31 December 2008

FELIZ ANO NOVO

New Year


Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E — ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
Mário Quintana


Para todos, Feliz Ano Novo

30 December 2008

PORQUÊ?


Quem me lê assiduamente sabe que não faço parte daquele grupo de pessoas que acha que o Natal é uma hipocrisia. Que não faço coro com quem vem lembrar as guerras, as crianças que sofrem tantos males no mundo, as injustiças sociais, os desastres de avião e de combóio que tantas vezes acontecem nesta época ou mesmo os da natureza que não olha a datas quando resolve fazer a terra tremer ou as ondas transformarem-se em tsunamis.
Não permito que mesmo os problemas da minha vida me estraguem o Natal. É um pouco como aquela canção brasileira sobre o Carnaval, que são 3 dias para tudo se acabar na quarta-feira de cinzas.
A magia do Natal, os cheiros, as luzes, a família, a saudade dos ausentes não me faz esquecer nada do que referi no início. Mas não me faz esquecer com as luzes do Natal acesas, como não me faz esquecer nas noites sem luz do ano inteiro.
Por uma razão simples: porque durante todo o ano, e durante a época natalícia também, esses problemas não me passam ao lado. Posso não fazer muito para os minimizar, mas faço o que posso. E se não faço mais é porque não tenho poder para isso.
Há no entanto, uma coisa que não consigo esquecer, e que de facto me angustia ainda mais na época do Natal e que quando tenho a confirmação que voltou a acontecer me sufoca e me revolta.
Tanto, que me apetece abanar certas pessoas e perguntar porquê?
Porquê?
Porquê que não vão buscar os familiares internados nos hospitais e a quem é dada alta para irem passar o Natal a casa? Como podem ter a coragem de os deixar vestidos, sentados, à espera...sozinhos. Ali. Abandonados.
Porquê que não vão aos lares onde estão os pais ou tios ou familiares de idade, à espera de alguém da família que os vá buscar para passar o Natal com eles?
Porquê? Como podem?
Esta gente, foi pai, foi mãe, passou noites em claro a velar o sono dos filhos quando estavam doentes, gastou dinheiro que não tinha e inventou, para os educar, para os vestir, deu-lhes amor, carinho, e depois deixam-nos ali, sozinhos, abandonados.
ABANDONADOS!
Em que preciso momento das suas vidas esta gente se tornou um monstro de egoísmo sem sentimentos?
E depois há quem me venha falar nas guerras? Nos inocentes que morrem?
Mas estão à espera de quê se esta gente se comporta assim com a sua própria família?
E eu que não consigo perdoar a quem abandona um animal, fico impressionada com a capacidade que tenho de me superar a cada dia, mais e mais em burrice.
Antes do Natal eu achava que era burra. Hoje vejo que sou uma super burra. Porque às vezes ainda me dá para ter alguma Fé nas pessoas.
E é assim. Dia após dia. Uma estupidez maior que a outra.
Será que é de nascença? Deve ser, pois ao invés de diminuir, ela aumenta a cada dia.
Bom, sem querer ofender os animais, felizmente burro pasta, e se eu seguir a mesma dieta, quem sabe ao menos mantenho a forma.
Burra sim! Porém magérrima e revoltada.
É que a cada Natal tenho a esperança, que talvez, quem sabe, este Natal seja diferente.
Mas não foi.
Continuaram a ficar nos hospitais e nos lares, os idosos, com família, mas abandonados.
Porquê?

29 December 2008

PRÉMIOS DE NATAL E FIM-DE-ANO

Thomas Kinkaide é um pintor americano de que muito gosto, sobretudo nas coisas que pintou com temas de Natal. A de cima é uma delas.
Os que costumam ler-me sabem como gosto do espírito de Natal.
Assim sendo, escolhi-a para distinguir 7 blogs, ou porque as suas autoras vivem o Natal como eu, ou porque enfeitaram os seus blogs com motivos de Natal, ou ambas as coisas.

De Dentro para Fora
Filoxera
Patti
Pitanga
Si
Um Quarto de Fadas
Vekiki

Obrigada a todas por terem tornado nesta quadra os meus passeios pela net mais bonitos.



Aproveitando uma outra versão da mesma imagem, quero agradecer a vários bloggers que me visitaram ao longo de todo o ano, diariamente, lendo-me, deixando os seus comentários e escrevendo textos que me deram muito prazer ler.
Com todos aprendi coisas, partilhei preocupações, sorri, dei gargalhadas, comovi-me.
Com isso fiquei mais rica em Afectos.
Esta é a minha forma de agradecer.


São eles:
Conhecer
Crónicas do Rochedo
De Dentro para Fora
De Si Para Si
Escrito a Quente
Essências
Fa
Forum Cidadania
Justine
Maria
Nuvem
O Meu Sofá Amarelo
Patti
Pitanga
Registos
Sagitário
SalvoConduto
Sunshine
Tretas de Vida
Um Quarto de Fadas
Vekiki




Nota:estes miminhos são pessoais e intransmissíveis

28 December 2008

EM JEITO DE BALANÇO



Ainda que por razões diferentes, da mesma forma que se fazem listas de presentes para o Pai Natal, no fim do ano há quem escreva decisões a tomar para mudar algo nas suas vidas, no novo ano que se aproxima.
Se faço a primeira escrupulosamente já quanto à segunda, há muito que me deixei disso.
Na verdade, acredito piamente na célebre citação: " Não faças grandes planos na vida, para não estragares os planos que a vida fez para ti".
Prefiro fazer um balanço do que foi o meu último ano.
Para isso, faço a mim própria as perguntas que vos deixo.

Todos as podem fazer, mas deixo aqui O Desafio aos seguintes blogs:
Crónicas do Rochedo
De Dentro para Fora
Fada
Filoxera
Patti
Pitanga Doce
TretosoMor
Vekiki

O que fizeste em 2008 que nunca tinhas feito antes?
Mantiveste as resoluções de ano novo para 2008 e farás novas para 2009?
Que Países visitaste?
O que gostarias de ter em 2009 que faltou em 2008?
Que data de 2008 vai ficar marcada na tua lembrança?
Qual a tua maior realização do ano?
Qual foi o teu maior fracasso?
Tiveste alguma doença?
Qual foi a melhor coisa que compraste?
Que comportamento mereceu comemoração?
Que comportamento foi deprimente?
Para onde foi a maior parte do teu dinheiro?
O que te deixou realmente excitado/a?
Que canções sempre te vão lembrar de 2008?
Comparando-te com esta época, no ano passado, estás:
I. mais feliz ou mais triste?
II. mais magro/a ou mais gordo/a?
III. mais rico/a ou mais pobre?
O que querias ter feito mais?
O que querias ter feito menos?
Como vais passar o reveillon?
Apaixonaste-te em 2008?
Qual foi o teu programa de TV favorito?
Odeias alguém hoje que não odiavas há um ano?
Qual foi o melhor livro que leste?
Qual foi a tua maior descoberta musical?
O que querias e conseguiste?
O que querias e não conseguiste?
O que fizeste no teu aniversário?
O que teria feito o teu ano infinitamente melhor?
Como descreverias o teu modo de vestir em 2008?
O que manteve a tua sanidade?
Qual o episódio da política que te deixou mais furioso/a?
De quem sentiste falta?
Quem foi a pessoa mais querida que conheceste?
Diz uma lição valorosa que aprendeste em 2008?

25 December 2008

NOITE DE NATAL, O RESCALDO...

Minha àrvore de Natal 2008. Minha máquina.




Bom dia Pessoal! Ou será boa tarde? Pois não sei bem, porque os champagnes mais os vinhos e os moscatéis ainda estão um bocado embaralhados.
Já fui dar uma voltinha pelo jardim do condomínio mas não encontrei ninguém. Suponho que estejam nas mesmas condições.
Então e que tal de Noite de Natal?
A minha não começou muito bem. Imaginem vocês que quando voltámos da Missa do Galo, tínhamos o Pai Natal à espera e o trenó empatando o trânsito. Quanto às renas, definitivamente o Sebastião não engraçou com eles e ladrou-lhes até a garganta lhe doer.
Pedimos muita desculpa, mas a missa demorou, éramos muito e tal, mas o velhote não estava muito satisfeito.
- Menos mal que têm elevador, resmungou ele.
Mal entrámos em casa conduzi-o até à àrvore onde ele foi depositando os embrulhos, sempre resmungando.
Tudo arrumado pediu uma fatia de bolo-rei e um copinho de Moscatel. Só tinha do normal, ele queria do rôxo, mas esse, prometido por uma amiga, ainda não tinha chegado.
Depois do bolo quis uma broa, já agora com um bocadinho de lampreia, e nós doidinhos para ver os embrulhos.
Com o estômago mais aconchegado e quando pensei que ele se ia embora, dirigiu-me a palavra, dizendo que na carta que lhe escrevi era muito exigente e que portanto não tinha podido atender os meus pedidos.
Quanto às coisas que têm a ver com a própria natureza, nada a fazer porque não quer sarilhos com Deus. Que nunca se entenderam muito bem, que são até rivais, e mais isto e aquilo.
Quanto aos sapatos, que tinha procurado, mas estava tudo esgotado. parece que toda a gente pediu um para atirar a um certo Presidente que ele se escusava a dizer o nome, e que portanto estavam esgotados.
Daí que como gosto de tudo a fazer pendant, só tinha trazido uma mala preta, segundo ele, porque dá com tudo. ( Menos mal, pensei eu).
Quanto ao homem tal como eu o queria, que tinha procurado, mas estão em falta.
Que tinha encontrado um que me achava um bocado esquisita, mas estava disposto a atravessar "certas pontes". ( A ver vamos, pensei eu).
Mas que tinha trazido livros, o meu perfume que é feito por uma perfumista americana só por encomenda, os meus batôns, o calendário de 2009, as pastilhas elásticas e as minhas boquilhas, que também só existem em Nova Iorque.
- Aliás, por sua causa ia atrasando as entregas, porque tive que dar muitas voltas em Nova Iorque. Pior, tive que ir a Washington, buscar um dos enfeitas da àrvore de Natal da Casa Branca, tal como nos últimos 5 anos.



Enfeite da àrvore de Natal da Casa Branca. Depois explico a história.


Que também tinha trazido vários livros, porque sabia que sem livros não estão as prendas completas. E com isto levantou-se, pronto para continuar viagem.


Máquina de fazer pão. Fotografia minha tirada há bocadinho.




Já ia na porta, quando se virou e disse:
- Ah, claro, e tem aí a máquina de fazer pão, mas isso foi fácil.
E foi-se.
Demos um suspiro de alívio e atacámos os embrulhos.
Como quando acabámos já eram quase 5 da manhã já estávamos outra vez cheios de fome, donde que passámos de novo para a mesa.
Quando a família se foi eram 6 da manhã.
Diz-se que o sucesso de uma festa se avalia pela hora a que acaba.
A ser assim, a minha foi um SUSSEXO!
Espero que as vossas tenham sido iguais.
E agora vou-me que o perú reclama no forno.
Não que o vá comer, que eu só como os acompanhamentos, mas lá por isso escuso de o deixar tostar demais.
Bom Dia de Natal para todos.




24 December 2008

FELIZ NATAL

Aos Amigos,Vizinhos e Visitantes desejo UM FELIZ NATAL em PAZ e AMOR.

23 December 2008

É NATAL


Desde muito pequena que dou às palavras Terra e Tradição uma grande importância. Terra como origem, como princípio, como raízes. Tradição como valores.
Tenho para mim, e pasme a vizinhança que julga que sou muito "prá frentex", que sem valores uma sociedade não tem hipótese de subsistir. E na base da sociedade tem que estar a Família, o respeito pelos meus velhos e pelos seus ensinamentos e a Civilização como sinónimo daquilo que nos identifica.
Felizes de nós os que podemos olhar para trás e saber de onde viemos, ter maravilhosas recordações de infância e que soubemos perpetuá-las nos nossos filhos.
Alfacinha de gema, bem pequenina adoptei duas outras terras como minhas: as do nascimento dos meus pais.
Se por um lado a família da minha mãe era pequena, a do meu pai era enorme. Os meus avós paternos tiveram 5 filhos, que com as respectivas mulheres, maridos e filhos formaram uma grande e feliz família.
Naquele tempo, a 23 de Dezembro todos rumavam a uma aldeia minúscula perto de Óbidos que pertencia praticamente toda à minha família. Já os meus avós também tiveram muitos irmãos, pelo que entre tios-avós e primos éramos realmente muitos.
A casa dos meus avós situava-se numa quinta a perder de vista, com animais e terra de cultivo.
A casa era enorme, com um quarto para cada filho e quartos para todos os netos, além dos de visitas.
Nos da família ninguém ficava alojado, excepto os próprios. Os meus primos dividiam os quartos a dois, e eu, a única menina no meio de todos os rapazes, tive direito a um só para mim: era o quarto da princesinha.
Nessa casa duas divisões eram particularmente grandes e importantes: a sala que já então era sala-comum, e a cozinha.
Esta exercia sobre mim um fascínio especial. Sobretudo por causa do fogão que era de ferro, com muitas portas, umas maiores outras pequeninas, com fechos em cobre sempre muito brilhante.
Era um fogão a lenha e mesmo quando anos mais tarde a ele se juntou um fogão moderno, era naquele que continuavam a fazer-se as comidas de Natal.
A alegria do reencontro, as tropelias das crianças, o calor familiar deixaram-me memórias de um tempo que passou mas que continua vivo dentro de mim.
Depois de instalados, as crianças iam brincar, ver os animais, correr pela quinta, enquanto os adultos preparavam o Natal.
Os homens escolhiam os vinhos e as mulheres afadigavam-se na cozinha juntamente com as empregadas, preparando o bacalhau, as couves, os perús e sobretudo os doces.
Supervisionando tudo estava a figura doce mas firma da minha avó Francisca.
Na sala, a àrvore de natal e o presépio esperavam por nós e era à volta deles que eu e os meus primos nos sentávamos em roda para conversar.
O presépio era feito dia 1 de Dezembro pelo meu tio e padrinho de baptismo e era o mais bonito que alguma vez vi. Tinha àgua a sério debaixo das pontezinhas por onde passavam as figurinhas que iam visitar o Menino, areia verdadeira no adro da igreja e musgo que era apanhado por mim e pelos primos na quinta, com faquinhas próprias. Cortávamos com cuidado as placas de musgo e punhamos nos cestinhos que nos eram distribuídos. Depois ajudávamos o meu padrinho a fazer todo o presépio. Era sempre com pena que voltávamos para Lisboa para o rever no Natal.
Na noite de Natal sentávamo-nos na enorme mesa, a minha avó numa cabeceira e o meu pai na outra, por ser o filho mais velho e o meu avô já ter falecido.
O jantar era o típico bacalhau com couves seguido dos mais variados doces: as filhoses de abóbora que eram batidas pela minha avó e ficavam a levedar junto do fogão durante o jantar, os sonhos, o arroz-doce e a aletria, as broas de mel, castelares e de espécie, o bolo-rei, as azevias com doce de gila, os formigos as rabanadas e os bolinhos de jerimú..
Depois do jantar toda a família se dirigia a pé para a capela que era aberta no natal para a missa do Galo.
Tenho a certeza que foi dessas missas do Galo, com a Capela toda iluminada com velas, que me ficou a verdadeira paixão que tenho por elas.
Mas, por maior que fosse a alegria com que viviamos todos estes momentos, nada se comparava com a excitação com que todos punham o sapatinho na chaminé, antes de ir para a cama.
Crianças e adultos alinhavam um sapatinho na imensa lareira da sala, onde, pela manhã os presentes apareciam, miraculosamente, amontoados.
Só muitos anos mais tarde vim a descobrir que o segredo de tudo o que queríamos aparecer, se devia à troca de listas entre toda a família, pelo menos um mês antes do Natal.
Desse tempo guardo a imagem da minha avó distribuindo os presentes, o cheiro dos doces e a luz especial que essa época tinha.
E a família toda reunida.
Hoje, embora o núcleo familiar seja bem mais pequeno e o Natal seja vivido na minha casa que nem em sonhos se aproxima em tamanho dessa que guardo como a casa da família, existe o mesmo espírito, a mesma Luz e os mesmos cheiros.
Existe uma avó, que por coincidência se chama Luz e é a luz que nos inspira ao longo do ano.
Um avô que herdou da mãe o segredo da receita das filhoses de abóbora e que as bate como ela fazia.
Uma família que faz questão de se juntar, mesmo que para isso um dos membros tenha que apanhar um pássaro gigante e atravessar um oceano para estar presente.
Para encontrar os mesmos cheiros, os mesmos sabores e algumas das figurinhas do presépio da minha infância.
A Tradição está viva entre nós.

22 December 2008

O MEU AVATAR DE NATAL...HO HO HO


A Thunderlady desafiou-nos a fazer o nosso avatar de natal, aqui.
Diverti-me imenso a fazê-lo.
Portanto a imagem da Bluevelvet, por uns dias, fica assim.
Sexy, right??
Ho Ho Ho

21 December 2008

( 9 ) PORQUE E FIM-DE-SEMANA

Pimpyourprofiles.com to pimp your Myspace profile


20 December 2008

ESCOLHAS


Está quase a fazer anos. Foi na véspera de Natal.
Tinha ele então 2 anos. Eu, atrasada, ainda tinha que tomar banho, retirar o cheiro da fritura dos sonhos que ficaram fofos e lindos mas que me deixaram pestilenta, vestir-me, acender as velas da casa toda e esperar a família.
Isto sem deixar as batatas desfazerem-se, o bacalhau secar e garantir que as couves ficavam bem cozidinhas como todos gostam.
- Ah, não me posso esquecer que tenho vinho tinto perto da lareira senão ainda ferve. E o vinho branco estará bem fresco? Espero que o gelo chegue.
O mais velho, já pronto, rondava a àrvore de Natal tentando descortinar por que buraco invisível o Pai Natal chegaria.
Eu já sem paciência:
- Guigas, prefere tomar banho ou ficar de castigo?
Ao que ele me respondeu: eu plefilo um txupatxupa!
Já que era para escolher...
Sentei-me na borda da banheira. Despi o corpinho roliço de pele macia e cheiro a bébé e enfiei-o dentro de àgua no meio da maior risota.
A seguir entrei eu.
Já que era para escolher...
Então escolhi um delicioso banho a dois, com àgua saltando por todos os lados, cócegas e gargalhadas.
Só quando ouvi a vozinha do irmão dizendo:
- eu também quero - me apercebi que estava a resvalar perigosamente para a loucura total.
Quando a família começou a chegar estávamos todos prontos, aperaltados e cheirosos.
Só os meus cabelos molhados, sem sombra do que fora uma mise denunciavam a escolha.

19 December 2008

( 25 ) NÃO RESISTI


Imagem retirada daqui

18 December 2008

MY WISH LIST

Dado que a crise está instalada, este ano resolvi enviar a minha wish list ao Pai Natal em vez de a distribuir a familiares e amigos.
Pode ser que tenha mais sorte...

Christmas Myspace Animated Gifs

Querido Pai Natal,
este ano escrevo com antecedência, pois percebi que organização não é o seu forte e quero que o senhor tenha tempo de preparar tudo certinho.
Desta vez não tenho a menor intenção de ser humilde, pensar no próximo, ser caridosa, etc. Vou pedir TUDO.
Estou cansada de ser delicada nos meus pedidos e receber migalhas.
Segue a minha lista.
Asseguro que muitas outras mulheres irão gostar, de modo que o senhor pode produzir tudo por atacado para baixar os custos.

Quero que não haja limite nos cartões de crédito, e que exista um código especial para fazer compras, de maneira que a factura seja automaticamente zerada.

Quero um homem de verdade, mas a sério, Pai Natal, não me traga imitações ! Diga NÃO à pirataria! Chega de genéricos!

Quero um dispositivo instalado no umbigo que elimine toda a gordura consumida fazendo desaparecer qualquer pneuzinho, automaticamente.

Quero também um aspirador gigante com detector de canalhas, de modo que se algum deles se aproximar, seja imediatamente sugado, triturado e reduzido a pó.

NÃO QUERO FAZER DEPILAÇÃO NUNCA MAIS !!! Ou o senhor faz a moda pedir pernas, axilas, buço e virilha cabeludas, ou desaparece de vez com todos os pelos indesejados do meu corpo.

Quero um chocolate que elimine a celulite e hidrate a pele ao ser ingerido.

Quero uma manicure e pedicure definitiva que dure para sempre como se tivesse acabado de ser feita.

O meu marido, noivo, namorado ou caso deve adivinhar todos os meus desejos, e todas as vezes que se aproximar de mim deve dizer o quanto sou linda, inteligente e especial. Que me traga presentes e trate bem minha família, e também adivinhe quando forem horasde desaparecer.

Quanto ao ciclo menstrual vou ser pouco exigente e pedir que dure 2 horas. Também gostaria de um botãozinho para eu apertar, se e quando quiser estar fértil.

Quero roupas que sofram uma metamorfose de acordo com as tendências e as estações, com tecidos auto-limpantes e auto-passantes.

Se um homem se atrever a trair-me ou mentir, que uma luz vermelha se acenda no seu nariz como aquela sua rena e que logo em seguida ele confesse tudo o que fez.

Em caso da mais remota chance de infidelidade, faça com que ele não consiga uma erecção naquele momento. Mas, atenção, não quero uma coisa definitiva pois também não me seria conveniente.

Quero uns comprimidos que alterem automaticamente cor, comprimento e textura do cabelo, permitindo os mais variados penteados, que voltarão ao normal no momento em que eu assim desejar.

Vou pedir novamente um suprimento infinito de sapatos, malas, maquilhagem e jóias, visto que o meu pedido anterior foi esquecido.

E quero também um closet.

Também vou pedir DE NOVO que me mande um robozinho que limpe, lave, passe, cozinhe e toque música, que não falte, não peça aumento e não acabe com o sabão em pó numa semana.

Quero abdominais que possa comprar prontos na farmácia.

Quero 150 de QI e 50 de cintura, NÃO O CONTRÁRIO !!

PAI NATAL, MEU FOFO, espero que não seja muito complicado atender à minha listinha.
Vemo-nos dia 25 de Dezembro e se conseguir tudo ficarei imensamente grata.
Com carinho,
BlueVelvet

PS: Não esquecer de forma nenhuma a máquina de fazer pão.

Christmas Myspace Animated Gifs

17 December 2008

DECISÕES


16 December 2008

HISTORINHAS DE NATAL

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Quando era pequenina gostava muito de histórias. Daquelas com meninos e casinhas de chocolate, príncipes, palácios encantados, fruta encantada, bichos encantados. Gostava de tudo o que fosse encantado porque depois se transformava, se é que me entendem.
E fadas. Boas e más. Acho até que gostava mais das más, porque depois eram castigadas.
Enfim, os meus gostos eram um bocado discutíveis!
A minha infância foi povoada de belos contos e no Natal o pedido mais escutado pelos familiares era: "Quero uma varinha de condão"
Uma das que mais gostava era " A Raposa das 7 Cores " , e quando a minha mãe ou avó se enganavam, eu, muito atenta e indignada: " Não, não foi assim "
Muitos anos se passaram e chegou o dia de contar essa história aos meus filhos.
Olhavam-me com olhos maravilhados e ouvidos atentos.
Comecei então a minha querida história:
Era uma vez uma floresta, onde viviam muitos animais. Eram todos amigos e viviam em paz. ( não, não vos vou contar toda, porque como são adultos que me lêem não iam perceber...)...e depois, um dia, numas obras à entrada da floresta umas latas de tinta cairam em cima da raposa e ela ficou toda pintada. Então, servindo-se do seu novo e estranho aspecto, começou a tiranizar, a perseguir e atacar os outros animais da floresta que até então viviam tão felizes.
Até que um dia, atravessando uma ponte, caiu ao rio e as tintas desapareceram voltando o seu primitivo aspecto.
Quando ia continuar a história, a vozinha do mais pequeno dos meus ouvintes fez-se ouvir: - Ó mamã, de que marca seria a tinta?
- Que esperto, disse logo a minha mãe, que ia a passar.
Parei e fiquei a olhá-los. Esperteza? Não. Inocência e sonho poluídos pela publicidade martelada por televisões de 50 canais.
Pobres crianças!
Com 5 anos, já não dizem, com os olhos brilhantes e dando pulinhos de excitação como eu fazia, e quem sabe, vocês também, ( vá lá, confessem )- E depois, depois?
Então, sem responder, disse para mim mesma: - E depois?
E acabei de contar a história só para mim.

15 December 2008

ACREDITAM NO PAI NATAL?



À célebre pergunta, " tu ainda acreditas no Pai Natal" todos ficam normalmente silenciosos.
Porque é dita sempre num contexto de "ainda acreditas em milagres" ou "ainda acreditas nas pessoas", que é mais ou menos a mesma coisa do célebre anúncio" Você acredita nos glutões? E eram tão giros os glutões comendo a sujidade toda dentro da máquina de lavar.
Semprei gostei dos glutões, vá-se lá saber porquê.
Mas, seja qual for o contexto, o facto é que assim que ouvimos falar no velhinho das barbas brancas logo o imaginamos rechonchudo e vestido de vermelho.
Big, big mistake! Até isso não passa de uma belíssima e bem sucedida campanha publicitária.
Estudiosos afirmam que a figura do Pai Natal foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximas às chaminés das casas.
Foi transformado em santo (São Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres que lhe foram atribuídos.
A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos, ganhou o nome de Santa Claus, no Brasil de Papai Noel e em Portugal de Pai Natal.

SÓ QUE até o final do século XIX, o Pai Natal era representado com uma roupa de inverno castanha, porque na Lapónia, supostamente sua terra de origem, é de castanho que se vestem os lenhadores, e daí as botas em pele que ainda hoje mantém.
Porém, em 1881, uma campanha publicitária da Coca-Cola vestiu o bom velhinho com uma roupa de inverno, nas cores vermelha e branca (as cores do refrigerante) e com um gorro vermelho com pompom branco.
A campanha publicitária fez um grande sucesso e a nova imagem do Papai Noel espalhou-se rapidamente pelo mundo.
Como vêem, já pouca coisa do que parece, é.



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E agora aqui ficam umas gracinhas. Em inglês, senão perde o sentido. Sorry!

How many reindeer does Santa Have???
11 :Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner, Blitzen,Rudoph (the one with the red nose),Olive (Olive the other reindeer {all of}),and Al (Then Al the reindeer loved him {all}).

What do you call a cat on the beach at Christmastime?
Sandy Claus!
What do you call people who are afraid of Santa Claus?
Claustrophobic.
The 3 stages of man:
He believes in Santa Claus.
He doesn't believe in Santa Claus.
He is Santa Claus.


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Se quiserem uma fotografia autografada para as vossas criancinhas, é só irem aqui. Viram que simpático? Para mim, mandou esta.




Para quem não acredita no Pai Natal, até que não está mal de todo, right?

14 December 2008

( 8 ) PORQUE É FIM-DE-SEMANA

Reparem bem como os Chefes são cínicos.




No início



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Depois de uma semana: Precisa trabalhar mais!!

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Depois de um mês: Precisa trabalhar mais pela companhia!

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Depois de um trimestre: Eu disse para trabalhar mais... Você me ouviu!!??

13 December 2008

( 4 ) ESTE COMENTÁRIO DAVA UM POST


Que me desculpem os vizinhos, mas apeteceu-me fazer uma marotice.
Queria provar certas coisas e consegui.
Que me perdoem as excepções.
Claro que as opiniões que vou expandir são minhas mas não pretendo com isso ofender ninguém.

1º Não é possível manter um blog que se pretende interessante e com alguma qualidade, transcrevendo post após post mails que se recebam por mais engraçados ou interessantes que sejam. Porquê? Porque com a "teia" a funcionar todos os recebem. Por isso, só em casos muito excepcionais o faço.

2º Quem realmente distingue boa escrita e bons autores, não gostaria deste texto pelas razões expostas pela Patti.

Ora leiam:
É daquele senhor que eu detesto?Não tenho a certeza porque nunca li estas palavras, mas parece-me Bluzinha, que acusei o estilo. (n digo o nome para tu poderes revelar à vontade).Neste texto nada me comove ou emociona, pelo contrário é artificial, existem nele palavras horríveis como: guitarra, cheinhas, viagra, usem-na, pratos fortes, psicóticas, enchemo-las, cuidem-no.
E frases assassinas como:
- A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem;
- As saias foram inventadas para mostrar as suas magníficas pernas;
- Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto;
- Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão;
- Nenhuma mulher vai reconhecer jamais diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda;
- Não podem pensar sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18;
- sabem controlar a sua natural tendência para se culpabilizarem.
E mesmo que não seja ele, achei de uma insensibilidade atroz, banal, nada mexeu comigo.
Esta pessoa entende pouco do que fala, apesar de querer dar a entender que entende muito.Pelo menos daquilo que eu penso das mulheres (opinião muito pessoal).
Tu gostaste do texto e ainda bem. É porque te identificas com o que ele escreveu e vês semelhanças. É natural, todas temos vivências diferentes e vamos encontrar parecenças em muitas coisas.
Olha, eu às vezes identifico-me imenso com os meus opostos e até fico surpreendida.E coincidentemente, estou a dar os últimos toques num texto sobre nós mulheres, não numa perspectiva tão física como este que postaste, mais interior e muito provavelmente, também se poderá dar o caso de pouco concordarem com as minhas palavras.
É assim mesmo, faz parte da vida ser na diferença que se enriquece o Eu.
Bom post este, que nos põe, principalmente a nós mulheres a pensar sobre o que queremos e o que pensamos de nós e da vida.

Patti,
eu sabia que tu irias cheirar à distância o estilo. E não gostei nem me identifico com o texto. Mas, deixando de lado o estilo que tem os defeitos que apontas, lamento de certa forma que o que ele diz não seja verdadeiro. E sei que não é, salvo raríssimas e honrosas excepções. Num mundo ideal deveria ser, mas a grande maioria das pessoas preocupa-se muito mais com o invólucro do que com o conteúdo. Com o tamanho do embrulho do presente do que com o valor dele. E quando falo de valor não me refiro ao monetário, mas à intenção com que foi comprado.
Era bom que os homens olhassem para uma mulher independente do tamanho e dureza do peito, das rugas na cara ou das estrias na barriga. Mas, deep down sabemos que não o fazem.
Era bom que as nossas amigas gostassem de nos ver bonitas, vencedoras e com sucesso. Mas são raras.
O bonito, o belo, o perfeito é o que vence na sociedade em que vivemos. Quase tudo vale pela aparência e daí as máscaras com que nos cruzamos todos os dias.

E só para aliviar, porque hoje estou numa de bipolar, olhem lá este cartoon...chegado por mail.

Nota: o autor é realmente Paulo Coelho

O CORPO FEMININO


Este texto não é meu.
É de alguém que não consegue reunir consensos à volta da sua escrita.
A maior parte das pessoas diz que odeia a sua escrita, mas o facto é que tem milhões de livros vendidos.
Eu própria não sou sua fã embora já tenha lido algumas coisas de que gostei.
E gostei especialmente deste texto.
Para os vizinhos do Bairro que têm a paixão da leitura, aqui fica um desafio:

Quem escreveu este texto? E concordam ou não? Amanhã digo quem foi.

Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber o seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.
Não temos a menor ideia de qual seja o número que veste. A nossa avaliação é visual, ou seja, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas... Essa classe de corpo que sem dúvida se nota numa fracção de segundo.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e a classe, são equivalentes a mil viagras.
A maquilhagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem-na! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar as suas magníficas pernas... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam connosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto.
Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza...todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulimica e nervosa, rapidamente procura uma amante cheinha, simpática, tranquila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não às vossas amigas, porque nunca terão uma referência objectiva do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.
As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o Atlântico a nado.
O corpo muda... cresce. Não podem pensar sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45 que entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está-se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir a sua vida com equilíbrio e sabem controlar a sua natural tendência para se culpabilizarem.
Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em Setembro, não antes). Quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer).
Quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade.
Quando tem que comprar algo que gosta, compra.
Quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tiram a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo nas suas vidas, não estiveram anos "em formol" nem em spa... viveram!
O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, mimados e nós, sem querer, enchemo-las de estrias, de cesarianas e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!
A beleza é tudo isto.

12 December 2008

....


Há certas dias que escrevo porque as coisas já não me cabem cá dentro. Pois hoje, não cabem. E sem que pudesse fazer nada para contê-lo, saiu-me o conteúdo por todos os poros. Extravasou como acontece ao leite do fervedor naquele segundo em que nos viramos para agarrar na pega. É uma confusão entre o leite que fica no fervedor e o que se esparrama no fogão.
Aproveitem o que conseguirem: o do fervedor ou o do fogão.



Sempre disse que não gosto de Saramago. Nem dos livros nem do homem.
Os livros bem que tentei. Comprei, tentei ler um. Depois outro. Recomeçava e estacava a meio. Continuo parada no meio do Memorial do Convento e não ando nem para a frente nem para trás.
As atitudes dele, a arrogância após o recebimento do Nobel, os comentários sobre Portugal, tudo isso me tirou ainda mais a vontade de tentar lê-lo.
E agora saiu o filme baseado no Ensaio sobre a Cegueira. E vejo 2 cenas que me deixam completamente sem chão.
Uma, quando ele próprio vê pela 1ª vez o filme, ao lado do realizador. É uma cena comovente. Vejo um velhinho, de olhos marejados de lágrimas, sem quase conseguir falar.
De repente, tornou-se humano. Igual a todos nós. Igual ao comum dos mortais. Numa entrevista diz que quer ser cremado e as suas cinzas colocadas debaixo de uma pedra sem qualquer inscrição. E que se alguém de vez em quando lá quiser deixar uma flor, só para se lembrarem que ele existiu...
Outra, uma cena do filme, num mundo de cegos em que só a Julianne Moore vê, a certa altura ela está sentada numas escadas, sozinha, abandonada, desesperada, com as lágrimas a correr pela cara abaixo. E vem um cão. Que se chega a ela. E se encosta a ela e lhe lambe as lágrimas. E Saramago comenta: aquilo é Compaixão, o sentimento mais nobre que o ser humano pode sentir.
E ponho-me a pensar: o que o fez mudar? A doença? A velhice? A possível proximidade da morte?
E já tinha pensado o mesmo de Lobo Antunes. É verdade que são diferentes. Como escritores e como homens. Mas a diferença entre o Lobo Antunes de antes e do depois da doença é imensa.
E ponho-me a pensar: é preciso sentir a morte a rondar para nos tornarmos humanos? Para percebermos que somos iguais a toda a gente?


Isto fez-me lembrar um livro maravilhoso que li há tempos: "História do Rei Transparente" de Rosa Mantero.
A determinada altura, Leola ( uma das personngens) diz assim:
- Sou mulher e escrevo. Sou plebeia e sei ler. Nasci serva e sou livre. Vi na minha vida coisas maravilhosas. Fiz na minha vida coisas maravilhosas. Durante algum tempo, o mundo foi um milagre. Depois a escuridão voltou.
Nyneve ( outra personagem) ensina palavras a Leola para que esta escreva no seu livro:
-Continuas a escrever o teu livro de palavras?
A pergunta de Nyneve surpreende-me. Endireito-me e olho para ela. A minha amiga, que também está a trabalhar na horta, descansa apoiada na enxada.
-Sim porquê?
-Porque te queria oferecer uma palavra a melhor de todas.
-Ah, sim? qual é?
- Compaixão. Que, como sabes é a capacidade de nos colocarmos na pele do próximo e de como ele sentir o que ele sente.
-Sim agrada-me. Mas, porque me dizes que é a melhor?
-Porque é única das grandes palavras em nome da qual não ferimos, não torturamos, não prendemos e não matamos...Pelo contrário, evita tudo isso. Há outras palavras muito belas: amor, liberdade, honra, justiça...Mas todas elas, todas, podem ser manipuladas, podem ser utilizadas como armas de arremesso e causar vítimas.
E ponho-me a pensar, que afinal se todos conhecessemos e compreendessemos o verdadeiro significado da palavra Compaixão, this would be a better world.

When you are guided by compassion and lovinkindness, you are able to look deeply into the heart of reality and see the truth.
Boudha

11 December 2008

O PINHEIRO DE NATAL


São muitas as lendas que se contam sobre a origem da àrvore de Natal. No entanto, a história de que mais gosto é a que conta porquê que é o pinheiro a àrvore que se ornamenta no Natal.
Costumava contá-la aos meus filhos e deixo-a aqui para todos.
Quando Jesus nasceu, bem próximo ao presépio havia 3 árvores: uma palmeira, uma oliveira e um pinheiro.
Nesta época os animais falavam e as plantas também embora os Homens não compreendessem suas linguagens.
Conversavam sobre os presente que dariam ao Menino Jesus, e a palmeira disse:
- Eu darei a minha palma mais viçosa para que sua Mãe O proteja do sol forte!
- A oliveira que estava carregada de frutos - as azeitonas- completou :
- Eu oferecerei os meus frutos e o meu azeite para a Criancinha.
E voltaram-se as duas para o pinheirinho perguntando-lhe:
- E você ? O que irá ofertar ?
O pinheirinho muito quieto pensava no que teria de especial para ofertar ao Menino, quando a palmeira se lhe dirigiu e disse:
- As suas folhas são pontiagudas e podem ferir a Criança!
A oliveira por sua vez disse:
- E os seus frutos? São secos e duros...E concluiram:
- Que pena ! Você nada tem de especial para presentear.
O pinheiro ficou muito triste e silencioso.
- É verdade, pensou. Todos trouxeram presentes para esta Criança: os pastores -lã, leite e até um pequeno carneirinho ! Os reis - ouro , incenso e mirra ! Até a palmeira e a oliveira puderam oferecer algo de si, só eu não tenho como alegrar a Criancinha.
Nesse momento as estrelas que cintilavam lá no alto do céu e que tinham escutado toda a conversa entre as árvores, começaram a descer bem devagarinho e foram pousando delicadamente nos ramos verdes do pinheiro que foi se iluminando e ficando cada vez mais bonito.
Todos se admiraram e se voltaram para ele e lá da manjedoura os olhinhos do Menino Jesus encheram-se de brilho e alegria.
E foi assim que o singelo pinheiro se tornou a árvore do Natal, e todos os anos nesta época as pessoas o enfeitam e o enchem de luzes.



Reza ainda a tradição que na àrvore de Natal devem existir os seguintes 12 ornamentos:
1 Casinha: protecção
1 Coelho: esperança
1 Chávena: hospitalidade
1 Pássaro: alegria
1 Rosa: afeição
1 Cesta de frutas: generosidade
1 Peixe: benção de Cristo
1 Pinha: fartura
1 Papai Noel: bondade
1 Cesta de flores: bons desejos
1 Coração: amor verdadeiro
Embora seja católica, estudo e sigo muita coisa das teorias orientais que têm a ver com o Feng-Shui.
Segundo estas há mais coisas curiosas relacionadas com a àrvore de Natal.
Tipo de Árvore: também é usado um pinheiro, mas porque esta árvore representa a energia luminosa da Era de Aquárius. O pinheiro é, na verdade, o símbolo da Era Aquariana.
Localização da Árvore: deve ser colocada no centro da sala ou a leste, onde o Sol nasce.
Como Enfeitar a Árvore: Sempre de cima para baixo, respeitando as forças descendentes do Espírito Divino que vêm para nos abençoar aqui no plano físico.
No Topo da Árvore: Deve ser colocada uma estrela. Não deixa de ser curioso que em qualquer dos casos se fala na estrela. Num, como sendo a estrela de Belém, no outro como a nossa Estrela Interior que deve guiar-nos peregrinação da vida.
Dizem que NUNCA se deve pôr a estrela de cabeça para baixo.
Os Enfeites: Os enfeites alegorizam virtudes, poderes e forças espirituais que devem triunfar dentro de nós e também dentro da casa onde está a Árvore.
Os principais enfeites-símbolos no Feng-Shui são:
3 Sininhos
: simbolizam a Santíssima Trindade ou as três Forças Primárias do Cosmos;
7 Anjinhos, 12 bolas, 7 bengalinhas.
E mais não conto senão chamam-me maluca.

10 December 2008

2 POEMAS DE NATAL EM 2 LÍNGUAS

Clement Clarke Moore (1779 - 1863) escreveu o poema "Twas the night before Christmas" também chamado “A Visit from St. Nicholas" in 1822. Tornou-se o mais conhecido poema de Natal americano e manda a tradição que seja lido na noite de Natal pelo chefe de família.

'Twas the Night before Christmas'

Twas the night before Christmas, when all through the house
Not a creature was stirring, not even a mouse.
The stockings were hung by the chimney with care,
In hopes that St Nicholas soon would be there.

The children were nestled all snug in their beds,
While visions of sugar-plums danced in their heads.
And mamma in her ‘kerchief, and I in my cap,
Had just settled our brains for a long winter’s nap.

When out on the lawn there arose such a clatter,
I sprang from the bed to see what was the matter.
Away to the window I flew like a flash,
Tore open the shutters and threw up the sash.

The moon on the breast of the new-fallen snow
Gave the lustre of mid-day to objects below.
When, what to my wondering eyes should appear,
But a miniature sleigh, and eight tinny reindeer.

With a little old driver, so lively and quick,
I knew in a moment it must be St Nick.
More rapid than eagles his coursers they came,
And he whistled, and shouted, and called them by name!

"Now Dasher! now, Dancer! now, Prancer and Vixen!
On, Comet! On, Cupid! on, on Donner and Blitzen!
To the top of the porch! to the top of the wall!
Now dash away! Dash away! Dash away all!"

As dry leaves that before the wild hurricane fly,
When they meet with an obstacle, mount to the sky.
So up to the house-top the coursers they flew,
With the sleigh full of Toys, and St Nicholas too.

And then, in a twinkling, I heard on the roof
The prancing and pawing of each little hoof.
As I drew in my head, and was turning around,
Down the chimney St Nicholas came with a bound.

He was dressed all in fur, from his head to his foot,
And his clothes were all tarnished with ashes and soot.
A bundle of Toys he had flung on his back,
And he looked like a peddler, just opening his pack.

His eyes-how they twinkled! his dimples how merry!
His cheeks were like roses, his nose like a cherry!
His droll little mouth was drawn up like a bow,
And the beard of his chin was as white as the snow.

The stump of a pipe he held tight in his teeth,
And the smoke it encircled his head like a wreath.
He had a broad face and a little round belly,
That shook when he laughed, like a bowlful of jelly!

He was chubby and plump, a right jolly old elf,
And I laughed when I saw him, in spite of myself!
A wink of his eye and a twist of his head,
Soon gave me to know I had nothing to dread.

He spoke not a word, but went straight to his work,
And filled all the stockings, then turned with a jerk.
And laying his finger aside of his nose,
And giving a nod, up the chimney he rose!

He sprang to his sleigh, to his team gave a whistle,
And away they all flew like the down of a thistle.
But I heard him exclaim, ‘ere he drove out of sight,
"Happy Christmas to all, and to all a good-night "



Thomas Kinkade é um dos mais famosos artistas americanos vivo.
Profundamente católico quase toda a sua obra é religiosa. Para ilustrar o poema "Twas the night before Christmas" fez uma pintura, que foi depois transformada nesta caixinha de música que nos permite ouvir o poema enquanto as luzes das janelas se vão apagando e acendendo. Quase todas as famílias americanas a têm como elemento decorativo do Natal.


HISTÓRIA ANTIGA

Era uma vez, lá na Judeia, um rei.
Feio bicho, de resto:
Uma cara de burro sem cabresto
E duas grandes tranças.
A gente olhava, reparava, e via
Que naquela figura não havia
Olhos de quem gosta de crianças.

E, na verdade, assim acontecia.
Porque um dia,
O malvado,
Só por ter o poder de quem é rei
Por não ter coração,
Sem mais nem menos,
Mandou matar quantos eram pequenos
Nas cidades e aldeias da Nação.

Mas,
Por acaso ou milagre, aconteceu
Que, num burrinho pela areia fora,
Fugiu
Daquelas mãos de sangue um pequenito
Que o vivo sol da vida acarinhou;

E bastou
Esse palmo de sonho
Para encher este mundo de alegria;
Para crescer, ser Deus;
E meter no inferno o tal das tranças,
Só porque ele não gostava de crianças.

Miguel Torga
Antologia Poética

9 December 2008

OS MERCADOS DE NATAL NA EUROPA


Os primeiros vestígios de Mercados de Natal remontam ao séc. XIV na Alemanha e na Alsácia e chamavam-se naquele tempo « Mercado de Santo Nicolau ».
O primeiro documento que relata um Mercado de Natal data de 1434 e afirma que teve lugar em Dresden.
Em Strasburg, o Christkindelmarkt (o mercado do menino Jesus), instalado desde 1570 no coração da villa de Strasbourg, substituiu o mercado de São Nicolau.
Os Mercados de Natal são organizados por cada município, normalmente em grandes praças e começam 4 semanas antes do Natal no período do Advento, e duram até ao fim de Dezembro.
A sensação que temos quando visitamos um destes Mercados é que estamos dentro de um cartão de Boas Festas animado.
O ambiente é mágico, com as barraquinhas de madeira, algumas cobertas de neve, profusamente decoradas com enfeites de Natal e há uma mistura de cheiros no ar, a castanhas, canela, vinho quente e doces.
Qualquer pessoa que se passeie pela Europa nesta época, ficará apaixonada por estes pequenos oásis de luz, aromas e sons.
E é isso que lhes confere a magia e a sensação de que estamos noutra época. Assim, não se assuste se encontrar num destes mercados, um porco sendo assado num espeto de madeira ou pessoas que usam roupas longas, sapatos de couro de ovelha e chapéus esquisitos. A resposta para tanta esquisitice é uma só: está num mercado de Natal medieval.
Iluminados por fogueiras acesas no chão em vez do uso da moderna lâmpada, o cheiro de madeira queimada domina o local. As velas acesas em quase todas as barracas completam o cenário.
Mergulhados na Idade Média (apesar de a tradição ter surgido tempos depois), as pessoas podem comprar artigos forjados no fogo, como facas e outros utensílios para cozinha.

Os mercados de Natal mais famosos
Embora imagine que todos sejam fantásticos, há uns mais famosos que outros.
Eu só conheço dois, o de Bruxelas e o de Montreux, mas aqui vos deixo a descrição e fotografias dos mais famosos.
Assim, na Bélgica, não percam Les Plaisirs d’Hiver à Bruxelles .
Este mercado conta com mais de 220 barracas montadas no centro histórico da cidade, entre a Bolsa, a Place Saint Cathrine e o Mercado do Peixe.
Em França, os mais famosos são os mais antigos, localizados na Alsácia. Se puderem, não percam o Christkindlesmärik! Com 500 anos de antiguidade, este mercado realiza-se no centro histórico de Estrasburgo.
Para um ambiente alpino, visitem Montreux, Suíça, nas margens do Lago Leman, numa paisagem de conto de fadas. Com 120 chalés enfeitados com cores de Natal, é considerado o mercado mais belo da Suíça.
Na Áustria, é em Viena onde se celebra desde o século XIII o famoso Christkinlmarkt na Praça da Prefeitura. O natal austríaco é uma mescla estonteante de madeira, neve, aroma a ponche e o som da valsa.
A Dinamarca é outra opção excelente! Cada ano nos Jardines Tivoli, em Copenhague, para além das atracções habituais, poderão entrar no mundo das tradições natalinas escandinavas.
Se forem à Suécia, apenas a 30 quilómetros de Estocolmo, podem fazer as suas compras de Natal num ambiente natural maravilhoso no Julmarknade (mercado de Natal) em Sigtuna, a cidade mais antiga da Suécia. As barracas que se encontram nas ruas do velho centro medieval vendem alimentos tradicionais suecos (doces, salsichas defumadas, carne de rena, vinho quente) para além de presentes artesanais.
E claro, não se pode perder o que fica mais perto do lar do Pai Natal, na Finlândia, sob um belo manto de neve em Helsinkia.
Embora vos deixe algumas fotografias destes maravilhosos mercados, nada como ver ao vivo e em tempo real vários mercados de Natal na Europa.

http://www.2travelandeat.com/webcams.de.noel.cameras.de.noel.en.europe.html

Sobretudo não percam a ida à Finlândia.
Porque aí têm tudo: até a casa do Pai Natal.
Acho que a Beatriz, a Bi, a Mafalda e o Vasco vão adorar.
Enjoy!

8 December 2008

GIFTS YOU CAN GIVE ALL YEAR AROUND

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É sabido, porque já o disse aqui, que adoro o Natal, a época, o cheiro, as reuniões familares, os doces tradicionais, a parte religiosa e a parte pagã.
Também já escrevi que não tenho paciência para as pessoas que resolvem que esta é a altura boa para lembrar que há guerras, que há pobreza no mundo, que há quem não tenha nada no Natal.
Para mim, isso deve estar presente na nossa mente e nos nossos actos, todo o ano. E se pudermos, ajudar os que realmente não têm nada.
Este ano, talvez por causa das dificuldades financeiras, muitas pessoas estão desmotivadas, não lhes apetece falar do Natal, não têm dinheiro para presentes e isso aflige-as.
Lembrei-me que o ano passado, embora tenha tido muitos presentes, houve um que me tocou especialmente.
Foi-me dado pelo meu filho "americano".
Um quadro lindíssimo, com um bordado victoriano, que dizia o que se segue:


GIFTS TO GIVE ALL YEAR AROUND


Gift of Praise
Appropriate mention, right in front of the other fellow, of superior qualities or of The a job or deeds well done.

The Gift of Consideration
Putting yourself in the other's shoes and thus providing your genuine understanding of his side of the case.

The Gift of Concession
Humbly saying at just the right point, "I am sorry, you are right and I am wrong".

The Gift of Gratitude
Never forgetting to say "Thank You" and never failing to mean it.

The Gift of Attention
When the other fellow speaks, listen attentively. If his words are directed to you personally, meet his eye squarely.

The Gift of Inspiration
Plant seeds of courage and action in the other person's heart.

The Gift of Personal Presence
In sickness, in trouble or in great joy, there is nothing quite equal, to your personal expression of sympathy or congratulations.

Resolve to give these gifts each day. You will be pleasantly surprised at what you will receive in return.


Se tentarmos agir assim ao longo de todo o ano, o espírito do Natal, como a solidariedade, a fraternidade, o amor ao próximo, espalhar-se-à pelo mundo, e não haverá necessidade de falsos bonzinhos no Natal.
Nota: Não traduzo porque quase todos os vizinhos sabem inglês

7 December 2008

( 7 ) PORQUE É FIM-DE-SEMANA



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6 December 2008

SONHANDO


Sonhar é o que nos mantém vivos...
Não me importo de ser uma sonhadora. Mas anseio por realizar cada um dos meus sonhos.
Enquanto isso, eu continuo sonhando...
Porque às vezes a vida tem surpresas.