

Ainda de ressaca das emoções de ontem, porque todas as imagens e recordações que tenho do meu pai, não encaixam no corpinho frágil onde hoje habita. E o pior, ou melhor, sei lá, é que a cabecinha continua boa, para não falar no coração que embora batendo a meio-compasso, continua cheio de amor para dar.
E vem-me à ideia um dos medos com que lido desde sempre: o medo de envelhecer. Confesso que, quando penso nisso, não me agrada nada a perspectiva. A força da gravidade a fazer descair as peles menos firmes, as rugas que já não se podem apelidar “de expressão”, o peso que é mais difícil de manter e que teima sempre em aumentar, tarefas que nos custam cada vez mais a desempenhar, a memória e a rapidez de raciocínio a diminuir, as insónias a aumentar, a vista a piorar, a agilidade a desaparecer, a resistência física a escassear, as contas com médicos e medicamentos a abundar... Por outro lado a medicina e os seus avanços, prolongam a vida, mas na maior parte das vezes, sem qualquer qualidade.
Envelhecer com qualidade é apenas mais um dos “temas da actualidade”. Mas o que é isso exactamente? Será que basta chegar aos 70 anos, sãos como peros? O que me assusta realmente não é apenas a debilidade física, mas sim a solidão em que alguns idosos vivem e, principalmente, a vulnerabilidade que apresentam.
Nos jardim, não faltam reformados sozinhos... simplesmente à espera que o tempo passe. Nas ruas, caminham lentamente e, por vezes, algo desamparados, estando não raramente sujeitos a atropelamentos e assaltos. Assustador...
E lido tanto pior com isso, quanto é verdade que adoro pessoas de idade! Tirando algumas que têm a mania que “idade é um posto”, admiro a sua experiência e não perco uma possibilidade de ouvir histórias do passado, directamente da boca de quem as testemunhou. São, na sua grande maioria, crianças grandes, com birras e gracinhas e aprecio este tipo de convívio quando é saudável. Mas a incapacidade que acompanha quase sempre a velhice... essa não gosto nem de pensar. A dependência de outros (muitas vezes estranhos) para o dia a dia mais básico. O abandono a que são votados, por vezes, pelos próprios familiares.
Depositados em lares, como trapos velhos, inúteis e que só servem para complicar a vida.
Faz-me sempre lembrar que há anos atrás, em algumas tribos índias e na China, quando um velho se tornava pesado para a família era levado para o alto de uma montanha, onde ficava, sozinho, à espera de morrer.
Embora se diga que nascer e morrer são os actos mais solitários do mundo, continuo a acreditar, que assim como as mãos do médico nos amparam à chegada é preciso que uma mão aperte a nossa, na partida.
E vem-me à ideia um dos medos com que lido desde sempre: o medo de envelhecer. Confesso que, quando penso nisso, não me agrada nada a perspectiva. A força da gravidade a fazer descair as peles menos firmes, as rugas que já não se podem apelidar “de expressão”, o peso que é mais difícil de manter e que teima sempre em aumentar, tarefas que nos custam cada vez mais a desempenhar, a memória e a rapidez de raciocínio a diminuir, as insónias a aumentar, a vista a piorar, a agilidade a desaparecer, a resistência física a escassear, as contas com médicos e medicamentos a abundar... Por outro lado a medicina e os seus avanços, prolongam a vida, mas na maior parte das vezes, sem qualquer qualidade.
Envelhecer com qualidade é apenas mais um dos “temas da actualidade”. Mas o que é isso exactamente? Será que basta chegar aos 70 anos, sãos como peros? O que me assusta realmente não é apenas a debilidade física, mas sim a solidão em que alguns idosos vivem e, principalmente, a vulnerabilidade que apresentam.
Nos jardim, não faltam reformados sozinhos... simplesmente à espera que o tempo passe. Nas ruas, caminham lentamente e, por vezes, algo desamparados, estando não raramente sujeitos a atropelamentos e assaltos. Assustador...
E lido tanto pior com isso, quanto é verdade que adoro pessoas de idade! Tirando algumas que têm a mania que “idade é um posto”, admiro a sua experiência e não perco uma possibilidade de ouvir histórias do passado, directamente da boca de quem as testemunhou. São, na sua grande maioria, crianças grandes, com birras e gracinhas e aprecio este tipo de convívio quando é saudável. Mas a incapacidade que acompanha quase sempre a velhice... essa não gosto nem de pensar. A dependência de outros (muitas vezes estranhos) para o dia a dia mais básico. O abandono a que são votados, por vezes, pelos próprios familiares.
Depositados em lares, como trapos velhos, inúteis e que só servem para complicar a vida.
Faz-me sempre lembrar que há anos atrás, em algumas tribos índias e na China, quando um velho se tornava pesado para a família era levado para o alto de uma montanha, onde ficava, sozinho, à espera de morrer.
Embora se diga que nascer e morrer são os actos mais solitários do mundo, continuo a acreditar, que assim como as mãos do médico nos amparam à chegada é preciso que uma mão aperte a nossa, na partida.