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22 January 2008

LÁ LONGE, E AQUI


De noite
só quero vestido
o tecido dos teus dedos
e sobre os ombros
a franja do final dos cabelos.

Sobre os seios
quero a marca
do sinal dos teus dentes
e a vergasta dos teus lábios
a doer-me sobre o ventre

Nas pernas e no pescoço
quero a pressão mais ardente
e da saliva
o chicote
da tua língua dormente
Maria Teresa Horta CANDELABRO, 1964

4 October 2007

FORMAS DE AMAR


Por-me-ás de borco,
assim inclinada...

a nuca a descoberto,
o corpo em movimento...

a testa a tocar
a almofada,
que os cabelos afloram,
tempo a tempo...

Por-me-ás de borco;
Digo:
ajoelhada...

as pernas longas
firmadas no lençol...

e não há nada, meu amor,
já nada, que não façamos como quem consome...

(Por-me-ás de borco,
assim inclinada...

os meus seios pendentes
nas tuas mãos fechadas.)

Maria Teresa Horta