Faz hoje um ano e 4 meses que partiu aquele que foi o meu melhor, maior e mais fiel amigo. ( In Memoriam 10/02/08). Após 5 meses de uma guerra minha, dos médicos e dele ( que era um guerreiro), deixei-o partir.
Era essa a combinação: tudo faríamos até ao momento em que ele entrásse em sofrimento.
E assim foi. Na última noite que passámos juntos e em que nenhum de nós dormiu um minuto, ele olhou-me com aqueles olhos que nunca esquecerei e disse-me que não queria mais.
No dia seguinte, tomei aquela que foi, até hoje, a decisão mais difícil da minha vida: acabar com a vida de alguém que amava.
Tomei-a, certa de que tudo tinha sido feito para o evitar e porque acredito que o contrário, seria pagar com um grande egoísmo da minha parte todo o amor que ele sempre me deu.
Ainda não recuperei do desgosto, nem sei se esse dia chegará.
É-me extremamente penoso pensar e ainda mais escrever sobre o assunto, além de que não costumo transpor para este blog coisas minhas que tenham a ver com sentimentos.
Faço-o hoje para escrever sobre alguém que me aqueceu o coração.
Obrigada filhos.
Saltitando de nuvem em nuvem...Mas talvez seja melhor deixá-lo contar:
Hi,
A minha mãe pediu-me para contar a minha história, mas têm-me acontecido tantas coisas nos últimos tempos que estou um bocadinho baralhado, além de que esta nem é a minha língua, portanto se der algum erro, Iapologize.
Eu sou um Terrier do Tibete e nasci em Nova Iorque. Quem me comprou devia ser distraído porque queria um cãozinho do tamanho dum Yorkshire Terrier e eu, embora não seja muito grande, não sou portátil.
Então, quando comecei a crescer resolveram que não me queriam mais e puseram-me um canil para adopção.
Sofri muito, porque ainda sou um bébé, tinha saudades de casa e não conhecia ninguém.
Um dia, apareceu lá no canil um rapaz muito simpático, que faz coisas boas aos velhinhos e aos animais e que às vezes lá ia para levar os meus companheiros a passear.
Quando me viu ficou muito espantado a olhar para mim, pôs-se a falar comigo, levou-me a passear e passou o tempo todo a dizer que eu era igualzinho a um amigo dele que tinha partido.
Eu não sabia para onde, mas devia ser longe, porque ele olhava para mim com uns olhos muito tristes.
Voltou lá mais 2 vezes e na última levou-me com ele.
Depois disso, foi uma confusão. Levou-me ao médico, fizeram-me exames, escreveram muitos papéis e um dia deram-me uma injecção e eu adormeci.
Quando acordei, estava dentro de uma gaiola, num sítio com muita gente e muito barulho e falavam uma língua que eu não entendia.
Apareceu outro rapaz, também muito simpático, que, Thanks God, falava a língua que entendia.
E lá me levou com ele a mais uns senhores que me observaram todo, leram outra vez os tais papéis e finalmente meteu-me num carro e demos um passeio.
Chegámos então a uma casa onde estava a minha mãe.
A minha mãe é muito querida. Ficou a olhar para mim e ainda disse que eu já era grande. Mas eu expliquei-lhe que não. Que ainda sou um Puppy, até como ração de Puppy e tudo e às vezes faço umas asneiras.
Tento não fazer, mas de vez em quando faço um xixi em casa, mas é só se estou muito aflitinho. E choro que me farto se me deixam sózinho, mas é porque tenho medo que me abandonem como já me fizeram, lá no outro sítio. Mas agora, já choro menos, porque tenho menos medo.
E a minha mãe é muito boazinha porque não se zanga comigo, de vez em quando fala na minha língua, e eu já sei algumas palavras desta.
Sei que street é rua. Sei que food é comida. Sit é sentar. E sei o que são miminhos, hugs, e beijinhos porque ela está sempre a dizer isso.
Também sei que vou de férias com ela. Só não sei o que são férias, mas desde que vá com ela, ok.
Todos dizem que sou um lucky little dog e acho que sou mesmo.
Tenho mãe, dois irmãos, mas um só vou vê-lo em Agosto ( é o tal que me descobriu) e até tenho avós e tudo. E tenho uma cama linda, biscoitos, vou ao jardim 3 vezes por dia, brinco com os meus brinquedos e durmo. Durmo muito porque ainda sou um bébé.
Ah, esqueci-me de explicar uma coisa da minha mãe, mas tenho que dizer baixinho, para ela não se zangar: é que ela diz que não é minha dona, porque eu não sou uma coisa. Por isso é que lhe chamo mãe.
E aquele lá em cima, sou eu.
Cute, right?
I'm a luky little dog.
17 nhận xét :
Realmente que coincidência.
A perda de um amigo como este só a sente verdadeiramente e copmprende quem passou por ela. Eu também nunca esqueço os meus.
Mas ainda bem que tens outro para cuidar e ainda para mais é dos que precisava mesmo de uma mãe.
Que querido Blue.
É lindo, lindo!
Tens de pôr uma foto deste também.
Fiquei triste.
E o que é que se diz numa altura destas?
Bem, que o Sebastian teve mesmo muita sorte em ter sido adoptado por esta mãe.
O que verdadeiramente interessa, é que enquanto viveu, foi feliz. Partiu, porque tinha de ser e porque a vida é assim mesmo, felicidade e tristeza.
Curioso, eu também tive um Sebastião, um serra da estrela que acolheu as traquinices do meu mais velho sempre com grande gentileza, apesar dos seus 50 kg.
Também tive de tomar uma decisão difícil em relação ao meu Sebastião, sei o que estás a sentir, quer em relação à decisão, quer às saudades.
:|
:)
beijocas
Eu não te disse Patti?
Como tu dirias: há coisas fantásticas.
Eu sei que há quem diga que somos malucos, ( nós, os que temos animais), mas só quem os tem sabe o que se sente, por isso...adiante.
Quanto a pôr a fotografia deste, sabes que não consigo?
Parece que estou a trair o outro.
Embora saiba que a minha capacidade de gostar daquela forma, se esgotou com a partida dele.E já adoro este, como calculas, mas a foto...
Talvez um dia.
Beijinhos e veludinhos azuis
Olá instantes e momentos,
não fique.
A hora agora é de alegria e saudade.
...na vida tudo passa...lembra?
veludinhos azuis
Olá Jotabê,
que bom vê-lo por aqui:)))
Percebeu que o que chegou foi o Sebastião?
Quanto ao que partiu, não há palavras.
beijinhos e volte sempre
A dor da partida só um regresso pode recompôr... e penso que esta é hora do regresso...
Sebastião ...ão ...ão ão.. que sorte essa que tiveram os dois
beijinhos das nuvens
Também houve um cão na minha vida, Blue. E também houve uma decisão muito difícil, diferente da tua, mas não foi tomada por mim, porque ainda era miúda... Quando vi a fotografia que abre o teu post ia tendo uma "coisinha má", dada as semelhanças, apesar do meu ser um rafeiro.
Os animais enchem o nosso coração e quando partem deixam um vazio enorme...
Um bj
Fiquei sem saber se entendi...
Se é um novo, felicidades!
Muitos beijinhos.
Sei perfeitamente o que sente, pois já passei pelo mesmo. Só quem nunca teve animais ou não se afeiçoou a eles é que não percebe o que é essa dor...
Olá Blue! Olha, acabo de chegar do almoço. Comi um bacalhau a Gomes de Sá lá na Livorno: lembras deste restaurante? Agora está em todos o shoppings que se prezam. Faz concorrência com o La Mole e a Parmê. Não são um Antiquiarius, mas come-se bem e são super agradáveis e aconchegantes. Estamos vivendo a lei seca, minha filha. Não se pode tomar um chope (eu disse 1 chope) e pegar o carro. Se a polícia te pega perdes a carteira e pagas uma multa do caraças. Parece brincadeira mas não é. Aqui tudo é exagerado.
Quanto ao animalzinho,Julinha teve um assim no início do ano, só que era todo negro e chamava-se Dino mas ela teve que dá-lo porque não tinha espaço no apartamento e o cãozinho ficava nervoso demais.
beijos e Sol pra ti.
Blue
muitos parabéns pelo Sebastião; é sempre reconfortante ter um animal por perto, para nós que gostamos de animais.
e, realmente, como podemos ser donos???
beijinhos, boa semana
Um animal é sempre o nosso melhor amigo não achas?
Bj
Aconteceu-me o mesmo faz agora dois anos... um Malamute fantabulástico, que ainda hoje mora na minha cabeça...
Era suposto ser a decisão mais difícil da minha vida. Felizmente, a doença decidiu por mim. Mas já não aguentava vê-lo sofrer.
Que estejam a curtir juntos...
Entendo-te amiga... já passei pelo mesmo e sei bem o tamanho da dor...
Jinhos * *
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