3 November 2007

SEXTA-FEIRA À NOITE


Sexta-feira à noite
Os homens acariciam o clitóris das esposas
Com dedos molhados de saliva.
O mesmo gesto com que todos os dias
Contam dinheiro, papéis, documentos
E folheiam nas revistas
A vida dos seus ídolos.

Sexta-feira à noite
Os homens penetram suas esposas
Com tédio e pénis.
O mesmo tédio com que todos os dias
Enfiam o carro na garagem
O dedo no nariz
E metem a mão no bolso
Para coçar o saco.

Sexta-feira à noite
Os homens ressonam de borco
Enquanto as mulheres no escuro
Encaram seu destino
E sonham com o príncipe encantado.

Marina Colasanti

5 nhận xét :

Alexandre said...

Acho que é tudo verdade o que está denunciado neste poema... embora eu não me reveja nele! E ainda bem, porque só concebo as coisas com algum mistério à mistura e se possível com muita cumplicidade...

Muitos beijinhos!!!

Jasmim said...

Olá
Grandes mudanças. Poema forte, a tua escolha; não que não seja verdade para muitos, mas forte na mesma. Parabéns.
Enterneceu-me muito ot eu comentário no meu post. Sobre a música, ela toca-me de uma forma especial, assim como o filme. um dia também amei e fui amada assim (com as devidas diferenças porque cada um é amado à sua maneira) mas por qualquer motivo que ainda não consegui descobrir, deus achou que eu não o merecia...
os chimpazés, os cães, os laboratórios, os humanos, nem falo; são demasiados sentimentos e revoltas.
Um bj

Sol da meia noite said...

Poema feito de autenticidade, da mais pura, nua e crua.
Adorei.

Beijinhos!

H said...

Não conhecia o soberbo poema! E mais não digo, porque os comentadores anteriores já garantiram que o mesmo é fidedigno...

Mustafa Şenalp said...

çok güzel bir site.