Os anos vão-nos empurrando para frente como se nos quisessem esconder alguma coisa.
Por mais que se escreva há sempre muito que se vai arrumando no armário que fica mais longe. E há sempre o que não cabe no caderno, por mais que se escreva. O que não se esquece mesmo que não esteja escrito.
Os anos vão-nos enchendo de páginas, mais em branco ou preto, conforme os casos. Amontoam-se nas secretárias em que não se escreve, que substituem as camas onde se chorava com gosto. Enchem vazios com nadas quando comparados com aqueles tudos.
Escondem as páginas do tempo em que tudo merecia ser escrito, em que tudo era para sempre. Talvez para nos esconder que o tempo nos ensina que o sempre é mais curto do que pensávamos. Talvez para nos escondermos do que pensávamos. Talvez para nos escondermos dos anos que nos enchem de páginas em branco.
Até que, de repente, soprando para trás muitos anos de folhas acumuladas, alguém nos lembra.
Uma vez. E outra. E outra.
Obriga-nos a lembrar os sítios, as pessoas, os cheiros.
De repente, lembro-me de tudo. Tantas vezes. Para sempre.
Por mais que se escreva há sempre muito que se vai arrumando no armário que fica mais longe. E há sempre o que não cabe no caderno, por mais que se escreva. O que não se esquece mesmo que não esteja escrito.
Os anos vão-nos enchendo de páginas, mais em branco ou preto, conforme os casos. Amontoam-se nas secretárias em que não se escreve, que substituem as camas onde se chorava com gosto. Enchem vazios com nadas quando comparados com aqueles tudos.
Escondem as páginas do tempo em que tudo merecia ser escrito, em que tudo era para sempre. Talvez para nos esconder que o tempo nos ensina que o sempre é mais curto do que pensávamos. Talvez para nos escondermos do que pensávamos. Talvez para nos escondermos dos anos que nos enchem de páginas em branco.
Até que, de repente, soprando para trás muitos anos de folhas acumuladas, alguém nos lembra.
Uma vez. E outra. E outra.
Obriga-nos a lembrar os sítios, as pessoas, os cheiros.
De repente, lembro-me de tudo. Tantas vezes. Para sempre.
31 nhận xét :
Já és a terceira a quem hoje digo estar inspirada e não creio que seja de mim. Até parece que hoje não consigo dizer mais nada. Parafraseando alguém, pois que não se te apaguem essa lembranças.
Abreijos.
Temos só uma vida, BV.
Podes ter tido uma vida diferente, agora outra vida...
Andas muito nostálgica, ou a fazer balanço?
:)))
Beijo azul
É verdade BLUE, Por vezes, interrogo-me como conseguimos lembrar de coisas tão antigas e como gostaria-mos que muitas delas voltassem ou que nem sequer tivessem ficado para tráz.
Não são várias vidas, são vários cadernos, temos é tendência a só nos lembrar-mos daquele que estamos a escrever no momento.
Beijoca!
Velvet, já tiveste outra Vida Maravilhosa. Vais voltar a tê-la!!! Sei que quando o céu da nossa cabeça está cinzento não há sol que o ilumine nem mar que o faça reagir, mas sossega! Pára. Deixa que o cinzento perceba que não é ele a tua cor preferida, que o azul vai voltar a ganhar espaço no teu céu!
Beijos cheios de sol e azul, Ok?
No depress time!!!
Uma saudosista como eu! É tão bom recordar os momentos, sejam eles bons ou maus mas existiram e fizeram de cada um aquilo que realmente somos. Este texto parece tirado dos meus pensamentos... se bem que não o conseguiria pôr por palavras de uma forma tão bonita.
Beijinho
Eu tenho uma memoria de elefante , lembro-me de promenores, cheiros, etc de quando era crianca. Talvez porque tenha sido uma menina muito feliz, por isso guardo todas essas recordacoes.
Ate quando sonho, as lembrancas ficam, sou capaz de descrever os meus sonhos ao mais infimo promenor.
A cor das paginas da nossa memoria nem sempre sao estaticas, por vezes o que nos pareceu negro num determinado momento, muda para um cinzneto claro ou ate para um branco, pois tiramos ensinamentos desses momentos.
A partir de agora so paginas coloridas, ok?
Beijinho.
Minha querida bem sei que tenho andado ausente... Apesar de te ler sempre o mesmo não acontece com os meus comentários... Neste caso só tenho a dizer "Somewhere over the rainbow blue birds fly" :))
"O sempre é cada vez mais curto". É bem verdade. Por isso, temos de aprender a lidar com um "às vezes" e esquecer um "sempre" que já não existe. Aprendizagem difícil, esta...
Bjs
Velvet, pega em tudo e leva para o futuro, para viveres bem este presente, apoiado no teu passado.
O importante é o que se faz com essas páginas. Podem ser apenas recordações ou então memorandos de como conseguirmos o que queremos, por muito distante da frente do armário que esteja...
Beijinhos azuis
Eu ia comentar, mas li o comentário do Salvo e não tenho mais nada a dizer. Talvez por percorrermos os mesmos caminhos, as sensações que vamos recolhendo são similares. Creio que este dia 14 de Janeiro vai ficar marcado na história do blogobairro, tanta é a sensibilidade que hoje se solta em cada casinha!
Hoje consegui entrar aqui. Escrevo à pressa com medo, que fuja!!!
Aceita o "BLOG DE OURO"? Este prémio nao tem a ver com a qualidade do seu blogue, mas sim porque eu a acho uma "MULHER DIFERENTE". Como sei isso? Sao os seus textos que mo dizem.
Estou à espera do seu artigo sobre o meu Woody e Nova Yorque.
Saudacoes de Düsseldorf!
Gostei muito deste post, muito mesmo.
Quando somos jovens a maior parte das páginas dos nossos cadernos estão em branco e nós sentimo-nos ansiosos por vê-las preenchidas. Agora... não podemos reescrevê-las, a única coisa que podemos fazer é aproveitar o melhor possível o tempo que temos à nossa frente, recordar, que pode ser muito bom, se conseguirmos não ceder à amargura e aproveitar o que houve de bom. E pensar que ainda há imenso à nossa espera, de certeza.
"Talvez para nos esconder que o tempo nos ensina que o sempre é mais curto do que pensávamos."
Esta frase é... tão GRANDE!!!!
È tão bom olhar e re-ler o que ao longo do tempo fomos pondo nestas paginas...eu digo muitas vezes: " Não faças da tua vida um livro em branco, escreve algo para mais tarde poderes re-ler"
Eu até sei que tens coisas bem giras para ler vezes sem conta, não é verdade!? :)
Beijinhos
"Talvez para nos esconder que o tempo nos ensina que o sempre é mais curto do que pensávamos"
Querida Bluezinha, escolhi esta tua frase porque nos dá a noção de como o tempo passa afinal tão depressa. Mas não deixa de ser bom porque ao olhar para trás vemos que ficaram lindas recordações de tanta vida que tivemos. Escolhemos o mais doce e trancamos o menos doce a sete chaves, temos de viver o dia de hoje também.
Beijinhos azuis****
Simpática Amiga:
"...Enchem vazios com nadas quando comparados com aqueles tudos.
Escondem as páginas do tempo em que tudo merecia ser escrito, em que tudo era para sempre. Talvez para nos esconder que o tempo nos ensina que o sempre é mais curto do que pensávamos. Talvez para nos escondermos do que pensávamos. Talvez para nos escondermos dos anos que nos enchem de páginas em branco...".
Fabuloso. Genial. Lindo.
Parabéns sinceros. Adorei!
Beijinhos
pena
Uma sensibilidade literária extraordinária!
Esta vizinhança tem andado muito inspirada nestes últimos dias,será do guaraná?
bjs
Claro que tiveste muitas mais...esta é mais uma para a apredizagem maior....
Jinhos mil
olá velvet,
o que apricio em si é que apesar de já ter tido possivelmente uma vida melhor, não deixou de ser uma pessoa lutadora e generosa e isso é muito bom.
Por isso lembre-se sa lei do rerorno, a vida tira-nos coisas, mas depois volta a devolver-nas, mas não é quando nós queremos.
tenha um dia feliz, eu já consegui resolver o problema da imagem do meu blog e agora com este novo visual está perfeito.
Obrigada pela sua ajuda, foi muito útil
Este texto vou guardá-lo na minha memória...parabéns
Uma grande chama para ti...beijos
Muita nostalgia por aqui menina Blue,vamos a arrebitar ok.
Num momento tudo muda, desenhos muito giros, até parecemos umas lindas criancinhas.
Beijinhos
Isabel
Ematejoca,
muito obrigada pelo Prémio.
Aceito com muito prazer e fico sensibilizada por ver que vens aqui ler-me mesmo quando não comentas.
Farei o post do Woody Allen dentro de dias.
Beijinhos
Obrigada a todos que por aqui passaram.
Veludinhos azuis
hummm cheiro a nostalgia...é bom rever o passado, mas melhor ainda é sonhar com as páginas em branco que ainda temos que preencher!! Beijinho.
mas é tão bom recordar... e as linhas, vão-se buscar, querem ser escritas!!!
veludinhos
Muito bem conseguido, este texto.
Também me acontece; ultimamente, os "flashback's" perseguem-me...
Beijos.
E que momentos mágicos quando esses cheiros, essas cores, esses sons regressam para ficar.
Às vezes a vontade é minha de ficar lá...
Um beijo
Palavras...sentires guardados em meus pensamentos tantas vezes...
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descreves aqui uma sensibilidade, é como se te estivesse a ouvir..
...Talvez para nos esconder que o tempo nos ensina que o sempre é mais curto do que pensávamos...
Beijo grande amiga!
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