uma chusma de gente, comandada em primeiríssima frente pelo 1º ministro se afunda e só não se afoga e desaparece porque isto é um país de faz-de-conta com um povo que tudo engole porque lhe falta uma coisa que eu cá sei, mas não digo, e está uma empresa como a PT a perder tempo e a gastar dinheiro para cobrar 35,78€ que nem sequer estão em dívida, com uma cidadã que não só não cometeu nenhuma falta, quanto mais um crime e que não desempenha nenhum cargo político.
Enfim, lá saí da banheira, mais calma, vesti-me e resolvi, para desanuviar, ir fazer umas comprinhas.
Só quando já estava no carro me lembrei que tinha que mudar de destino, porque afinal, não só Sócrates não tem nada a ver com aquilo, como o FREEPORT, hélas, nem sequer existe!

19 November 2009

O SALTO


Ela começa a olhar à sua volta e de repente vê o muro. Tão alto! Ficou completamente desnorteada:
- Meu Deus, como é que não o tinha visto até agora?
Logo ela, tão claustrofóbica, não se dera conta de que estava cercada. Muro sem janelas, paredes altas e uma estranha luz difusa que parecia mesmo a luz do sol. Mas não era. Aos poucos identifica também a fonte de luz e quão apertado era aquele espaço onde estava a viver há tanto tempo. Sem dar por isso.
Fechada naquele centro escuro de si mesma, onde se resguardava e se guardava. Uma película fina, mas quase intransponível, atava os seus braços e as suas pernas.
Viu a barreira fria que a protegia do mundo à sua volta.
Agora vê, sente e decide que está na hora de saltar o muro, de deixar que os cheiros todos se confundam e confundam os seus sentidos. Sentir com todo o corpo, reaprender a devorar a vida lá fora e trazê-la cá para dentro... Hesita. Afinal, estava tão confortável ali. Afinal, estava mesmo confortável e segura e tranquila.
E o medo, às vezes, é um bom conselheiro. (Recorda-se das palavras que sua mãe costumava dizer quando ela chegava a casa radiante: tenha cuidado, não mergulhe de cabeça nas coisas, um pé de cada vez).
Lembra-se também que continuou a mergulhar pela vida fora, e que só assim sabia viver. O excesso foi sempre a sua boa medida quando chegava a hora da entrega. Se é para mergulhar, entra de corpo e alma, dos pés à cabeça... Sabe que muitas vezes vir à tona pode ser difícil, mas nunca temeu afogar-se... Espreita devagar, pé ante pé... Mas no fundo sabe que o salto é inevitável.
Que venha!!!

18 November 2009

É SIMPLES


É um sorriso que se vai alargando, alargando... como se fosse puxando tudo de dentro com o movimento dos lábios, o levantar da bochecha, o trincar dos dentes ou um sorriso aberto.
Cada movimento puxa um infinito de coisas de dentro, todas sem nome.
As palavras são-me pobres em algumas ocasiões. Quero rimas ricas e cheias de cores, cheiros e texturas finas.
Quero chuva fazendo música na janela do meu quarto quando a noite parece sem fim, quero um sol bem amarelo-alaranjado para deixar os dias com brilho.
Quero continuar a tentar encontrar dentro de mim uma palavra que seja ímpar, que seja singular, e é com um sorriso cada vez mais largo, que tentarei buscar no vazio das coisas ou até mesmo onde é coberto de sentimentos que desconheço, um pedaço de dias felizes...
E de olhos fechados ou não, eu só quero sorrir!

17 November 2009

(2) POST MUITO PESSOAL



Na base da abertura do Bluevelvet esteve o meu grande, enorme, imenso gosto pela escrita.
Desde que me lembro que escrevo e até tenho artigos publicados em jornais e revistas. Então porque não aproveitar este caminho imenso, cheio de desafios que é ter um blog?
Achava eu, naive que sou, que tinha muitas coisas para dizer, mails giros que me enviavam, posições e opiniões que queria manifestar sobre os mais variados assuntos, nacionais e internacionais.
Rapidamente me apercebi que os mails corriam na net à velocidade da luz, e que não tinha a menor graça publicar coisas que já todos tinham lido.
Mais rapidamente ainda percebi que não queria meter-me em polémicas políticas. Aproveito os blogs dos vizinhos para lá deixar a minha contribuição nas polémicas levantadas. Foi por isso que resolvi abrir outro blog, o surfinginthewind, blog que quase ninguém lê, mas que me dá imenso gozo ter. Lá, desbundo à vontade, faço o gosto ao dedo com os vídeos, os mails, as críticas políticas que me apetece. Julgo que devo ter muito poucos textos meus.
Esses ficaram para o Bluevelvet.
Mas a Bluevelvet de hoje não é a mesma mulher de há dois anos e tal atrás.
Eu era uma mulher feliz, que gargalhava, hoje mal sorrio, que sonhava, que confiava nas pessoas, agora limito-me a dar-lhes o benefício da dúvida, sofri desilusões que bem se escusavam, e algumas bem que doeram, sobretudo a última porque era o colo onde me aninhava em noites de vendaval e aprendi que ao contrário daquilo que apregoam, a solidariedade só serve para as grandes causas. Quando é preciso estender a mão a alguém que está mesmo ao nosso lado, vira-se a cara como quem não quer nada, assobia-se para o alto e segue-se em frente. Afinal, para problemas já nos bastam os nossos, não é mesmo?
Mas de um blog solto ao vento na imensa blogosfera, vieram os leitores que se tornaram fiéis, alguns, que mesmo sem conhecer, se tornaram amigos de quem sinto a falta, apareceu um condomínio onde dei comigo a morar, e de repente tornei-me a Blue.
Fiz um post insurgindo-me quanto a chamarem-me assim, já que eu tinha muito mais de Velvet do que de Blue. Seria premonição?
Agora tenho um dilema:
Se quando comecei o Bluevelvet não percebia nada deste mundo, pelo menos para o abrir, bastou-me seguir as instruções.
Mas como se recomeça um blog sem livro de instruções? Como se renovam os afectos? E existem? Escrevo para quem? Como? Porquê?

Agora quando saio de casa e venho aqui… presto mais atenção às pessoas… quantos de entre aqueles com quem me cruzo foram, são ou serão EU?