31 December 2009

O TEMPO EM FATIAS

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
um indivíduo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez,
com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui pra diante vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade

Happy New Year 2010 Comments and Graphics for MySpace, Tagged, Facebook


30 December 2009

....

Jean Paul Avisse ( The Path of Time)

Em algum momento me encontrei...
Assim... Deslumbrada!
Vendo o brilho sereno das flores e suas almas perfumadas.
A alegria flanava livre.
Eu a sonhar!
A presentir o amor,
A encontrar...
Véus de brilhos luminosos,
A construir fantasias encantadas.

Em algum momento me encontrei...
Ferida! Rejeitada!
A perceber as sombras degustando minhas dores.
A tristeza me precipitava em lágrimas.
Labaredas negras me consumiam...
Eu prostrada!

Em algum momento me encontrei...
Tecendo forças...
Lancei os véus às labaredas,
Extingui as labaredas com minhas lágrimas,
Sorri serenamente e encontrei meu próprio aroma.
Amor por mim!
Eu a amar!

Em algum momento me encontrei,
Melhor do que antes e grata.
Sempre a despertar!

29 December 2009

SUGAR...


Em 2009 isto não ficou bem esclarecido.
Portanto, vamos lá:OFERECIDA É DIFERENTE DE SER FÁCIL.
Assim sendo:

Quando encontrar um homem com quem possa passar uma manhã de domingo a ler jornais numa qualquer esplanada de Lisboa.
Quando encontrar um homem com quem possa almoçar a ver o rio e ficar a beber e a conversar toda a tarde.
Quando encontrar um homem que não dê erros ortográficos e que me saiba ler.
Quando encontrar um homem com quem os silêncios sejam tão confortáveis como as gargalhadas.
Quando encontrar um homem que me faça comida de madrugada.
Quando encontrar um homem com quem consiga dormir uma noite inteira aninhada ou a cama quase toda para mim.
Quando encontrar um homem que me ajeite o lençol de manhã e me deixe dormir.
Quando encontrar um homem que me cheire a prazer.
Quando encontrar um homem que seja tão bruto quanto doce.
Quando encontrar um homem que me ature mimada.
...
Se esse homem existir, eu ofereço-me.

28 December 2009

O MEU NATAL - O RESCALDO


Nos tempos que correm, é preciso ter cuidado com quem nos bate à porta.
A casa estava enfeitada, a Ceia na mesa e tínhamos voltado da Missa do Galo.
Estávamos à espera do velhote gordo, mas quando ele chegou, com aquelas longas barbas e sem outra identificação que não fosse a fatiota, achei por bem verificar se era ele mesmo.
Apresentou-me o convite acima, que tinha sido enviado pela PresidentA. Menos mal. Melhores credenciais não poderia ter.
Logo a seguir começou a tirar os presentes do saco e o primeiro a sair foi este. Para mim. Para a Princesa de Nova Iorque.



A coisa estava a correr bem. Os presentes continuaram a sair a bom ritmo, para os restantes membros da família, quando me calhou a mim o próximo: o meu alter-ego.




Um isqueiro e uma cigarreira da Betty Boop. De facto a coisa não podia estar a correr melhor.
Foi aí que o Pai Natal se queixou de cansaço, pediu para se sentar, uma fatiazinha de bolo-rei e um copinho de Favaios.
Com medo que o senhor despencasse ali mesmo, claro que lhe demos o pedido e mais tudo o que achámos que podia saber-lhe bem.
Já com o estômago mais aconchegado, eis que recomeça a saída das prendas do grande saco. Sai um envelope, que me estende.
Abri-o, pensando que alguém sem imaginação tinha decidido dar-me um dinheirinho, quando me sai isto lá de dentro:


Fiquei a olhar sem perceber bem o que era e quando finalmente se fez luz, tratei de lhe dizer que era engano, que não era para mim, que eu não tinha nada a ver com aquilo.
E ele insistia que não, que não havia engano nenhum, que era mesmo para mim.
- Está bem, então leve de volta. Devolva.
O pobre do velhote ficou a olhar para mim sem saber que dizer. Acho que nunca lhe tinham devolvido um presente.
Pois é. Azar o dele.
Alguém me diz o que vou fazer, eu, uma rapariga linda e loira, com idade para ter um monte de filhos, com um neto? Ainda por cima em Nova Iorque?
Bom, já que não posso devolver, é bom que se preparem porque a partir de agora vou passar a vida na ponte aérea Lisboa/Nova Iorque/Lisboa e a passear na 5ª Avenida a fazer as comprinhas do herdeiro/a.
Não há dúvida que Deus escreve direito por linhas tortas.
Mas a criança que se prepare: Ai dele ou dela que me chame avó!
E quanto ao Pai Natal, para o ano é revistado.

PS: Agradeço que quem ficou com o Chaumet que pedi, o devolva...

26 December 2009

12 Days after Christmas


12 days of Christmas são as festividades que começam depois do Dia de Natal. Começam na tarde do dia 26 de Dezembro e continuam até a Epifania, que é a 6 de Janeiro. A Tartaruga marítima Doves, Galinhas Francesas, Chamando Pássaros e Anéis de Ouro são alguns símbolos tradicionais de 12 days of Christmas.

Origem do festival
O 12 days of Christmas é um velho festival que imerge na tradição. As igrejas diferentes e as seitas da cristandade modificaram as tradições ao longo dos séculos. O 12 days of Christmas fala das festas contínuas e grande alegria na Idade Média. As crianças nas famílias Católicas tinham de aprender de cor o cânone da sua fé, contida na canção 12 days of Christmas. Este era o costume, já que escrito em qualquer documento podia causar problemas. As palavras eram todas simbólicas e o "amor verdadeiro" aqui mencionado refere-se a Deus tal como "mim" se refere a uma pessoa baptizada. Os outros seres vivos mencionados na canção, por exemplo, galinha, gansos ou cisnes são também simbólicos.
Durante estes 12 dias as regras sociais de Natal foram notavelmente afrouxados e era comum ver homens vestidos como mulheres e vice-versa. Os empregados da família eram melhor tratados pelos patrões.
A adaptação americana
Os colonos americanos transportaram a sua versão das festividades, de Inglaterra para os Estados Unidos e acrescentaram-lhes variações ao longo dos anos. A grinalda de Natal, por exemplo, acredita-se que tenha sido uma das muitas adaptações desses colonos da tradição original.

Celebrações modernas

Na actualidade, nos Estados Unidos, alguns celebram o festival dando presentes cada um dos 12 dias e festejando e celebrando até a Epifania. Alguns Americanos também acendem velas em cada um desses 12 dias. No Reino Unido, o festival é celebrado de forma muito tradicional, comendo o célebre Plum Pudding e ganso assado.
O Boxing Day, celebrado como parte das festividades, é feriado nacional em vários Países da Commonwealth.

The Song
A canção 12 days of Christmas é uma canção de versos combinados. Ao longo dos anos cada verso foi tendo acrescentos ou um novo verso surgiu baseado no anterior.
É uma canção típica do Natal inglês e fala dos presentes que vão sendo dados todos os dias.

O 1º verso diz:

On the first day of Christmas my true love gave to me
a partridge in a pear tree: uma perdiz numa pereira - (Jesus Cristo)

O 2º verso :

On the second day of Christmas my true love gave to me
Two turtle doves: Duas tartaruga marítimas (o Velho e o Novo Testamento)
and a partridge in a pear tree

O 3º verso começa a mostra algumas variantes métricas:

On the third day of Christmas my true love gave to me
Three French hensas: três galinholas (Três virtudes teológicas - Fé, Esperança e Caridade)
two turtle doves
and a partridge in a pear tree

Four Calling Birds (quatro pássaros a cantar): os quatro Evangelhos

Five Gold Rings (cinco anéis de ouro): os primeiros cinco livros do Velho Testamento

Six Geese A-laying (seis gansas poedeiras): os seis dias da Criação

Seven Swans A-swimming (sete cisnes a nadar): os sete dons do Espírito Santo

Eight Maids A-milking (oito donzelas a ordenhar): as oito Bem Aventuranças

Nine Ladies Dancing (nove damas a dançar): os nove frutos do Espírito Santo

Ten Lords A-leaping (dez cavalheiros a saltar): os dez Mandamentos

Eleven Pipers Piping (onze flautistas a tocar): os onze apóstolos fiéis, excluindo Judas Iscariotes

Twelve Drummers Drumming (doze tambores a rufar): os doze pontos do Credo


On the twelfth day of Christmas my true love gave to me
Twelve drummers drumming
eleven pipers piping
ten lords a' leaping
nine ladies dancing
eight maids a' milking
seven swans a' swimming
six geese a' laying
five golden rings
four calling birds
three French hens
two turtle doves
and a partridge in a pear tree

Há uma outra versão: PARTRIDGE IN A PEAR TREE

TWO TURTLE DOVES
THREE FRENCH HENS
FOUR CALLING BIRDS
FIVE GOLDEN RINGS
SIX GEESE A-LAYING
SEVEN SWANS A-SWIMMING
EIGHT MAIDS A-MILKING
NINE DRUMMERS DRUMMING
TEN PIPERS PIPING
ELEVEN LADIES DANCING
TWELVE LORDS A-LEAPING

Nota: As ilustrações mostram como se pode fazer algo a sério e a brincar. A de cima é uma colecção que me foi oferecida em Nova Iorque e a de baixo é uma "graxinha".
Enjoy!

12 days

25 December 2009

....



Para todos os que passarem por aqui, um Feliz Natal, com Paz, Alegria e Amor!

24 December 2009

(43) NÃO RESISTI

23 December 2009

A ÚLTIMA ÁRVORE DE NATAL

Glitter Graphics


Quando os meus filhos eram pequeninos costumava contar-lhes algumas histórias antigas que já me tinham sido contadas pela minha avó mas esta aprendi-a no Brasil com uma empregada que a cantava ao meu filho mais novo.
É das que mais gosto embora por ser em verso me desse um trabalhão. Mas nunca a esqueci

Um antigo conto de Natal
Eu vi um camião cheio de árvores de Natal
E cada uma tinha uma história para contar.
O motorista colocou-as numa fileira
Esperando que as pessoas as viessem comprar.
Ele pendurou umas luzinhas brilhantes
E uma placa em que se podia ler
"ÁRVORES DE NATAL"
e em vermelho escrevia
"ÁRVORES DE NATAL PARA VENDER"
Serviu-se de chocolate quente
Numa garrafa térmica fumegante,
Assim que começou a nevar
Enquanto uma família estacionava esfuziante,
Uma mãe, um pai e um menino
Pararam o carro e rapidinho
Vieram, caminhando, e começaram a procurar
A perfeita árvore para decorar.
O garotinho ia à frente,
com seu olhar reluzente, a exclamar:
"Elas têm cheiro de Natal, mamã!
Sinto o cheiro de Natal em todo o lugar."
"Vamos comprar uma árvore de quilômetros de altura!
A maior que pudermos encontrar!
Uma árvore que encoste no tecto!
Uma que nem se possa carregar!"
"Uma árvore tão grande
Que até mesmo o Pai Natal, quando olhar,
Se vai admirar:
“Esta é a árvore mais bela
Que já vi neste Natal!”.
Para achar o pinheirinho perfeito
Procuraram com muita prontidão
Aqui e ali, e até mais de uma vez,
O Pai examinou e balançou mais de seis!
"Mamã, mamã, encontrei, encontrei!
O pinheirinho que mais gostei!
Tem um galhinho quebrado
Mas que pode ficar disfarçado.
"Do anjinho da vovó tiraremos o pó
E lá no alto esperando
Ficará nos guardando.
Podemos comprá-la? Por favor, por favor!
Pediu com fervor."
"Que tal tomarmos chocolate quente?"
Perguntou o vendedor indulgente,
Enquanto abria a garrafa para aquela gente.
"Isto sim vai aquecer o ambiente!"
Em três pequenos copos de papel
Ele serviu o chocolate espumante,
Enquanto brindavam, esperançosos,
Por mais um Natal esfuziante.
"Você escolheu certinho", disse ele,
"Este é realmente o melhor dos pinheirinhos".
Mas o garotinho estava aflito,
Pois o preço, para o pai, era muito elevado “Feliz Natal", disse o homem,
Amarrando o pinheirinho com um cordão.
"A árvore é sua com uma condição:
Manter uma promessa de Natal."
"Na noite de Natal,
Quando for deitar e rezar,
Prometa no seu coraçãozinho guardar
O encanto do Dia de Natal!"
"Agora corra para casa!
Pois este vento gelado
Suas bochechas têm queimado.
E peça ao papai para com todo cuidado
Enfeitá-la com os ornamentos comprados.
E que, no fim da empreitada,
Mate-lhe a sede, coitada!"
E assim foi com o vento zunindo
Durante a noite gelada
Tendo o homem dado árvore,
Após árvore,
Após árvore...
Para cada pessoa que apareceu,
Brindou com o chocolate espumante
Nos pequenos copos, tão quentes,
Para manter aconchegante o ambiente.
Quem jurou manter a promessa
De guardar no coração o encanto do Natal,
Saiu na noite contente
Cantando canções alegremente.
E quando tudo acabou
Só uma árvore restou:
Mas ninguém estava lá
Para esta árvore adoptar.
O homem que vendia árvores, então,
Vestiu seu grosso casacão
E partiu para a floresta
Com a última árvore da festa.
Ele deixou o pinheirinho
Perto de um pequeno riachinho,
Para que as criaturas, sem pousada,
Pudessem fazer dela sua morada.
Ele sorria enquanto tirava os flocos de neve
Que na sua barba encontrava.
Foi aí que de trás de um arbusto
Uma rena quase lhe pregou um susto.
Olhou para ela e sorriu.
Fazendo um carinho na grande criatura,
Pensou com brandura:
"Parece que o Natal chegou novamente!."
"Ainda temos muito chão,
E muitas coisas por fazer!
Vamos para casa, amigo, trabalhar
Neste Natal que vai começar.
Ele olhou para o céu,
Ouviu os sinos a tocar,
E, num pestanejar...
O vendedor desapareceu e transformou-se em
Pai Natal!!

22 December 2009

CHRISTMAS CARD FROM A HOOKER IN MINNEAPOLIS





A tradição de enviar cartões de Natal começou em 1843 – na mesma altura em que o primeiro selo de Natal foi publicado. O primeiro cartão de Natal foi produzido em Inglaterra, e a idéia foi bem recebida e no ano seguinte, mais de 25,000 cartões de Natal foram vendidos. Contudo, o primeiro cartão de Natal provocou uma enorme controvérsia em certos círculos em Inglaterra, porque o criador do cartão pintou um grupo de pessos com ar austero, de óculos, emocionados fazendo o célebre brinde “Merry Christmas”. A mistura do álcool com o Natal sagrado num quadro não agradou os cidadãos ingleses de então.
Durante mais de trinta anos, os Americanos tiveram de importar cartões de Boas-Festas de Inglaterra até que em 1875, um imigrante alemão nos Estados Unidos abriu uma loja litográfica com 250 dólares, e publicou a primeira linha de cartões de Natal nos Estados Unidos. As suas criações iniciais apresentaram pássaros e flores, sem relação com o Natal.Antes de 1881, Bombardeie produzia mais de 5 milhões de cartões de Natal por ano.
Hoje, os cartões de Natal existem em todas as formas e tamanhos - de pequeno e simples a grande e colorido. O grande produtor americano de cartões de Natal, Hallmark, emprega um exército inteiro de desenhistas de cartões de Natal que produzem novos cartões todos os anos. Os cartões mais populares são os velhos e nostálgicos com trenós e duendes, e um Pai Natal grande, bochechudo com um casaco vermelho e branco.
Desde que a Internet se tornou um meio ao alcance de quse todos, em meados dos anos 90, enviar cartões de Natal eletrônicos tornou-se uma tendência, embora pessoalmente, não goste nem um bocadinho.
Continuo a escrever os meus à mão e a enviá-los pelo correio. Só quando desconheço o endereço recorro à net.
O que não sabia era da existência de uma canção de natal,de 78 do Tom Waitts «Christmas card from a hooker in minneapolis».
Não é a história mais típica de Natal, mas é uma daquelas situações marginais inventadas por Waits, que nos faz lembrar que há pessoas diferentes em todos os Natais - mas que termina com uma vaga esperança ("i'll be eligible for parole come valentines day").
Quem ma deu a conhecer foi o vizinho das Fábulas Incompletas, que, desde que aqui o apresentei, e quem já o leu, sabe que as suas escolhas não são evidentes, emboras de um enorme bom gosto.
Aqui vos deixo a letra e o vídeo, porque afinal, estas situações existem!
Mesmo no Natal.

hey charley i'm pregnant
and living on 9th street
right above a dirty bookstore
off euclid avenue
and i stopped taking dope
and i quit drinking whiskey
and my old man plays the trombone
and works out at the track.

and he says that he loves me
even though its not his baby
and he says that he'll raise him up
like he would his own son
and he gave me a ring
that was worn by his mother
and he takes me out dancin
every saturday night.

and hey charley i think about you
everytime i pass a fillin' station
on account of all the grease
you used to wear in your hair
and i still have that record
of little anthony & the imperials
but someone stole my record player
how do you like that?

hey charley i almost went crazy
after mario got busted
so i went back to omaha to
live with my folks
but everyone i used to know
was either dead or in prison
so i came back to minneapolis
this time i think i'm gonna stay.

hey charley i think i'm happy
for the first time since my accident
and i wish i had all the money
that we used to spend on dope
i'd buy me a used car lot
and i wouldn't sell any of em
i'd just drive a different car
every day dependin on how i feel.

hey charley for chrissakes
if you want to know the truth of it
i don't have a husband
he don't play the trombone
and i need to borrow money
to pay this lawyer and charley, hey
i'll be eligible for parole
come valentines day.

21 December 2009

COMEÇOU OFICIALMENTE O INVERNO

Há milhares de anos que a humanidade festeja o nascimento do sol como sendo o acontecimento mais importante da Terra. O chamado Solstício de Inverno acontece anualmente no período que varia de 17 a 25 de dezembro, dependendo do ciclo solar de cada ano.Este ano , a comemoração desse data é a 21 de Dezembro. Muitas adaptaçoes e má interpretações históricas foram realizadas pela nossa civilizaçao, com base nessa data tão importante.A comemoraçao do solstício de inverno foi totalmente modificada e readaptada pelo Império Romano e as geraçoes subsequentes e esse Império. Foi em Roma que o solstício passou a ser conhecido como sendo a data fixa do nascimento do Salvador da Humanidade, do filho de Deus e nao mais do Sol, filho da Luz.

Foi no ano de 336 de nossa era, que o Imperador Romano Constantino I, aproveitando os festejos do solstício da luz, anunciou aos povos do Império a nova religião de Roma e contou a historia de seu Salvador. Essa religião tomou como base para sua formaçao, muitas das valiosas e preciosas informaçoes mais antigas. O nascimento do filho humano de Deus na Terra na mesma data do nascimento do sol, foi uma dessas adaptaçoes feitas para a nossa era. Roma simplemente usou uma data que já existia como festejo tradicional dos povos e criou um novo motivo para as pessoas de todas as religiões continuarem a comemorar.

Desde que Roma modificou os motivos dos festejos, o solstício perdeu o seu significado real e com o tempo, este festejo passou a ser comemorado como o "Nascimento do filho de Deus", essa data que hoje conhecemos como Natal.

É o historiador romano Plínio quem melhor nos relata detalhadamente as cerimónias solenes dos druídas no sul da Inglaterra e da Gália quando apanhavam o visco, planta rara sem raízes na terra, de suposta origem divina ou criada pelos relâmpagos. O visco dos carvalhos era considerado especialmente forte em virtudes mágicas, pela sua raridade e porque se acreditava que mantinha a força da folhagem perene da árvore. Segundo Plínio, no Solstício de Inverno os druídas faziam uma procissão à floresta até encontrarem a planta sagrada e o sumo-sacerdote, todo vestido de branco, subia à árvore e cortava a planta com uma faca ou foice de ouro. O visco não podia tocar no chão e era aparado para um pano de linho branco.
Então os druídas levavam-no para o templo, depositando-o na pedra do altar durante três dias. Na madrugada do quarto dia, mais ou menos correspondente ao nosso dia de Natal, o visco era retirado do altar, cortado em pedaços e distribuído pelos crentes. As bagas eram guardadas pelos sacerdotes a fim de serem usadas para tratar diversas doenças.

Os druídas não eram os únicos a considerar o visco uma planta medicinal sagrada. Durante a Idade Média as populações rurais acreditavam que o visco só podia ser colhido em certas datas e de maneira especial para que o seu poder curativo e protector fosse assegurado: tinha de ser sacudido e deitado abaixo da árvore, sem tocar no chão, o sol tinha de estar em Sagitário (no mês anterior ao Solstício de Inverno) e a lua tinha de estar cheia.

Era considerado como uma panaceia universal e usado para todos os males, desde as simples dores de cabeça até à epilepsia, e a realidade é que as pesquisas modernas revelam que o princípio activo do visco é eficaz no tratamento das doenças nervosas e da tensão arterial elevada. No entanto, é interessante notar que a maior parte das suas bagas são venenosas e recordar a história que se criou para explicar esse facto: há uma lenda que diz que o visco era uma árvore como as outras todas, mas que a sua madeira serviu para fazer a cruz em que Jesus foi executado; a partir daí o visco foi banido da Terra, deixando de ter raiz, passou a ser parasita de outras árvores para sobreviver e o seu fruto tornou-se venenoso.
O visco não era utilizado só para tratar as doenças, também era usado para afastar a feitiçaria ou a má vontade das fadas e como antídoto contra todas as influências malignas: se fosse pendurado à volta da casa, esta ficaria protegida contra o fogo e outros acidentes; como se acreditava que o visco era produzido pelos raios, teria a virtude mágica de proteger as casas das trovoadas. No norte da Inglaterra era hábito os lavradores darem visco à primeira vaca que desse à luz a seguir ao dia de ano novo porque acreditavam que deste modo ficaria assegurada a saúde do gado e teriam uma boa produção de leite durante o ano. Na Suécia penduravam um ramo desta planta no tecto da sala de estar ou nos estábulos por acreditarem que assim neutralizariam o mau olhado dos trolls.
Tendo sido sempre associado a mitos, magia e folclore que remontam ao nosso passado pagão não é de surpreender que hoje em dia o clima de intolerância por parte dos fundamentalistas cristãos tenha levado a proibi-lo em muitas igrejas. No entanto estas memórias fazem parte das nossas raízes. Há quantos milénios os nossos antepassados decoram as suas casas com ramos de azevinho, hera, pinheiro e visco?


O visco é muito utilizado nas decorações de Natal na Europa e nos Estados Unidos e o casal que passar debaixo do ramo de visco deve beijar-se. A origem desta tradição remonta aos tempos antigos em que quando numa floresta se encontravam inimigos debaixo de alguma árvore com visco, as armas deviam ser pousadas e havia tréguas até ao dia seguinte.


19 December 2009

(42) NÃO RESISTI


18 December 2009

PARA QUE SERVE UM AMIGO...

Glitter Graphics



Pra tanta coisa... Não é?
Para Instalar o XP no computador e não cobrar nada, mesmo perdendo horas e horas a fio!
Para emprestar o carro e recebê-lo de volta com multa.
Pra rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um cd, dar carona para festa, caminhar no shopping, segurar barra.
Todas as alternativas estão correctas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.
A amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu.
Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises e choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.
Um amigo não empresta apenas a prancha.
Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.
Um amigo não recomenda apenas um CD.
Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.
Um amigo não dá carona apenas para festa.Te leva para o mundo dele e topa conhecer o teu.
Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.
Um amigo não caminha apenas no shopping.
Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado. Segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.
Duas dúzias de amigos assim talvez ninguém tenha.
Se tiver um, amém!

Nota: recebido por mail, mas tão a propósito...!

17 December 2009

(2) SÍMBOLOS DE NATAL


sinos

Os antigos tinham a crença de que o barulho de campaínhas e sinos afastava os maus espíritos.

Em países de tradição budista como o Tibet e o Nepal, as campainhas representam acordes de harmonização do ritmo humano com o ritmo do universo. Quando os sinos tocam, os espíritos voltam ao centro harmônico superior.

Parte deste ritual manteve-se, no entanto o sentido com que os sinos tocam no Natal é diferente. O seu toque no Natal simboliza alegria e júbilo pelo nascimento de Jesus Cristo e todos os cristãos louvam o Menino.

As badaladas dos sinos de Natal representam a mensagem "Nasceu Jesus!".

Além disso, acredita-se que o som dos sinos possa afastar tudo de ruim e trazer boa sorte.

So, Jingle Bells, Jingle Bells,
Jingle all the way...

ioio



16 December 2009

I'LL BE HOME FOR CHRISTMAS


No Natal, as canções de Natal ajudam a aproximar as pessoas. Embora possam ser cantadas ao longo do ano por alguma razão têm outro significado nesta altura. Chegou-me aos ouvidos que a canção de Natal que ela prefere é Driving Home For Christmas.
Como é uma vizinha muito querida, pus-me a pensar:
E será que ela sabe a história dessa canção?
Na dúvida, fui à procura e aqui fica.
I'll be home for Christmas apareceu em 1943 e nesse Natal foi a canção mais cantada.
James 'Kim Gannon' ficou ligado a I'll be home for Christmas porque foi ele que escreveu a letra. Mas se consultarmos os registos da The Library of 'Patriotic Melodies' ficamos a saber que só foi cantada por Bing Crosby com a John Scott Trotter Orchestra para a marca de discos Decca no dia 4 de Outubro.
Durante um mês esta canção bate todos os recordes e permanece em nos Tops em 3º lugar durante um período consecutivo de 11 semanas, e depois daquelas onze semanas embora baixasse do número três para o númerar 19, a sua popularidade nunca enfrentou um declínio. Esta canção ajudou Crosby a ganhar o seu quinto Disco de Ouro.
De acordo com Reader's Digest Merry Christmas Songbook de 1981, a razão do sucesso desta canção foi o facto de ter tocado os corações de muitos americanos, especialmente aqueles que estando a combater no teatro de guerra da Segunda Guerra Mundial estariam longe dos amigos e da família durante o Natal. Crosby foi convidado inúmeras vezes para cantar esta canção no Natal, em demonstrações U.S.O que se realizaram na Europa e no Oceano Pacífico.
Depois disto, outros artistas gravaram a canção.
Só para citar alguns houve Perry Como em 1946 e Frank Sinatra que gravou esta canção em 1957.
Em Decembro de 1965, quando os astronautas Frank Borman e James Lovell estavam de regreso à terra depois de terem batido o record de permanência no espaço no programa Espacial Gemini 7, pediram que lhes pusessem esta música a tocar.
Parece que embora com outra letra, Chris Rea se terá inspirado nesta canção para escrever a dele.
Agora quando a ouvirem, já sabem a razão do título: I'll be home for Christmas!
A letra aqui está:

I'll be home for Christmas;
You can count on me.
Please have snow and mistletoe
And presents on the tree.

Christmas Eve will find me
Where the love-light gleams.
I'll be home for Christmas
If only in my dreams.

Carol of the Bells
Hark! How the bells
Sweet silver bells
All seem to say,

"Throw cares away."
Christmas is here
Bringing good cheer
To young and old
Meek and the bold

Ding, dong, ding, dong
That is their song
With joyful ring
All caroling
One seems to hear
Words of good cheer
From ev'rywhere
Filling the air

Oh how they pound,
Raising the sound,
O'er hill and dale,
Telling their tale,
Gaily they ring
While people sing
Songs of good cheer
Christmas is here
Merry, merry, merry, merry Christmas
Merry, merry, merry, merry Christmas

On, on they send
On without end
Their joyful tone
To ev'ry home
(repeat from the beginning)

Ding, dong, ding, dong.


merry christmas

15 December 2009

DESATINO


Há palavras que têm sabor, palavras que se deixam degustar enquanto as sentimos rolar por sobre a língua antes de abrirmos ao de leve os lábios para as deixarmos sair… Enquanto existem em mim sabem a sonhos… a esperança… quando mas calas com um beijo e fogem para a tua boca sabem-me a amor e a paixão… quando mais tarde as exalas inesperadamente sabem-me a destino… quando mas sussurras ao ouvido… quando mas gravas com os dedos sobre a pele… quando mergulho os meus olhos nos teus e as vejo navegar a tua alma… quando vislumbro uma sílaba perdida no canto da tua boca e provo uma letra apressada no gosto do teu sorriso…

Há palavras que têm cheiro… a mil passeios de mãos dadas… a parque… a praia… que soam como música perdida nas estrofes de vento que refrescam o verão… que uivam na tempestade para que as lembremos para sempre… que cantam para nós de manhã para que o nosso despertar seja suave e melodioso… que nos imprimem vida, movimento… ritmo…

Há palavras que nascem bem dentro de nós e que ficam lá mesmo depois de as gritarmos ao vento e de as levarmos pela mão a conhecer o mundo de outra pessoa… palavras que embalamos sem mesmo nos darmos conta e das quais nos alimentamos com cada vez mais avidez…

São palavras que um dia nos batem à porta de mansinho e nos pedem para entrar… e não encontramos forças para as mandar embora… e deixamos que fiquem e que, aos poucos, vão tomando conta de nós… exigindo ser o nosso centro… o âmago de tudo… E, quando enfim, derrubadas todas as barreiras, nos preenchem, querem mais… querem ser partilhadas… porque são especiais… porque querem colorir os dias daqueles que amamos e unir-nos ainda mais… sem pressas… porque têm todo o tempo do mundo para nos fazer felizes…



14 December 2009

BRIC -A- BRAC DE NATAL


Tenho umas coisinhas para pôr em ordem e antes que se entre na semana do Natal e não tenha tempo, resolvi fazê-lo hoje.
A Filoxera passou-me este Desafio. Não é fácil responder-lhe porque já respondi a muitos semelhantes. Vou então fazer-lhe uma adaptação.
5 Manias, mas adaptadas à época.

1- Na Noite e Dia de Natal tenho sempre música de Natal a tocar em casa.

2- Só ponho o Menino Jesus no Presépio, à meia-noite, como manda a tradição.

3- Passo sempre o Natal com um vestido vermelho de festa e o Ano Novo (Réveillon), seja onde for e em qualquer estação do ano, vestida de branco.

4- Tenho a mania das velas. É mais que mania. É um gosto muito grande. Daí que, se durante o ano, tenho sempre velas acesas, no Natal é a verdadeira desbunda. Até já ia tendo um incêndio em casa, por causa disso.

5- Continuo a enviar cartões de Boas-Festas às pessoas mais chegadas, escolhidos de acordo com o destinatário e escritos à mão. Independente de alguns que mando por mail.

As regras, para quem as queira seguir, são as seguintes:
"Cada bloguista participante tem de enunciar 5 manias suas, hábitos muito pessoais que os diferenciem do comum dos mortais. E além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher 5 outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do recrutamento. Cada participante deve reproduzir este regulamento no seu blogue."

E a valsa segue para:
a Si

o CBO
a Sunshine
a Ematejoca
a Sónia Schmorantz

Recebi da Tité estes 3 mimos que partilho com quem aqui passar. Se quiserem colocar o que está abaixo, e que é para os Blogueiros Unidos, têm que ir aqui buscar o código, senão é impossível colocá-lo.







mexe

13 December 2009

(25) PORQUE É FIM-DE-SEMANA




Fabuloso! Vale bem os 6 minutos!

12 December 2009

( 41) NÃO RESISTI


11 December 2009

(2) MEMÓRIAS DE INFÂNCIA - UM NATAL


Eu não tenho terra. Nunca tive. Nascida e criada em Lisboa, sou aquilo que se chama uma "alfacinha de gema", embora não tenha nem um grande amor pela cidade nem nunca lhe tenha descoberto a tal luz especial que tantos falam. Reconheço que deve ser um deficiência minha, mas é assim, os seus amantes que me perdoem. Há zonas de que gosto mais do que outras, mas amá-la, não amo.
Pequenina, no colégio, sofria daquilo que considerava um enorme defeito, que era não ter "terra". Sobretudo na época das férias grandes ou no Natal e Páscoa, quando as minhas amiguinhas iam todas para a terra e eu não.
Assim, porque mesmo pequenina já era muito voluntariosa, cheguei um dia a casa e disse ao meu Pai:
- Papá, eu quero uma terra. Tem que me comprar uma terra!
Ele olhou-me com olhos atentos como sempre fazia quando eu falava com ele e disse-me que eu já tinha muitas terras. Que agora ainda não eram minhas, mas que um dia seriam.
- Não, eu quero uma terra agora.
E expliquei-lhe o meu problema.
Mais aliviado, ele disse-me que se o problema era esse, então podia escolher entre a terra da minha mãe, no Alentejo, ou a dele, perto de Óbidos.
Resolvi ficar com ambas. Naquela altura, sentia mais a dele como minha, por ser lá que a minha avó tinha a quinta e lá passar toda a família, o Natal.
Só muito mais tarde vim a descobrir o encanto do Alentejo e por ele me apaixonei, dizendo hoje a todos que sou alentejana.
Assim, no último dia de aulas, com um ar blasé enquanto guardava as coisas na minha minúscula pasta, deixei cair:
- Tenho que me despachar para ir fazer as malas. Logo à noite, vamos para a terra.
Ninguém me ouviu mas eu senti que algo na minha vida tinha mudado.
A casa da quinta era enorme, e disso já aqui falei o ano passado, e embora fosse na enorme sala que todos se reuniam e conversavam junto à lareira ou com os pés metidos debaixo de camilhas, em pequenas mesas redondas com braseiras, era a cozinha que me fascinava e era nela que passava parte do dia e um pouco da noite, nas vésperas de Natal.
Havia o grande fogão de ferro, com muitas bocas e outras tantas portinhas, uma de cada tamanho, onde as criadas ( que me perdoem as auxiliares domésticas) iam metendo madeira para manterem o fogo sempre aceso.
Havia uma enorme mesa com tampo de mármore onde se alinhavam os alguidares que tinham, todos um destino: o das batatas, o das couves, o das filhoses que depois era embrulhado em cobertores e posto junto ao fogão para levedarem, e um espaço destinado a bater a massa do pão e dos bolos que depois seriam cozidos no forno de lenha.
Aquela azáfama tinha uma magia que me atraía como as lâmpadas atraiem os insectos. Toda aquela gente trabalhava como uma orquestra bem ensaiada, debaixo da batuta da minha avó.
Esta minha avó não era a minha preferida. Tinha até um pouco de medo dela. Era austera demais e isso brigava com o espírito livre e desalinhado que sempre tive.
Sendo viúva, era ela que se sentava na cabeceira da enorme mesa ficando à sua frente o filho mais velho, o outro a seguir do seu lado direito e assim sucessivamente, com os filhos de um lado, as noras de outro e os netos e a neta ( eu era a única menina), intermeados no meio de toda aquela gente. Em noites de Natal, à Ceia, éramos mais de 25 à mesa.
Depois de ela fazer a oração habitual, podíamos então iniciar a refeição.
Naquela altura, mandava a tradição que depois de virmos da Missa do Galo rezada na capela da quinta, todas as crianças punham o sapatinho na chaminé, já que os presentes só eram abertos na manhã seguinte.
Nunca percebi porque razão os adultos também tinham presentes, se nunca lá vi os sapatos deles, mas isso é outra história.
Todos os Natais era a mesma coisa: depois da Missa e da Ceia, as crianças iam para a cama, o meu pai e os meus tios ficavam a conversar na sala e as mulheres iam para a cozinha, o que aliás muito irritava a minha avó.
Naquele Natal, devia ter os meus 5 anos, resolvi sair da cama e ir espreitar a chaminé para ver se já lá estavam os presentes.
Escondida atrás do reposteiro que tapava a porta da cozinha, preparava-me para espreitar quando ouvi esta frase, dita pela Ermelinda, a mais velha cozinheira da minha avó:
- Bom, vamos lá então tirar os tomates ao perú!
- Ó Ermelinda, tenha modos - ouvi a voz severa da minha avó.
Fiquei imóvel e estarrecida. Então o perú tinha tomates? E iam tirar-lhos? E comiam-se?
Dei meia volta sem seque me lembrar dos presentes e fui enfiar-me debaixo dos cobertores, na minha cama, com aquela dos tomates na cabeça.
No dia seguinte, mal o sol raiou, eu e os meus primos, todos em pijama, corremos para a cozinha, onde, como sempre, os presentes nos esperavam.
Foi a confusão do costume, à qual se seguiu um lauto pequeno-almoço com todos os doces tradicionais de Natal mais os típicos da zona e depois fomos todos arranjar-nos para a Missa do meio-dia, essa na capela da aldeia.
Quando chegou a hora do almoço, todos sentados nos seus respectivos lugares, eis que entra com pompa e circunstância o enorme perú, todo enfeitado.
Era assim todos os anos.
Depois da avó dizer a oração, o filho mais velho trinchava o perú como um ritual.
Mas aquele almoço ia ser diferente.
De repente, e antes que o meu Pai começasse a trinchar o bicho, eu cortei com os rituais e as regras todas e tornei aquele Natal tão inesquecível que ainda hoje oiço uma certa pergunta, nos almoços de Natal, hoje infelizmente já com quase ninguém desse tempo presente, excepto os meus primos e os meus pais.
Levantei-me e pus-me de joelhos em cima da cadeira para ficar maior e alto e bom som disse:
- Eu quero os tomates do perú!
Fez-se um silêncio total por uns segundos, após o que, todos tentavam controlar o riso, excepto a minha avó, que mantendo o seu ar de sempre ( embora, acho eu, tivésse ficado com o carrapito um bocado de lado, mas se calhar foi impressão minha...) me disse:
- A menina sente-se e não diga disparates.
Depois do almoço tentei que alguém me explicasse o que era isso dos tomates e porquê que não mos tinham dado, mas o mais que consegui foi que a Ermelinda me respondesse com ar jocoso:
- Ó menina, isso o melhor é perguntar às peruas!

O facto é, que ainda hoje, à chegada do perú à mesa, me perguntam: então e continua a querer os tomates?
Só que agora essa pergunta provoca em mim um sorriso nostágico, até uma lágrima ao canto do olho, pelos Natais maravilhosos da minha infância que se foram para sempre.

Nota: este texto foi escrito para ser publicado aqui e participar num concurso de textos com Memórias de Natal. Aqui fica a minha contribuição.

10 December 2009

MY CHRISTMAS SPIRIT





Your Christmas Sprit Level: 75%



Your Christmas spirit is almost as big as Christmas itself. Christmas is definitely your thing.

You celebrate Christmas with enthusiasm. You love every minute of the holidays.



Your Christmas spirit is inspiring to everyone who runs into you during the holidays.

You make everyone's day just a little bit brighter. And that's what the holidays are all about!



Há os que afirmam que odeiam este época e os que dizem adorá-la. Porque não fazer um Quizz e descobrir exactamente qual o lado para que cai?

8 December 2009

A TRADIÇÃO AINDA É O QUE ERA

Maternal Kiss by Mary Cassat 1897 Philadelphia Museum of Art


Embora a maior parte das pessoas nem se lembre porquê que hoje é feriado, o facto é que se celebra hoje o dia de Nossa Senhora da Conceição. No meu tempo ( ai, como odeio esta frase...) de criança e adolescente, era também o Dia da Mãe. E assim continuou até hoje, embora em Maio a minha mãe sempre ganhe uma flor ou um livro, que são as suas prendas preferidas.
Mas o 8 de Dezembro era um dia mágico. Comíamos pouco em casa, porque naquela altura tinha que se estar 3 horas em jejum para se poder comungar, vestíamo-nos a preceito e rumávamos à Baixa.
Lembro-me de alguns dos vestidos que vestia nesse dia: uns eram de bordado inglês com uma fita de veludo na cintura e outros tinham favos. A minha mãe sempre gostou de favos nos vestidos e passou-me esse gosto. Quando chegou a altura de fazer o meu vestido de debutante, aquilo com que mais me preocupei, além do tecido que já se sabia ter que ser branco e do feitio, linha princesa, o que eu não me cansava de dizer era que tinha que ter favos.
Enfim, dizia eu que rumávamos à Baixa, mais precisamente à Igreja de S. Nicolau a cujo coro pertencia e assistiamos à missa.
Depois, seguia-se um lauto branch na Ferrari e uma visita sagrada: íamos sempre a uma papelaria pequenina, ( Papelaria da Moda) que ficava na rua de S.Nicolau, onde comprávamos os cartões de Boas-Festas para enviar a amigos e família e as folhas de papel para embrulhar os presentes.
Era uma espécie de ritual, onde não faltavam as gargalhadas, porque normalmente escolhíamos sempre os mesmos cartões e quem o visse primeiro é que tinha direito a ficar com ele.
À tarde íamos ao cinema e quando voltávamos para casa, era certo e sabido que na mesa do jantar o meu Pai resmungava:
-Pois, no Dia do Pai não acontece esta festa toda.
Claro que à sobremesa era sempre surpreendido por uma bela caixa de bolos da Ferrari, o que o levava a dizer:
-Bem, não se perdeu tudo.
Devido às circunstâncias da vida, hoje já não vamos à Baixa, nem à Ferrari nem ao cinema neste dia.
Vamos à missa, mas na Igreja do Colégio S.João de Brito e voltamos a correr para casa para o meu pai não ficar muito tempo sozinho.
E, inevitavelmente, olhamos uma para a outra, com uma lágrima de melancolia ao canto do olho: - Que saudades daquele tempo!
Mas o dia continua a ser o Dia da Mãe e para dizer a verdade, a minha mãe bem merecia que todos os dias do ano fossem Dia da Mãe.


6 December 2009

( 24) PORQUE É FIM-DE-SEMANA



O 3º tem a mania que é grande; porque é que não come deitado como nós?...

5 December 2009

(40) NÃO RESISTI

3 December 2009

ORAÇÃO CELTA


Os mitos e a história dos celtas sempre me fascinaram e muito por causa das suas mulheres ruivas, altas, tão lindas quanto valentes, urrando gritos de guerra num campo de batalha, brandindo as suas próprias espadas ao lado de e contra homens tão fortes quanto elas.
Se calhar, antes de irem para as guerras, rezavam esta oração.


Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a musica seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e atua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!

Não precisam de a rezar, mas que os desejos são lindos, isso têm que concordar.
Ou não!

A PATTI COMEÇOU...EU ACABO


Congelo sempre mirtilos no inverno. Só assim posso utilizá-los durante todo o ano em marmelada, sumos e bolos. Quando eu era criança, o meu avô contou-me numa das suas muito fantasiosas histórias, que existia um reino de princesas do gelo, exímias amazonas e caçadoras nocturnas, com uma visão apuradíssima, devido aos vinhos tingidos com mirtilo.
Caçavam pirilampos incandescentes, pó incendiado e desperdiçado nas caudas das estrelas cadentes e velas voadoras, para iluminarem o seu reino nos invernos sombrios das montanhas onde vivam.
Um dia, encontraram um mirtilo descolorado. Muito infeliz e sozinho, esmagado numa bola de neve. Olharam para ele com espanto e...

por um momento ficaram sem saber que fazer. Mas de todas aquelas princesas, havia uma, Snow, que tinha poderes diferentes das outras. Uma vez por mês ela podia transformar-se numa menina, chamada Clara e que descia ao mundo dos humanos e com eles se misturava.
Snow pegou no mirtilo que tinha tingido a neve com o seu suco, e recolheu-o com todo o cuidado. No seu lugar ficou apenas um pingo meio arroxeado, como se fosse uma lágrima derramada. Por isso, logo ali, baptizou-o de Drop.
Embrulhou-o em algodão, que foi o que encontrou mais parecido com neve, mas mais fofo e quentinho, pois pensou que era desse conforto que necessitava para se recuperar e levou-o para o seu quarto no palácio da montanha onde morava.
No dia seguinte, Drop estava mais animado: já não vertia suco, a pele começava a alisar e à noite estava curado.
Reconhecido, Drop contou-lhe que também ele tinha poderes mágicos e que ia contar-lhe em segredo, como iriam fazer, para dali em diante poderem espalhar o doce do fruto que curaria doenças e o amor que reuniria amantes desencontrados.
Snow tinha que fazer um doce de mirtilhos colocando-o também a ele no doce, mas quando este estivesse pronto, tinha que o retirar e guardar numa tacinha feita de gelo.
Depois, como Clara, desceria à cidade, e deixaria à porta de todos os que estivessem doentes, um pote de doce de mirtilhos.
E onde visse uma jovem chorando por ter perdido o seu amor, entregar-lhe-ia também um pote , recomendando-lhe que convidasse aquele que amava para um chá, onde lhe serviria, em finas torradas, o doce.
E assim fizeram.
Todas os meses, Snow fazia o doce, embora, mesmo com a sua visão apurada de princesa do gelo andasse à pesca de Spot, que se divertia a saltar nas bolhas do açucar. Por fim lá o apanhava, colocava-o na tacinha de gelo, enchia os potes com o doce e no dia seguinte, não ela, mas Clara, descia às cidades mais próximas, onde os deixava na soleira da porta das casas com doentes ou entregava às jovens apaixonadas.
E assim, para sempre, sem que nunca ninguém pudesse explicar donde vinha ou porque tinha aquele efeito, os doentes do corpo e da alma, foram salvos pelo doce mágico, fruto de um gesto de amor, que tinha curado o sofrido e espezinhado Drop.

2 December 2009

O ABC DO NATAL

Merry Christmas Comments and Graphics for MySpace, Tagged, Facebook

The ABC's of Christmas

A is for the Angel who sang, "Peace on Earth",

B is for the bells that rang out the Baby's birth.

C is for the Christmas candle, lighting up the night,

D is for the drum that makes one boy's Christmas bright.

E is for the Eve when we're all excited!

F is for the fun when the tree is finally lighted!

G is for the gifts Santa leaves on that special night,

H is for the holly with pointed leaves and berries bright.

I is for the icing on our Christmas cake so tall,

J is for Jesus, the reason for it all.

K is for the kindness shown without reason,

L is for the Lights of the Season.

M is for the Manger bed for Jesus at His birth,

N is for Noel we all sing on earth.

O is for the oxen, the first to adore Him,

P is for the Presents the Wise Men lay before Him.

Q is for the quiet night, with hardly a beat,

R is for the reindeer with speedy tireless feet.

S is for Santa bringing Christmas Joy,

T is for the lighted tree, to amaze each girl and boy.

U is for Us--all the family,

V is for visitors stopping by for tea.

W is for the wreath hanging on the door,

X is for the X-tra special feeling Christmas brings and more.

Y is for Your Christmas joys, may they be bright,

Z is for the animal zoo at His feet that night.

A to Z, all the alphabet you see!

Merry Christmas to all, wherever you be!

~Donna O'Briant~



Que me desculpem os que não gostam do Natal, mas este mês, por aqui, tanto quanto possível, os posts vão ter a ver com a quadra.

1 December 2009

Betty Boop Christmas

Glitter Graphics

E sem darmos por isso, eu e o meu alter-ego, a Betty Boop chegámos ao mês que as duas mais gostamos: Dezembro.
Só por uma razão: porque em Dezembro É Natal.

(1) SÍMBOLOS DO NATAL

Christmas Myspace Layout


E ele aí está. O meu mês preferido. O mês do Natal. É agradável ver que o nosso bairro só teve uma baixa e muitos outros se nos juntaram, ainda que por ramificações. E para começar bem, agradeço a todos os que me acompanharam ao longo de um ano muito conturbado, e desejo-vos, a todos, crentes e ateus



E, para aqueles que pouco sabem destas festividades aqui ficam algumas curiosidades. Muitas outras se seguirão ao longo do mês.

Os Símbolos do Natal são:



VISCO




RENA

Rena maluca


PAI NATAL

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A ESTRELA DE NATAL



OS ELFOS




BENGALAS DE DOCE






O VISCO

O costume do beijo em baixo de um ramo de visco pode ter vindo dos escandinavos que associaram a planta à sua deusa do amor, Frigga. Eles acreditavamam que aqueles que se beijassem em baixo do visco teriam felicidade e boa sorte para sempre. O visco era também adorado pelos sacerdotes Druidas (na aldeia do Astérix) porque a planta permaneceu verde durante os frios meses de Inverno, embora não tivesse raiz. ( Seria com ele que o Druida fazia a poção mágica em que o Obelix caiu em pequenino?)
Era também considerado um símbolo da Paz entre os Romanos. Reza a lenda, que se os inimigos se encontrassem em baixo do visco, deporiam armas e abraçar-se-iam. Os antigo Celtas , acreditavam que o visco tinha poderes de cura mágicos. Foi usado como um antídoto para veneno e para afastar os maus espíritos e a infertilidade.
Ainda hoje, nos Estados Unidos, este costume se mantém.
Eu que o diga, que apanhada desprevenida debaixo de um mistletoe, apanhei com um suculento beijo de um Hugh Jackman que ia a passar. Ai, ai...

More to come....